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Cotidiano
Estado já registra 1.298 casos da doença, de acordo com a Secretaria da Saúde
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variola dos macacos variola monkeypox 1655155675375_v2_900x506 | iStock
O Governo de São Paulo anuncia, nesta quinta-feira (4), uma série de medidas para conter a rápida disseminação da varíola dos macacos. Segundo dados desta quarta (3) da Secretaria da Saúde, o estado já registrou 1.298 casos da doença.
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Entre as medidas está a criação de uma rede estadual de hospitais para atendimento de pacientes mais graves e de uma rede de laboratórios públicos e privados liderada pelo Instituto Adolfo Lutz para vigilância epidemiológica e genômica do vírus monkeypox.
"Temos um aumento importante de casos no Brasil nos últimos dias. E tem uma situação estranha acontecendo na Europa, que vinha muito acelerado e, de repente, deu uma estabilizada. Então não dá muito para prever o que vai acontecer no dia a dia", afirmou David Uip, secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do governo paulista, à Folha de S.Paulo.
A ideia é que os laboratórios privados, além de informar os casos que estão testando, enviem amostras para o Adolfo Lutz fazer a vigilância genômica.
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Também está prevista uma rede de formação e atualização dos profissionais de saúde por meio das vigilâncias sanitárias do estado e dos municípios. "Eles é que conseguem chegar na ponta. Esse [o paciente da varíola dos macacos] não é um doente de UTI."
Para os doentes que necessitarem de internação, Uip explica que a rede hospitalar pública e privada precisa estar preparada porque eles vão precisar de isolamento.
"Vamos ter que protocolar tudo. Vamos manter a mesma porta de entrada do pronto-socorro ou terá que ter duas entradas? Como os profissionais têm que atender? Têm que usar luvas, máscaras, avental e óculos. Tudo isso é resposta e investimento."
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Segundo ele, a melhor estratégia seria o acesso rápido à vacina, mas, no momento, só haverá imunizante disponível para 25 mil pessoas no Brasil, duas doses para cada uma. Para o estado de São Paulo, estão previstas 11 mil doses para 5.500 pessoas.
"Aí vamos ter que decidir em que vamos aplicar a vacina. Quais profissionais da saúde? Dos laboratórios? Os que estão na ponta? Mas aí são todas as unidades básicas de saúde. É difícil."
Uip diz que o governo paulista, por meio do Instituto Butantan, está negociando diretamente com o NIH (Instituto Nacional de Saúde dos EUA) a aquisição de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), o insumo para a produção de vacina, mas não há nada fechado.
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Segundo o secretário, também haverá a criação de protocolos de atendimento nas diversas especialidades. "É uma doença multidisciplinar e multiprofissão. Protoctologistas, ginecologistas, obstetras, dermatologistas, dentistas, todos têm que estar envolvidos."
Ele afirma que os locais de alta rotatividade, como hotéis e motéis, também terão que ser orientados para os cuidados adequados com roupas de cama e banho.
Os doentes imunodeprimidos e as populações vulneráveis, como as que vivem na rua, são outras fontes de preocupação. "Temos um caso de uma moça grávida, moradora de rua positiva [para monkeypox], HIV positiva, C positiva [hepatite], que sumiu [depois do diagnóstico]."
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Em 23 de julho, no mesmo dia que a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a varíola dos macacos como emergência pública de preocupação global, Uip afirmou que existe uma disputa acirrada pela vacina contra a varíola dos macacos. O secretário também disse que uma possibilidade era a produção nacional do imunizante pelos laboratórios de Farmanguinhos (Fiocruz) e pelo Instituto Butantan.
O Ministério da Saúde anunciou, na última sexta (29), a encomenda de 50 mil doses da vacina Jynneos, produzida pela famacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic. O pedido foi feito via Opas (Organização da Saúde Pan-Americana), que prevê doses limitadas para 2022.
Segundo o ministério, as doses serão destinadas para profissionais de saúde que manipulam o vírus e pessoas que tiveram contatos com infectados.
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O anúncio foi no mesmo dia que o Brasil registrou a primeira morte causada por varíola dos macacos.
O óbito também foi o primeiro noticiado fora do continente africano.
A Jynneos é a única vacinada licenciada contra a varíola dos macacos. Além dela, outros dois imunizantes contra a varíola comum são considerados para monkeypox, mas faltam evidências de suas eficácias, disse Tedros Adnahom, diretor-geral da OMS, em coletiva de imprensa de 27 de julho.
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Além da vacinação, testagem e rastreamento de contatos são apontados como medidas para barrar a disseminação da doença. Em relação a essas medidas, o Brasil se encontra em posição critica, afirmam grupo de epidemiologistas em em artigo pré-print publicado nesta segunda (1º) na Revista Brasileira de Epidemiologia.
O país conta com quatro laboratórios para testagem das amostras de casos suspeitos da varíola dos macacos. O cenário de aumento de casos no Brasil já começa a sobrecarregar esses quatro centros e especialistas apontam a necessidade do aumento de laboratórios credenciados.
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