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Cotidiano

IBGE negocia com TCU atrasar dados do Censo usados para calcular repasses

Há receio de atraso no primeiro repasse e de judicialização por parte dos entes federados

Maria Eduarda Guimarães

26/12/2022 às 14:21  atualizado em 26/12/2022 às 14:29

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 Tribunal de Contas da União irá conferir algumas urnas após a votação de 2 de outubro.

Tribunal de Contas da União irá conferir algumas urnas após a votação de 2 de outubro. | Valter Campanato/Agência Brasil

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) negocia com o TCU (Tribunal de Contas da União) atrasar em alguns dias a entrega dos dados populacionais usados para calcular o FPM (Fundo Nacional dos Municípios) e o FPE (Fundo Nacional dos Estados). Há receio de atraso no primeiro repasse e de judicialização por parte dos entes federados.

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Pela legislação, o instituto envia todos os anos ao TCU até 31 de outubro a população atualizada ou a estimativa para cada município. Com base nesses números são calculados os percentuais para cada cidade e cada unidade da federação.

Este ano, no entanto, com a perspectiva de concluir o Censo Demográfico, o IBGE solicitou a ampliação do prazo até esta segunda-feira (26), o que foi concedido. Como não foi possível concluir o recenseamento, o instituto negocia adiar ainda mais a entrega para conseguir incluir o maior número de cidades com dados atualizados. O presidente do IBGE, Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, reúne-se nesta segunda (26) às 15h com técnicos do TCU para debater o assunto.

De acordo com a assessoria do IBGE, 80% do Censo já está concluído. Portanto, seria necessário trabalhar com estimativas em apenas 20% dos domicílios. Algumas cidades poderão ter dados híbridos, ou seja, parte atualizados e parte feitos com base em projeções.

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Internamente, há receio de judicialização. Como os valores são objeto de constante disputa, seja por municípios que têm o coeficiente rebaixado, ou por aqueles que querem ampliar seus recursos, há expectativa de que a metodologia ou o atraso dos dados possa servir para questionamento dos valores.

Há receio também de que um atraso maior possa comprometer o primeiro repasse do FPM e do FPE, previsto para 10 de janeiro. Se os dados forem enviados até o dia 5 de janeiro, seria possível calcular os valores a tempo de enviar para o Banco do Brasil, responsável pelo repasse.

Procurado, o IBGE afirma que os números serão enviados até o final desta semana, e que a metodologia deve ser esclarecida nesta terça-feira (27), em coletiva de imprensa.

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