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Cotidiano
Os leitos serão utilizados exclusivamente para casos da Covid-19; hospital foi reaberto após 10 anos de luta dos moradores
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Hospital Sorocabana, na Lapa, zona oeste de São Paulo | Leon Rodrigues/Secom
A Prefeitura de São Paulo entregou nesta segunda-feira 33 novos leitos no Hospital Sorocabana, no bairro da Lapa, na zona oeste da Capital.
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De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, esses leitos serão utilizados para o tratamento exclusivo de pacientes com a Covid-19 de baixa e média complexidade. Nesta primeira fase serão 27 leitos de enfermaria e outros seis de estabilização (UTI).
Na segunda fase, ainda em agosto, serão inaugurados outros 22 leitos, todos de enfermaria, totalizando 55 leitos na unidade de saúde. Segundo a prefeitura, foram investidos R$ 1,3 milhão na reforma e adequação do prédio e mais R$ 1,1 milhão em equipamentos.
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“A reabertura do Hospital Sorocabana é uma antiga reivindicação de toda a população da Lapa e da zona oeste. Estava fechado desde 2010, quando voltou para o Estado e a associação que aqui cuidava devolveu a área. Estamos reabrindo esses 55 leitos. Parte de estabilização, parte de UTI. São leitos para ajudar no combate à pandemia de coronavírus”, disse o prefeito Bruno Covas (PSDB).
Pressão.
A luta de moradores pela volta do Sorocabana, que já durava 10 anos, foi alvo de duas reportagens da Gazeta. A mais recente, publicada em 7 de maio deste ano, mostrou a ação promovida por entidades e personalidades políticas pela sua reinauguração. O prefeito Bruno Covas anunciaria a reinauguração da unidade de saúde na zona oeste em 28 de maio, além dos hospitais Guarapiranga (zona sul) e Brigadeiro (na região central da cidade).
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De acordo com explicação da arquiteta Márcia Crespo, do coletivo Pompeia Sem Medo e do Comitê de Defesa do Hospital Sorocabana, em entrevista à Gazeta no início de maio, faltava vontade política para a reabertura da instituição de saúde.
“A nossa percepção é que há um jogo de empurra. O governo do Estado não vai investir na reabertura de um hospital que está sob a concessão da prefeitura. A prefeitura, por sua vez, não quer reformar o hospital para daqui a 15 anos o estado tomar dela”, disse ela .
Outros grupos e personalidades também defenderam a reabertura da instituição. O vereador Celso Gianazzi (Psol) cobrou entendimento entre as gestões estadual e municipal. “Essa luta é de muitos anos. Venho cobrando uma solução para esse imbróglio entre o governo e a prefeitura de São Paulo. Num momento gravíssimo que estamos vivendo, é a hora do prefeito e governador sentarem e acertarem uma reforma de forma rápida. Esse espaço poderá abrigar 400 leitos”, disse.
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Em um vídeo gravado no início de maio, o ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), se disse favorável ao investimento no local.
“Seria muito importante a reabertura do Sorocabana neste momento especificamente para os casos de Covid-19. O hospital já está todo montado”, afirmou.
O deputado estadual Coronel Telhada (PP) também defendeu que a prioridade deveria ter sido a reforma da instituição em vez da construção dos hospitais de campanha.
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“O Sorocabana era o melhor hospital da zona oeste, e olha agora como está a situação. Esse dinheiro que está se gastando em hospitais de campanha já era para ter sido investido há muito tempo aqui e atender toda a população da zona oeste. Esses hospitais de campanha, ao fim da pandemia, vão ser extintos. É dinheiro jogado fora”, disse Telhada.
Segundo um levantamento da Rede Nossa São Paulo, a Subprefeitura da Lapa – que reúne bairros como Lapa, Perdizes, Pompeia, Vila Romana, Vila Anglo Brasileira, Barra Funda, Vila Ipojuca, Vila Leopoldina, Jaguaré e Jaguara – não tinha sequer um leito de unidade de terapia intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS). São cerca de 350 mil pessoas que precisam ir para outras regiões da cidade em busca de leitos públicos de UTI. A realidade se repete nas subprefeituras de Parelheiros, Cidade Ademar, Campo Limpo, Aricanduva, Perus e Jaçanã.
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