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Cotidiano
Indianos são a maioria dos retidos; O Ministério Público Federal convocou reunião de emergência para esta quinta-feira (13/6)
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291 imigrantes estão retidos em área restrita do aeroporto | Rovena Rosa/ Agência Brasil
O Aeroporto Internacional de Guarulhos enfrenta uma nova crise humanitária com a retenção de centenas de imigrantes, a maioria vinda da Índia, em sua área restrita.
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O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo confirmou a situação e convocou uma reunião emergencial para discutir soluções.
Os imigrantes estão presos em uma área do terminal onde ainda não foram oficialmente admitidos no país, devido à falta de vistos ou documentos adequados. Muitos aguardam a solicitação de refúgio ou a repatriação para seus países de origem.
O MPF descreveu a situação como uma “nova crise humanitária instalada no aeroporto”, citando um aumento recente no fluxo de migrantes de países como Afeganistão e Vietnã.
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Na terça-feira, cerca de 400 imigrantes estavam na área de imigração do aeroporto, segundo representantes do MPF que estiveram no local. A maioria dos retidos são indianos, mas há também cidadãos de outros países, como Nepal.
As autoridades ainda não confirmaram os motivos específicos que levaram esses imigrantes a virem ao Brasil. Relatos iniciais sugerem que eles chegaram em diferentes voos nos últimos dias e enfrentam problemas para obter liberação de entrada, exacerbados por falhas no Sistema Nacional de Processamento de Pedidos de Refúgio (Sisconare).
Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou que está trabalhando para resolver as "instabilidades momentâneas" do Sisconare, causadas por atualizações e melhorias em outros sistemas eletrônicos da pasta.
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Segundo o ministério, atualmente há 291 imigrantes retidos na área restrita do aeroporto, a maioria manifestando intenção de solicitar refúgio.
A pasta, em conjunto com a Polícia Federal, está comprometida em acelerar e maximizar a capacidade de processamento dos pedidos, respeitando as normas de refúgio e os direitos humanos.
A complexidade da situação foi destacada por Letícia Carvalho, da Missão Paz, uma instituição filantrópica de apoio a imigrantes e refugiados.
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Carvalho, que também esteve no aeroporto, afirmou que o cenário é semelhante ao observado em outras partes do mundo, mas agravado no Brasil devido à instabilidade no Sisconare.
A prefeitura de Guarulhos informou que o Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, instalado no aeroporto, não foi oficialmente notificado sobre a situação dos imigrantes indianos.
No ano passado, centenas de vietnamitas enfrentaram uma situação parecida, ficando retidos na área de imigração de Guarulhos.
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Naquela ocasião, suspeitava-se que redes de coiotes e contrabando estivessem por trás do fluxo migratório, com o objetivo de usar o Brasil como porta de entrada para os Estados Unidos.
A reunião emergencial convocada pelo MPF, que ocorrerá nesta quinta-feira (13/6), contará com a presença da Polícia Federal, da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), da concessionária GRU Airport e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A expectativa é que sejam discutidas soluções práticas para resolver a crise e garantir que os direitos dos imigrantes sejam respeitados.
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Esta crise evidencia a necessidade urgente de melhorias no sistema de processamento de refúgio no Brasil, bem como de um planejamento mais eficaz para lidar com fluxos migratórios inesperados.
A situação em Guarulhos serve como um lembrete das vulnerabilidades existentes e da importância de uma resposta rápida e humanitária por parte das autoridades.
*Texto sob revisão de Lara Madeira
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