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Cotidiano

Governo busca 'linha fina' para honrar promessas e ter regra fiscal sustentável, diz Haddad

Ministro da Fazenda também disse que a taxa de juros no Brasil, hoje em 13,75% ao ano, está 'exageradamente elevada'

Maria Eduarda Guimarães

21/03/2023 às 13:02  atualizado em 21/03/2023 às 13:09

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) | Lula Marques/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira (21) que o governo Luiz Inácio Lula da Silva busca uma "linha fina" para honrar as suas promessas de campanha e criar um arcabouço fiscal "sustentável".

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Haddad também disse que a taxa de juros no Brasil, hoje em 13,75% ao ano, está "exageradamente elevada". As declarações vêm na esteira da expectativa pela proposta da nova regra fiscal do país e da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que ocorre nesta terça e na quarta-feira (22).

"O que nós queremos achar, e não é uma tarefa simples, é uma linha fina que permita ao governo honrar seus compromissos de campanha e oferecer ao Estado brasileiro, e não ao governo, uma base fiscal sustentável para responder aos direitos sociais que estão previstos na Constituição e no plano de governo", afirmou Haddad.

"Sou otimista com relação a encontrar essa linha fina. Muitos consideram muito difícil de encontrar", acrescentou.

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As declarações ocorreram em um discurso por vídeo durante um seminário realizado na sede do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no Rio de Janeiro.

Com início na segunda-feira (20), o evento foi batizado como "Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século 21".

O primeiro dia de programação, contudo, teve críticas em sequência à política monetária no Brasil. Economistas, empresários e políticos se revezaram na ofensiva contra o patamar da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 13,75% ao ano.

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O seminário coincide com a nova reunião do Copom, que deve definir o nível da Selic.

Analistas esperam manutenção da taxa em 13,75% ao ano.

"Nossa inflação está mais controlada do que no resto do mundo. Nossa taxa de juros está exageradamente elevada, o que significa espaço para cortes no momento em que a economia pode e deve decolar", afirmou Haddad.

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"Não temos por que temer no Brasil tomar as decisões corretas, tanto do ponto de vista do arcabouço fiscal quanto do ponto de vista monetário. Há espaço para que possamos fazer convergir a política fiscal e a monetária", acrescentou.

Lula indicou nesta terça que o governo não vai ter pressa para apresentar as novas regras fiscais, que deverão ser tornadas públicas após a volta da viagem presidencial à China, de 26 a 31 de março.

Lula afirmou que o pacote não pode ser anunciado e depois ele e Haddad saírem em viagem, sem prestarem os esclarecimentos necessários. No entanto, ressaltou que a proposta já está "madura".

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"Tem que discutir um pouco mais. A gente não tem que ter a pressa que algumas pessoas do setor financeiro querem", afirmou o presidente, em entrevista ao portal Brasil 247.

"Nós embarcamos sábado. O Haddad não pode comunicar uma coisa e sair. Percebe? Seria estranho. Eu anuncio e vou embora. O Haddad tem que anunciar e ficar aqui para debater, para responder, para dar entrevista, para conversar com o sistema financeiro, com a Câmara dos Deputados, com o Senado, com outros ministros, com empresários", completou.

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