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Cotidiano

Haddad pode esperar lealdade, mas não peça para deixar de dizer o que pensamos, afirma Mercadante

Fala ocorreu durante um seminário na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, que deve tratar de temas como política fiscal e monetária

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Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante

Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante | Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, prometeu nesta segunda-feira (20) "total lealdade e parceria" ao ministro Fernando Haddad (Fazenda) na discussão do novo marco fiscal.

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Mercadante, contudo, disse que o banco não deixará de se manifestar sobre temas em debate no país. A fala ocorreu durante um seminário na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, que deve tratar de temas como política fiscal e monetária.

O evento ocorre no momento em que o Ministério da Fazenda acerta os detalhes finais da proposta da nova regra fiscal. O texto foi apresentado na semana passada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Estamos aguardando o novo arcabouço fiscal. O ministro Haddad pode esperar de mim e do banco total lealdade e parceria, ao contrário das especulações que são publicadas. Não estamos aqui por outra razão. Não tem expectativa de substituir ninguém, muito menos de competir", disse Mercadante.

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"Agora, não nos peçam para deixar de dizer o que nós pensamos para ajudar o governo a acertar, a encontrar o melhor caminho, a buscar as melhores práticas. É para isso que estamos aqui", completou.

O evento foi batizado como "Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI". A realização do seminário havia sido anunciada por Mercadante em fevereiro. Segundo ele, um dos objetivos do encontro seria analisar experiências internacionais em áreas como política fiscal.

À época, a criação do seminário levantou debate sobre uma eventual concorrência do BNDES com o Ministério da Fazenda na discussão do novo arcabouço fiscal do país, que deve substituir o teto de gastos.

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Na ocasião, Mercadante rechaçou essa competição e disse que a nova proposta caberia à pasta comandada por Haddad (PT).

Nesta segunda, o presidente do BNDES afirmou que o evento foi marcado para a segunda quinzena de março para alinhar a programação à agenda do economista Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia. Stiglitz é um dos convidados do seminário.

Mercadante negou que o encontro tenha sido agendado em razão da proximidade da reunião desta semana do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). O BC tem sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Essas críticas foram motivadas pelo nível atual dos juros no país -a taxa Selic está em 13,75% ao ano. "Aquele banco acanhado do BNDES acabou. Ele vai debater, investir e impulsionar o crescimento do país", disse Mercadante.

A lista de presentes na plateia do seminário do BNDES incluiu economistas, empresários e políticos, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan. O evento termina nesta terça (21).

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