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Cotidiano

Incêndio destrói livraria e reduto de escritores no subúrbio do Rio

As chamas que queimaram dez mil livros, discos, cds e antiguidades foram registradas pelo livreiro Ivan Costa, 41, proprietário do espaço, em um vídeo postado nas redes sociais

Natália Brito

22/07/2022 às 09:16  atualizado em 22/07/2022 às 09:24

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Incêndio destruiu livraria Belle Époque, no Méier, na Zona Norte do Rio, na noite de quinta-feira (21)

Incêndio destruiu livraria Belle Époque, no Méier, na Zona Norte do Rio, na noite de quinta-feira (21) | Reprodução/TV Globo

Reduto de escritores periféricos no Rio e espaço de encontros literários e feiras, a livraria e sebo Belle Époque - Discos e Livros, no Méier, zona norte da cidade, foi destruída por um incêndio na noite desta quinta (21). Ninguém ficou ferido.

As chamas que queimaram dez mil livros, discos, cds e antiguidades foram registradas pelo livreiro Ivan Costa, 41, proprietário do espaço, em um vídeo postado nas redes sociais.

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"Acabou tudo. Pegou fogo. Meu sonho acabou", disse, aos prantos, ao filmar o incêndio. "É uma dor gigante. Queimou um sonho para mim. Estou com a face inchada de tanto chorar", afirmou à reportagem, na madrugada desta sexta (22).

Ele acredita que o fogo começou na fiação, pois na quinta um ventilador queimou, o que leva à suspeita de que havia algum problema nas instalações elétricas.

Entre as antiguidades destruídas estão bilhetes da época da transição do trem a vapor para o trem elétrico, um fato histórico para o subúrbio carioca.

Foram queimados, entre outros, exemplares sobre críticas e estudos literários, alguns deles dedicados ao escritor Machado de Assis, uma espécie de símbolo da Belle Époque.

Em 2020, a foto de um anúncio da livraria foi compartilhada por milhares de pessoas: "Temos Machado de Assis proibidão", dizia o texto em um quadro na entrada do estabelecimento. Era uma ironia à tentativa da Secretaria de Educação de Rondônia de recolher livros de escolas públicas por considerá-los inadequados para crianças e adolescentes. Entre os autores que faziam parte da lista proibida estava Machado de Assis.

Ivan é livreiro desde 2008. Vendia livros em uma bicicleta até abrir o ponto fixo no Méier, há quatro anos e meio. Agitador cultural, organiza feiras mensais na rua, com expositores, lançamentos de livros e saraus. Antes do incêndio, planejava um evento com escritoras argentinas.

Outros livreiros e clientes começaram a se mobilizar durante a madrugada para reerguer a Belle Époque. Tradicional no centro do Rio, a livraria Leonardo da Vinci faz campanha para que Ivan possa construir um novo acervo. A Blooks Livraria também manifestou apoio. Páginas online cariocas como a Suburbano da Depressão e a Rio Antigo prometeram ajudar.

"Eu estava sem esperança. Mas muitas pessoas estão mandando mensagens querendo apoiar. Não consegui dar conta de tanta mensagem", disse Ivan Costa com a bicicleta que usava para vender livros Divulgação ao chegar em casa, depois que os bombeiros controlaram o incêndio.

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