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Cotidiano

Grupo encapuzado ataca pessoas em situação de rua no Litoral de SP

Secretaria de Segurança Pública foi acionada, mas informou que só pode atuar após registros de boletins de ocorrência

Gabriel Fernandes

14/11/2023 às 07:30  atualizado em 14/11/2023 às 08:40

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Pessoas em situação de rua do Centro são alvo na madrugada

Pessoas em situação de rua do Centro são alvo na madrugada | Nair Bueno/DL

Grupos encapuzados estão atacando, na madrugada, pessoas em situação de rua no centro de São Vicente. As investidas estão acontecendo quase todos os dias e muitos estão em estado de choque. A Reportagem tentou ouvir outros que não quiseram se manifestar com medo de se tornarem os próximos alvos.

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Um homem teve os braços quebrados por conta da ação do grupo. Outro resolveu se instalar ao lado do Centro Referência Emergência Internação (CREI) porque uma guarnição da Polícia Militar costuma dar plantão próximo e, assim, poder agir em caso de novas investidas dos encapuzados de São Vicente.

Há relatos que podem ser ainda mais assustadores: o de desaparecimento de vítimas. O Disque Direitos Humanos - Disque 100 foi acionado, bem como, entidades de defesa dessas pessoas em vulnerabilidade social e de Direitos Humanos.

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O Disque 100 é próprio para que qualquer cidadão faça denúncia sobre violações de direitos humanos da qual seja a vítima ou mesmo tenha conhecimento de que acontece com outra pessoa. Ele está disponível diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

O Diário obteve a informação há alguns dias e já estava investigando a situação caracterizada por intolerância e aporofobia, termo criado pela filósofa espanhola Adela Cortina que traduz uma patologia social que se manifesta na aversão a alguém que é percebido como diferente. Em grego, a palavra á-poros significa sem recursos, portanto, o termo significa: rejeição ou aversão aos pobres.

A aporofobia gera mais desigualdade e, no extremo, discursos de ódio, irracionalidade e violência. Assim, deve ser combatida com políticas de inclusão social, afirmativas e educativas.

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MOVIMENTO

Somente ontem conseguiu relatos do que vem acontecendo em função do agravamento da situação. Francisca Eliene da Silva, a Fran, tesoureira da Associação Comunitária Flor do México e o servidor público nas Prefeituras de Praia Grande e Itanhaém e consultor Técnico e cofundador e colaborador do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Saúde (NEPSSA), José Carlos Varella, se manifestaram.

"Eles chegam à noite, encapuzados. Começam a mandar sair do local onde estão dormindo, chutando, xingando. Antes mesmo da pandemia, já havia informações que isso estava ocorrendo. Há três meses, começou tudo de novo. Essa semana, quebraram os braços de um homem", afirma Fran. Ela também confirmou que algumas pessoas em situação de rua estão desaparecendo, o que é muito estranho e que não adianta acionar a os órgão de segurança do Estado.

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Ela ainda confirmou que o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População em Situação de Rua (CIAMP Rua) e o Fórum do Pop Rua já estão sendo informados. "A Polícia Militar não adianta porque não atende a população de rua", completa.

A Frente Parlamentar Mista de Defesa de Pessoas em Situação de Rua também já foi acionada. "As ordens dos Advogados de Santos e de São Vicente estão sendo acionadas, a Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e a Secretaria de Desenvolvimento Social e também o Ministério Público do Estado de São Paulo vão ser informados".

"Nós do Pop Rua da Baixada Santista vamos nos articular para construção de políticas públicas para garantir os direitos humanos básicos dessa população", afirma Varella

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A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) foi acionada, mas informou que só pode fazer alguma coisa após registros de boletins de ocorrência.

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