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Cotidiano

Há 2 anos, enfermeira era a 1ª vacinada contra a Covid no Brasil

Ao lado de Doria, Mônica Calazans se tornava a 1ª brasileira vacinada contra a Covid, medida que se mostraria fundamental no combate à pandemia

Bruno Hoffmann

16/01/2023 às 23:05  atualizado em 16/01/2023 às 23:53

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Mônica Calazans celebra, ao lado de Doria, após ter sido vacinada contra a Covid em SP

Mônica Calazans celebra, ao lado de Doria, após ter sido vacinada contra a Covid em SP | Divulgação/Governo de SP

Poucos minutos depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter aprovado o uso emergencial da CoronaVac, na manhã de 17 de fevereiro de 2021, a enfermeira paulista Mônica Calazans se tornava a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil, no Hospital das Clínicas, em São Paulo.

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Mulher, negra, corintiana e moradora de Itaquera, ela tinha 54 anos e trabalhava no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. A vacinação foi acompanhada pelo então governador João Doria (sem partido, à época no PSDB), que havia atuado desde o início da pandemia – com direito a incontáveis conflitos com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) - pela vacinação no Brasil.

O Brasil contava naquele dia quase 210 mil mortes pela Covid-19 ao total. A média diária era de 961 óbitos.

"Que a população acredite na vacina. Estou falando agora como mulher, brasileira, mulher negra, que acreditem na vacina. Vamos pensar no monte de vidas que nós perdemos, quantas famílias nós perdemos, quantos pais, mães, irmãos. Eu quase perdi um irmão também com Covid”, disse ela, logo após ser imunizada.

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A primeira vacinadora do Brasil também foi uma mulher e enfermeira. Jéssica Pires de Camargo, aos 30 anos, atuava na Coordenadoria de Controle de Doenças e é mestre em Saúde Coletiva pela Santa Casa de São Paulo.

Apesar da esperança da vacinação (que derrubaria o número de mortes e casos graves pelos próximos meses), o clima político do Brasil estava péssimo àquela altura. Doria e o ministro da Saúde do momento, Eduardo Pazuello, deram coletivas quase simultâneas, com troca de farpas entre os governos federal e estadual.

O ministro afirmou que a aplicação da primeira dose no Estado estava “em desacordo com a lei” e chamou a medida de jogada de jogada de marketing de Doria. Todas as vacinas da CoronaVac, disse ele, haviam sido contratadas pelo Ministério da Saúde e teriam que ser coordenadas pelo governo federal.

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Por sua vez, o governador – que havia anunciado o início da vacinação para aquele mês, o que fez o governo federal correr atrás de tentar antecipar o Estado – criticou Pazuello.

"Lamento que o senhor, como ministro da Saúde, que deveria estar grato à Anvisa e a São Paulo, que temos uma vacina, usa o tempo para protestar contra isso. É inacreditável uma situação como essa no Brasil. Aqui lutamos pela vida, e Brasília luta pelo quê?" , disse Doria.

Mônica Calazans se filiaria ao PSDB no mês seguinte a ter sido vacinada, e concorreu ao cargo de deputada federal nas eleições de 2022. Ela não foi eleita.

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