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Cotidiano

'Golpes do amor' caem 54% na capital paulista em 2023

No ano passado, foram esclarecidos 47 das ocorrências, 89% do total, levando a 187 presos

Maria Eduarda Guimarães

10/01/2024 às 14:07

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O sequestro por aplicativo de relacionamento é um tipo recente de crime

O sequestro por aplicativo de relacionamento é um tipo recente de crime | Pixabay/ Tumisu / Creative Commons

Os chamados 'golpes do amor' tiveram queda de 54% na capital paulista em 2023. Segundo dados da Divisão Antissequestro (DAS), em 2022, foram registrados 115 casos na unidade. Já no ano passado, as notificações caíram para 53. Além disso, foram esclarecidos 47 das ocorrências, 89% do total, levando a 187 presos.  

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Como funciona o “golpes do amor”

O sequestro por aplicativo de relacionamento é um tipo recente de crime. Os criminosos, por meio de uma plataforma de encontros, atraem a vítima com um perfil falso e mantêm contato com ela por um determinado período, a fim de estabelecer uma relação de confiança.  O intuito é marcar um encontro com a pessoa atraída para sequestrá-la e levá-la até um cativeiro, onde suas contas bancárias serão acessadas.

Medidas

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De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a queda de casos é resultado de uma série de ações realizadas pela unidade, que em 2023 passou por uma mudança administrativa, o que permitiu que as três delegacias da Divisão passassem a atuar neste tipo de crime.

“Com essa mudança, conseguimos ter mais tempo para nos dedicar às investigações, o que refletiu nas prisões de lideranças destes grupos”, relata o doutor Eduardo Bernardo, delegado titular da 1º delegacia da DAS. Antes, a 1º e a 2º delegacia atendiam apenas casos de extorsão e sequestro relâmpago. 

Outra medida importante foi a mudança de foco nas investigações, que passaram a mirar os líderes destas quadrilhas especializadas no “golpe do amor”. Além disso, a polícia passou a ter uma ação mais incisiva sobre os chamados “conteiros”, pessoas que emprestam as contas para que criminosos transfiram os valores retirados das vítimas. 

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“Nós já tínhamos mapeado algumas regiões problemáticas e depois passamos a focar nas lideranças, pessoas que eram ligadas diretamente aos sequestros. Com isso, a qualidade das prisões aumentou e passamos a desarticular estes grupos”, detalhou Bernardo, que também destacou o trabalho preventivo da polícia para alertar a população sobre este novo golpe. “Nós divulgamos muito as dicas para evitar que mais pessoas fossem vítimas”, completa. 

A aproximação da polícia com os bancos e com as empresas de aplicativo de relacionamento também foi fundamental para dar mais agilidade nas apurações. “Conseguimos nos aproximar de forma gradativa desses aplicativos que ficam no exterior. Antes, não havia um meio para que pudéssemos entrar em contato com eles.” Com essa conexão direta, foi possível realizar prisões estratégicas de pessoas que tinham a função de “iscas”, ou seja, de atraírem as vítimas. 

“Todas estas medidas foram fundamentais para garantir a queda. A gente trabalha dia e noite para garantir que aqui em São Paulo os sequestradores não fiquem impunes”, declara o delegado. 

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Dicas de segurança para não cair em golpes

Para que as pessoas que usam os aplicativos de relacionamento não caiam em golpes é importante ficar atentas a algumas dicas, como:

- Sempre fazer uma chamada de vídeo com a pessoa para se certificar de que ela é a mesma que aparece no perfil;

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- Não passar dados pessoais durante as conversas nestes aplicativos, como, por exemplo, local onde mora, onde trabalha e informações sobre situação financeira; 

- Pesquisar as pessoas com as quais mantém contato nas redes sociais e desconfiar de perfis criados há pouco tempo ou com pouca informação;

- Realizar o encontro em um local público. É importante frisar que, se durante as conversações para o encontro houver mudança do local público para outro lugar, não é recomendado ir. Isto pode ser um artifício para atrair a vítima para o sequestro.

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