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Cotidiano

Governo Lula enfraquece base no Senado com escalação de ministros

Impacto ocorre especialmente pela retirada de nomes de peso no Senado, como Camilo Santana, Wellington Dias e Flávio Dino

Maria Eduarda Guimarães

28/12/2022 às 12:48  atualizado em 28/12/2022 às 12:56

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Senado

Senado | Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

A decisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de nomear senadores para cargos na Esplanada dos Ministérios deve enfraquecer a base de apoio ao petista no Senado.

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O impacto ocorre especialmente pela retirada de nomes de peso no Senado, como Camilo Santana (PT-CE), Wellington Dias (PT-PI) e Flávio Dino (PSB-MA) – todos eleitos após concluírem os mandatos de governador.

Além dos três, outros dois senadores podem assumir cargos no governo e dificultar a articulação na Casa. São eles Carlos Fávaro (PSD-MT), cotado para o Ministério da Agricultura, e Renan Filho (MDB-AL), cotado para o Ministério dos Transportes.

No pleito de outubro, foram eleitos diversos aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), que devem engrossar a oposição ao governo petista.

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Ao contrário da Câmara, o Senado tradicionalmente possui parlamentares mais independentes, com um centrão menos fortalecido do que o bloco liderado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL).

O PL de Bolsonaro se tornou a maior bancada (14 senadores), com nomes fortes do bolsonarismo, como Damares Alves (Republicanos-DF) e Magno Malta (PL-ES).

Além do partido, há uma série de outras siglas consideradas de oposição ou independentes, que podem dificultar a aprovação de propostas de interesse do governo petista. Estão na lista o Podemos (6), PP (6), PSDB (4), Republicanos (3) e os nanicos Cidadania (1) e PSC (1).

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A despeito da saída de figurões, aliados de Lula acreditam que a composição do governo, com ministros de União Brasil, MDB e PSD, pode consolidar uma base no Senado. Os três partidos somam 32 senadores.

Um dos desafios de Lula no Senado será definir uma liderança de governo que consiga contornar o impacto da retirada de nomes de peso na Casa. Um dos nomes cotados para assumir a função é o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que ajudou na coordenação da campanha de Lula.

Além disso, a base de Lula terá como prioridade evitar que o PL, maior bancada, consiga eleger o senador Rogério Marinho para a presidência do Senado. Para isso, Lula deve investir na recondução de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o posto.

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O senador Humberto Costa (PT-PE) afirma que, apesar da saída de senadores para ministérios, o governo conseguirá uma base ampla para aprovar proposta de interesse do novo governo.

"Quando o presidente convidou [os senadores], ele tinha plena consciência de quem eram os suplentes, [sabia] da capacidade para contribuir para esse processo de enfrentamento no Senado Federal de maneira que não haverá prejuízo", disse.

"Outro fator importante é que, diferente de Bolsonaro, Lula sabe dialogar e construir consensos, é um grande articulador. Pode ter certeza que a boa ação do governo e a execução de políticas públicas vai dar força e popularidade para o governo, o que torna mais fácil para construir bases no Senado", completou.

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No lugar dos três senadores já anunciados na composição da Esplanada no governo Lula devem assumir mulheres.

As suplentes Augusta Brito (PT-CE), Ana Paula Lobato (PSB-MA) e Jussara Lima (PSD-PI) vão ocupar os postos e aumentar a bancada feminina para 13 senadoras –aumento de uma cadeira, considerando a composição da última legislatura.

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