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Cotidiano

Guarujá apreende bicicletas na faixa de areia para tentar reduzir furtos de celular

No ano passado, quatro cidades da Baixada Santista registraram recordes na quantidade de furtos

Gabriel Fernandes

29/01/2024 às 17:29  atualizado em 29/01/2024 às 17:44

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No balneário, a tendência de alta nos furtos segue ininterrupta desde 2019, após seis anos seguidos de baixa no indicador criminal

No balneário, a tendência de alta nos furtos segue ininterrupta desde 2019, após seis anos seguidos de baixa no indicador criminal | Divulgação/Prefeitura de Guarujá

O fotógrafo Caio Pacheco Escobar, 51, usa a bicicleta todo dia para percorrer a praia da Enseada, em Guarujá, no litoral sul, e surfar na praia do Tombo. Neste verão, porém, ele terá que usar a ciclovia que contorna a orla do balneário após a prefeitura proibir a circulação de bicicletas na faixa de areia.

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A medida, segundo Valéria Amorim, secretária de Defesa e Convivência Social de Guarujá, visa reduzir o número de roubos e furtos de celular, que dispara na alta temporada. "A bicicleta é usada como veículo de fuga em caso de furto", diz.

No ano passado, quatro cidades da Baixada Santista registraram recordes na quantidade de furtos. Das 9 cidades da Baixada Santista, 6 tiveram alta no índice criminal ligado ao comércio ilegal de celulares roubados, entre elas, Guarujá.

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No balneário, a tendência de alta nos furtos segue ininterrupta desde 2019, após seis anos seguidos de baixa no indicador criminal. Em relação aos roubos, o balneário teve dois anos de crescimento consecutivos, 2022 e 2023, com salto de 25,5% no ano passado.

De acordo com a secretaria de Segurança Pública (SSP), entre janeiro e novembro de 2023, Guarujá teve 2.028 roubos e furtos de celulares, uma queda e 1,7% em comparação ao mesmo período no ano anterior, quando 2.064 casos foram contabilizados. "A atual gestão tem direcionado recursos para desmantelar redes criminosas envolvidas em roubos, furtos e receptação dos aparelhos", informou em nota a secretaria da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No ranking de cidades da Baixada Santista com maior número de roubos e furtos registrados ao longo dos últimos dez anos, Guarujá ocupa o terceiro lugar com 67,5 mil ocorrências entre 2002 e 2023, atrás de São Vicente com 76,3 mil e Praia Grande, com 103,4 mil.

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Além da proibição da circulação de bicicletas na faixa de areia, a secretária Amorim afirmou que a gestão municipal tem feito um cinturão de segurança para o turista na orla do balneário, com reforço no efetivo da Polícia Militar na alta temporada.

A restrição do modal na faixa de areia é criticada por ciclistas assíduos como Escobar. "Em vez de proibir, teria que colocar mais policial. Não vai adiantar nada, os roubos vão continuar", diz o fotógrafo, que sofreu um acidente grave de carro em 2016 e passou a usar a bicicleta como meio de transporte. "Tenho medo até de andar na ciclovia, saio de madrugada e essa época tem muito motorista bêbado na cidade", continua.

O ambulante Marcos Felipe da Silva, 29, vende bebidas em uma caixa térmica acoplada à bicicleta que comprou com o dinheiro da rescisão após ter pedido demissão da fábrica onde trabalhava. Ele conta que foi abordado por um policial militar que o alertou sobre a proibição. "Me disse que eu teria que ira para o calçadão se quisesse continuar vendendo na praia", conta. "Preciso da bicicleta porque a mercadoria é pesada", continua.

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Além dele, outros ambulantes usam o meio de transporte como apoio para a venda das mercadorias aos banhistas na alta temporada, quando o movimento é maior.

Os próprios frequentadores costumam pedalar para chegar às praias e têm o costume de empurrar a bicicleta para entrar na faixa de areia antes de posicioná-la com o guidão na areia e as rodas para cima para evitar problemas nas correntes causados pela maresia. "Tenho medo de deixar presa no calçadão porque há risco de voltar e não encontrar mais nenhuma bicicleta", diz a estudante Talita Almeida, 24, frequentadora da Enseada. "Já tive uma roubada dessa maneira", completa.

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