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Cotidiano

Fraude: falso médico de SP chegou a examinar mães de recém-nascidos

A empresa que contratou Gerson Lavísio revelou que ele apresentou documentos para exercer a profissão em uma UPA

22/03/2022 às 11:27  atualizado em 22/03/2022 às 12:13

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Falso médico aparece em fotos na região de Sorocaba

Falso médico aparece em fotos na região de Sorocaba | Reprodução

Novos desdobramentos da investigação que apura a atuação do falso médico Gerson Lavísio revelam fotos nas quais ele aparece ao lado de bebês na região de Sorocaba, no interior paulista. Ele foi preso depois de socorrer uma vítima de um acidente na via Dutra, o que resultou em risco de amputação da perna do paciente. 

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As novas imagens descobertas nesta semana foram feitas há pelo menos sete anos. Em uma delas, Gerson aparece ao lado de uma bebê vestida de roupa rosa, em 2015. A mãe da menina que não quis dar entrevista, mas disse que o homem chegou a fazer exames nela se apresentava como estudante de medicina. À época, ele foi proibido por outra médica de circular na unidade.


A foto em que o falso médico aparece com a menina foi tirada em um leito de um hospital da rede Notre Dame Intermédica em Sorocaba, atual responsável pelo Hospital Samaritano. Procurada, a empresa afirmou que não geria a unidade naquele período. 

"Atualmente, realizamos um processo de governança que inclui dupla checagem de documentações (diploma, registro em conselho de classe, título de especialista) do nosso corpo clínico no início da atuação dos médicos nas nossas unidades. Além disso, periodicamente atualizamos essa checagem do corpo clínico", escreveu.

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Já em outra imagem, aparece no lençol a escrita "CHS", uma sigla do Conjunto Hospitalar de Sorocaba. A Secretaria de Saúde do Estado afirmou que não encontrou nenhum registro de profissional com o nome de Gerson.

"O Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) informa que não foi encontrado registro de contratação com os nomes mencionados pela reportagem em seu banco de dados. É importante reiterar que toda admissão de médicos é realizada mediante análise de documentação pessoal, juntamente ao CRM dos profissionais."


Também foram encontradas fotos nas quais o rapaz usa um jaleco com o nome da PUC-SP, ao lado de pacientes. Contudo, a instituição nega que ele tenha estudado medicina em suas unidades, conforme apurado pelo "g1".

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"A pessoa que se apresenta como Gerson Lavísio ou Murilo Lavísio nunca foi aluna da PUC-SP. Lamentamos profundamente que ele tenha conseguido utilizar um jaleco com o brasão desta universidade e se aproveitado do acesso público à biblioteca deste campus para fins ilícitos, que, inclusive, colocaram a vida e a saúde de seres humanos em risco", detalhou a instituição em nota.

A Secretaria de Saúde de Votorantim, cidade que também fica no interior do Estado, reconheceu que, em 3 de março, Gerson atendeu cinco pessoas durante duas horas de plantão em uma unidade de saúde. Destes, dois não foram mais encontrados e três receberam novamente atendimento médico.

De acordo com a prefeitura da mesma cidade, o homem conseguiu atuar como médico na UPA porque era funcionário da Cirmed Serviços Médicos Ltda, que prestava serviços para o município, mas que ele não era servidor público.

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Na época,  os médicos da unidade desconfiaram de inconsistências nas fichas produzidas por Gerson e questionaram sua atuação. Ele deixou o local e não foi mais visto nas dependências da UPA.


"Os pacientes foram reavaliados e os representantes da UPA e da Secretaria de Saúde de Votorantim notificaram oficialmente o Cremesp. Encaminharam as fichas de atendimento e as receitas médicas.

Paralelamente, a entidade também recebeu uma notificação extrajudicial de um assessor jurídico da Secretaria de Saúde. A partir da denúncia da Secretaria de Saúde, uma fiscal do Cremesp esteve na UPA. A profissional averiguou todas as ações tomadas em relação ao caso", completou a prefeitura.

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A Cirmed revelou que Gerson tentou novamente exercer a medicina irregularmente e chegou a apresentar documentos para atuar junto à empresa.


"Em seu primeiro dia, por volta das 7h, o falsário se apresentou no plantão para assinar a contratação e iniciar os serviços. Todavia, ao ser recebido pelo médico coordenador local da Cirmed, foi solicitado ao mesmo que apresentasse os documentos originais para a conferência e assinatura da contratação, conforme procedimento padrão. Sem apresentar os documentos, e desrespeitando a ordem superior, o falsário evadiu-se do local", informou a companhia.


"Ao verificar a falta da assinatura da contratação, acabou-se por desmascarar a fraude, quando, interpelando o falsário pelos documentos originais para assinatura do instrumento contratual, preferiu evadir do local. A Cirmed informa que está apurando os fatos e convocará todos os envolvidos que possam dar informações do falsário para a devida representação criminal. Lamentável ainda a reincidência da fraude, evidenciando falha no sistema de repreensão criminal da repugnante conduta, permitindo mais esta infeliz tentativa de fraude. Infelizmente também fomos vítima de mais uma tentativa de fraude deste criminoso, que continua solto", completou a Cirmed.

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O que diz a CCR RioSP


Com relação ao acidente ocorrido na Rodovia Presidente Dutra no dia 13 de março, a CCR RioSP afirma que não houve amputação da vítima.


"A vítima teve o pé esquerdo lacerado e esmagado na batida e, após o desencarceramento realizado com apoio de equipe do Corpo de Bombeiros, foi encaminhada com os membros inferiores, à Santa Casa de Lorena. Isto pode ser confirmado pela nota oficial emitida pelo estabelecimento hospitalar. O paciente deu entrada no hospital com os membros inferiores visíveis.

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E, após avaliação multiprofissional, foi encaminhado para o Centro Cirúrgico para um procedimento de emergência. Fica claro que a decisão sobre a cirurgia ocorreu após a entrada no hospital, sob exclusiva responsabilidade da equipe da Santa Casa de Lorena, não havendo portanto qualquer procedimento de amputação no local do acidente seja pelo falso médico ou qualquer outro profissional envolvido na ocorrência.


Adicionalmente, é importante atentar para o relato do médico da ENSEG, empresa contratada pela concessionária, responsável pelo atendimento. Em nenhum momento de todo o procedimento de resgate da vítima houve procedimento de amputação."

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