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Cotidiano
Juntos há 17 anos, o casal assumiu a função de cuidar de mais uma vida há 8, quando o então pequeno Gabriel entrou em suas vidas
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| Divulgação/PMS
Na casa da "família Joy", como se denominam, este domingo é sinônimo de festa em dobro. Os porta-retratos na estante da sala revelam a existência de dois papais orgulhosos do papel que exercem, que viajam com o filho, o levam para comer fast food e que lhe ofereceram, mesmo antes de assumirem a função paterna, uma festa de aniversário com tema de super-herói.
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Enquanto muitas famílias brasileiras são tocadas apenas pela figura materna, Gabriel dos Santos Oliveira, de 13 anos, tem o privilégio de poder dizer que tem dois ‘protetores’: Enock Soares da Silva Júnior, 38, e Leandro Soares Evangelista Alves, 35. Juntos há 17 anos, o casal assumiu a função de cuidar de mais uma vida há 8, quando o então pequeno Gabriel entrou em suas vidas.
“Quando nós tínhamos uns três anos de relacionamento, eu senti essa vontade de ser pai”, diz Enock. “Mas eu achei que ainda não estávamos preparados, então deixamos para lá”, completa Leandro. Despretensiosamente, o casal já frequentava a casa da tia do menino, que morava perto da família de Leandro. Porém, num certo dia, ela expressou o desejo deles se tornarem padrinhos do garoto. "A gente levou ele para passear no shopping. Eu senti e falei: “é ele!”, revela Enock.
Pelo consentimento da tia, que já havia adotado outros três irmãos do garoto, o processo de adoção foi tranquilo. Com Gabriel em casa, as coisas mudaram. “Nós tínhamos uma vida totalmente diferente. A gente viajava um pouco mais, éramos mais de balada. Quando o Gabriel veio, mudou no sentido de ter mais responsabilidade, porque você tem que cuidar, fazer comida, comprar leite, arrumar a roupa, o cabelo, levar para a escola, futebol. Quando você se torna pai, por mais que você pense em si, sempre pensa no filho primeiro”, afirma Enock.
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Apesar de tantas responsabilidades sérias, Enock diz que os momentos de descontração e brincadeira também entraram na rotina: as atividades vão desde o campeonato de ping-pong entre os pais e o filho até a sessão de cinema na sala de casa. No calor, a reunião é na piscina e o passeio acontece na praia, na companhia dos dois cães da família. “Por mais que a gente estude e trabalhe, buscamos sempre dar bastante atenção a ele, estar presente, cultivar o momento. Quando estamos nós três, tentamos ao máximo fazer dali uma boa lembrança”.
Por mais que a família seja exemplo de respeito, amor e dedicação, o preconceito ao redor "dos Joy" ainda existe. “Nós temos que passar para o Gabriel que isso é irrelevante, que o importante está dentro da nossa casa, o amor que a gente vive, o carinho que temos um pelo outro”, explica Leandro. “A gente tenta ensinar, mudar a forma de pensar das pessoas, mostrar que isso não é errado”, completa o menino.
O esforço dos pais é reconhecido pelo garoto, apegado aos ‘protetores’ mesmo na fase mais complicada da adolescência. “Eu simplesmente me sinto abençoado. Falo para todo mundo que eu tenho os melhores pais do mundo”, diz. “Agradeço por tudo o que eles fizeram por mim, pelos esforços, pelas noites choradas, por sempre pensarem em mim. E agradeço a Deus por tê-los na minha vida”, completa.
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*Kauany Priscila da Silva
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