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Cotidiano
O suposto agressor, que é funcionário do quiosque vizinho e não teve o nome divulgado, foi até a 34ª delegacia na tarde desta terça
01/02/2022 às 20:26 atualizado em 01/02/2022 às 20:30
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Homem que admitiu participação nas agressões | Reprodução
Um homem que diz ter participado das agressões contra o congolês Moise Mugenyi se apresentou à polícia do Rio de Janeiro nesta terça-feira (1º). O estrangeiro foi encontrado morto próximo a um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste carioca, no último dia 24.
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O suposto agressor, que é funcionário do quiosque vizinho e não teve o nome divulgado, foi até a 34ª delegacia pela manhã junto da família para contar sua versão do que aconteceu. Por volta das 13h30, foi levado à Delegacia de Homicídios (DH), que investiga o caso, para depor, mas não havia chegado até as 15h.
A família de Moise diz que ele foi espancado até a morte por ter cobrado diárias que estavam atrasadas.
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Segundo os parentes, o congolês trabalhava em um quiosque na praia da Barra, onde teria sido agredido por cinco homens, incluindo um homem que naquele momento atuava como gerente.
Ao menos oito pessoas foram ouvidas pela Delegacia de Homicídios, incluindo cinco funcionários dos quiosques. Os advogados do dono do estabelecimento, que não teve o nome divulgado, chegaram à unidade pela manhã sem falar com a imprensa. Seu depoimento estava previsto para esta terça, mas até agora não aconteceu.
Pela manhã, movimentos negros fizeram um ato em frente à DH pedindo por Justiça. Eles também organizam uma manifestação no próximo sábado (5) com a família de Moise em frente ao quiosque Tropicália, onde o congolês foi morto.
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Segundo a presidente da Unegro (União de Negras e Negros pela Igualdade), Cláudia Vitalino, ao menos outros três homicídios de congoleses já foram registrados no Brasil. "A informação é do Consulado do Congo, mas os outros casos não tiveram repercussão. Se fosse um homem branco, seria diferente", afirma.
A deputada estadual Dani Monteiro (PSOL), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj (Assembleia Legislativa do RJ), também esteve na delegacia e disse que acompanha o caso junto à OAB –advogados da Comissão de Direitos Humanos da Ordem compareceram na unidade à tarde para tentar ter acesso ao inquérito.
"Negros e negras no nosso país, sejam brasileiros ou aqueles que pedem asilo político, não são vistos como cidadãos. O Moise foi cobrar duas diárias, isso equivale a R$ 200", disse a deputada. "A vida negra vale R$ 200?", interveio Mônica Cunha, que representa as mães de mortos na comissão.
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Moise chegou ao Brasil com 11 anos na condição de refugiado político e morava atualmente em Madureira, na zona norte do Rio. Em nota, a comunidade congolesa no Brasil classificou a morte dele como uma manifestação de racismo e xenofobia.
"Por isso, exigimos a justiça para Moise e que os autores do crime junto ao dono do estabelecimento respondam pelo crime! Combater com firmeza e vencer o racismo, a xenofobia, é uma condição para que o Brasil se torne uma nação justa e democrática ", diz o documento.
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