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Cotidiano

Índice de Preços ao Produtor cai 3,11% em agosto, aponta IBGE

Nos últimos 12 meses, o índice marcou 12,16%

Maria Eduarda Guimarães

28/09/2022 às 11:49  atualizado em 28/09/2022 às 11:59

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Na passagem de junho para julho, a variação havia sido de 1,13%

Na passagem de junho para julho, a variação havia sido de 1,13% | Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Os preços no setor industrial registraram, em agosto, queda de 3,11% em relação a julho. É a maior variação negativa desde o início da série histórica em 2014. Na passagem de junho para julho, a variação havia sido de 1,13%. Nos últimos 12 meses, o índice marcou 12,16%. Em julho, o acumulado foi de 17,94%. No ano, o indicador chegou a 7,91%. Os resultados do Índice de Preços ao Produtor (IPP) de agosto foram divulgados nesta quarta-feira (28), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A indústria do refino de petróleo e biocombustíveis se destacou com a segunda maior variação, com queda de 6,99%. Foi também a maior influência com 0,95 ponto percentual (p.p.) no recuo de 3,11% da indústria geral. As retrações nos alimentos com -0,88 p.p. de influência, as indústrias extrativas com -0,79 p.p. e a metalurgia -0,25 p.p. - foram outras que influenciaram o indicador.

O gerente do IPP, Alexandre Brandão, informou que o acumulado do ano do refino até agosto foi de 26,49% e que, analisando os últimos 12 meses, a alta é de 45,98%. “São as maiores variações nesses indicadores. Agora em agosto, houve queda (a primeira observada em 2022) de -6,99%, numa inversão do que vinha ocorrendo”, disse.

Segundo o IBGE, o IPP mede a variação dos preços de produtos na porta da fábrica - não incluindo impostos e frete - de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. Entre elas, 16 mostraram recuo. Os quatro setores com maiores variações, em termos absolutos, foram: indústrias extrativas (-14,18%); refino de petróleo e biocombustíveis (-6,99%); metalurgia (-3,91%); e alimentos (-3,74%).

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Segundo Brandão, antes do recuo de 3,11%, em agosto, a menor queda tinha sido em novembro de 2018: 1,62%. Nos últimos 37 meses, período que inclui a pandemia, houve apenas dois resultados negativos. Além do atual, houve recuo de 0,08% em dezembro de 2021. “O que em grande parte explica a redução, por um lado, é a apreciação do real frente ao dólar em agosto, que impacta negativamente tanto os preços das importações quanto os das exportações”, observou.

A redução dos preços do óleo bruto de petróleo e do minério de ferro no mercado externo também representou importante influência. De acordo com o gerente, esses produtos têm um efeito em cascata em boa parte da indústria.

Efeito direto

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“A queda do óleo bruto de petróleo terá efeito direto no refino e em outros produtos químicos, além dos efeitos indiretos em outras cadeias com a queda nos preços dos combustíveis. Já o minério de ferro, quando os preços caem, afeta os setores de metalurgia, particularmente a siderurgia, que, por sua vez, alcançará setores como os de produção de veículos e eletrodomésticos”, explicou Brandão.

Ele acrescentou que há outras questões mais específicas de mercado como no setor de alimentos, que concentra a maior parte da indústria brasileira e, após meses de alta no segmento de laticínios, registrou um arrefecimento em agosto.

“Os quatro produtos de alimentos que mais variaram foram os derivados do leite, que tiveram variação negativa como queijos e leite esterilizado/UHT/Longa Vida, cujos preços foram pressionados por uma menor demanda. Além da redução da demanda, houve importação desses produtos. Além disso, em outros segmentos, houve, por exemplo, uma maior oferta de carne de frango, fazendo o preço cair”, revelou.

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O IBGE informou que “a queda dos preços industriais não sofre o efeito da redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) porque os preços informados ao IPP são livres de impostos”.

Pesquisa

Segundo o IBGE, o IPP acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços e sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no país. “Trata-se de um indicador essencial para o acompanhamento macroeconômico e um valioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados”,  afirmou o instituto.

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Em pouco mais de 2.100 empresas, a pesquisa investiga os preços recebidos pelo produtor, isentos de impostos, tarifas e fretes e definidos segundo as práticas comerciais mais usuais. Ao todo, por mês, são coletados cerca de seis mil preços.

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