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Cotidiano
Jânio usou jingle para exaltar que varreria a corrupção do País; marechal Lott, porém, alertou que a vassoura era de 'piaçava americana'
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Posse de Jânio Quadros, em 1961, foi retratada pela revista Manchete | Reprodução
Durante a campanha eleitoral para a Presidência da República de 1960, o candidato Jânio Quadros usou a vassoura como uma metáfora de que varreria a corrupção do Brasil. A marchinha anunciava, em ritmo viciante: "Varre, varre vassourinha / Varre, varre a bandalheira / Que o povo está cansado / De sofrer desta maneira...".
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Só que o principal adversário de Jânio, marechal Henrique Lott, tratou de usar um jingle-resposta em sua campanha. Em 1956, o militar havia sido homenageado pelo então presidente Juscelino Kubitschek com uma espada de ouro. Em seu jingle, provocava Jânio: "O povo sabe, sabe e não se engana / Essa vassoura é de piaçava americana / Mas a espada do nosso marechal / Foi fabricada com aço nacional".
Lott voltou a exaltar o fato de ter uma espada de ouro em outro jingle. Sobre a melodia da música Escravos de Jó, dizia, numa batida que grudava na cabeça: "A espada de ouro quem tem é o marechal/ Lott, Lott é o ideal...".
Apesar da espada parecer mais poderosa do que a vassoura, Jânio ganhou as eleições com folga contra marechal Lott, e se tornou presidente do Brasil a partir de 1961. Porém, o vice apoiado pelo militar também foi eleito, João Goulart, que mais tarde viria a ser presidente do Brasil.
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Depois, como se sabe, não haveria mais jingles presidenciais por 29 anos, já que eleições para o cargo só voltariam a ser realizadas em 1989.
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