Hospital admite erro e deixa 12 pacientes com danos visuais após cirurgia no interior de SP

O Grupo Santa Casa de Franca, responsável pela gestão do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Taquaritinga, confirmou nesta segunda-feira (10/2) que um erro no preparo cirúrgico foi que causou complicações na visão de 12 pacientes operados durante um mutirão de catarata.

Segundo a instituição, houve uma falha no protocolo assistencial que afetou exclusivamente os procedimentos realizados no dia 21 de outubro de 2024.

Ao todo, 23 pessoas passaram pela cirurgia naquela data, mas 12 sofreram danos visuais, que variam desde perda total até comprometimento parcial da visão.

Diante do ocorrido, os profissionais envolvidos foram afastados e medidas corretivas foram tomadas para reforçar os protocolos de segurança e evitar que falhas semelhantes voltem a acontecer.

Responsabilidades

Durante visita a Ribeirão Preto no último sábado (8/2), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que a Organização Social de Saúde (OSS) será responsabilizada pelo erro.

Ele também destacou que o governo estadual estuda a possibilidade de oferecer indenização administrativa aos pacientes afetados.

"Aparentemente, foi uma falha pontual, mas é essencial investigar a fundo. O Estado pretende indenizar essas pessoas e, ao mesmo tempo, cobrar a responsabilidade da organização social", declarou o governador.

As vítimas, que residem em cidades da região como Santa Ernestina, Matão e Ibitinga, serão acompanhadas por uma equipe especializada do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, especializada nos cuidados com a visão.

O hospital informou que os pacientes estão sob os cuidados de profissionais dos setores de córnea e catarata.

Na última sexta-feira (7/2), a secretária executiva da Secretaria Estadual da Saúde, Priscilla Pelicaris, revelou que todos os afetados foram inseridos na fila de transplante de córnea. Uma das pacientes já passou pelo procedimento devido ao risco de perder o globo ocular.

Investigações em curso

Todas as cirurgias no AME de Taquaritinga foram suspensas até que o caso seja esclarecido.

O Ministério Público do município abriu um procedimento para apurar a situação e solicitou à Polícia Civil a instauração de um inquérito.

Além disso, O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) está investigando o episódio. Segundo a entidade, as apurações seguem sob sigilo, conforme previsto por lei.

Outro caso

Também no interior de São Paulo, um “coração artificial'' salvou um bebê de 1 ano e 7 meses e evitou que ele precisasse de um transplante de coração.