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Cotidiano

Fora da prisão, Suzane Richthofen abre MEI e vende chinelos a R$ 180

Até a tarde desta quarta, a conta já possuía quase 7 mil seguidores; na terça, eram cerca de 3 mil

08/02/2023 às 22:33  atualizado em 08/02/2023 às 22:37

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Na descrição, a página afirma que se trata de um comércio de 'produtos feios à mão'

Na descrição, a página afirma que se trata de um comércio de 'produtos feios à mão' | Marcelo Goncalves/Sigmapress/Estadão

Vinte anos depois do assassinato dos pais, Suzane von Richthofen deixou a prisão em janeiro após a Justiça de São Paulo conceder a ela a progressão ao regime aberto. 

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Fora da cadeia, ela abriu um registro de MEI (Microempreendedor Individual) cuja atividade principal é de promoção de vendas especializado na confecção de peças de vestuários. O município que ela declara como sede do negócio é Angatuba, a cerca de 200 km de São Paulo. 

Essa é a cidade do empresário Rogério Olberg, que Suzane começou a namorar em 2016. Entre os poucos seguidores da página "Sú Entre Linhas", criada nesta semana no Instagram e atribuída à ex-detenta, está Josiely Olberg, irmã de Rogério e de quem Suzane se aproximou desde o início do relacionamento.

Na descrição, a página afirma que se trata de um comércio de "produtos feios à mão", com sede em Angatuba e monitorado por uma pessoa chamada Josiely, também responsável pelas solicitações e encomendas. 

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A reportagem entrou em contato por meio do telefone informado, que confirmou que os produtos são confeccionados por Suzane. Nem na página do Instagram nem na troca de mensagens com a reportagem, Josiely informou seu sobrenome. 

Além de Josiely, a página também segue páginas como @su_perfeita e @mensagem.de.gratidao. Entre os produtos anunciados estão chinelos customizados que variam entre R$ 150 e R$ 180. 

Até a tarde desta quarta (8), a conta já possuía quase 7.000 seguidores -na terça, eram cerca de 3.000. 

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Após a repercussão, diversas páginas chamadas "Sú Entre Linhas" surgiram. A conta original postou um Stories (post temporário) para alertar aos seguidores que é a única oficial. Além disso, uma "caixinha de perguntas" foi aberta para os seguidores tirarem dúvidas a respeito dos produtos e confecções. 

"Apenas dúvidas relacionadas à loja e à página serão respondidas. Quaisquer outros assuntos serão ignorados", especificou a página. Porém, as questões não se restringiram aos produtos. 

Um dos seguidores questionou se Richthofen se envolve pessoalmente pela produção das peças. "Sim", explica a página. "Suzane é responsável pela produção das peças, porém as páginas (insta, face e wpp) são administradas por mim, Josiely." 

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Entre os comentários dos seguidores estão mensagens que encorajam o negócio de Suzane. "Espero que as vendas estourem e você consiga uma nova vida", diz um seguidor. Outros ironizam com recados como "os preços vão matar a concorrência" e "esse valor tá de matar, vai vender tudo numa paulada só". 

O assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, em 31 de outubro de 2002, chocou o país. Na época, Suzane von Richthofen tinha quase 19 anos e era estudante de direito da PUC-SP.

Segundo a investigação, ela abriu a casa para o namorado, Daniel Cravinhos, e um irmão dele, Cristian, golpearem o casal. Inicialmente, a polícia acreditava se tratar de um caso de latrocínio (roubo seguido de morte). Porém, a casa não tinha sinais de arrombamento, e tanto o alarme quanto o sistema interno de vigilância estavam desligados. 

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Dias após o crime, a compra de uma moto com parte do valor paga em dólares levou a polícia a desconfiar dos irmãos. Suzane, Daniel e Cristian foram presos e confessaram ter planejado e matado o casal. 

Suzane foi condenada em 2006 a quase 40 anos de prisão e estava desde 2015 no regime semiaberto, no qual a execução da pena é realizada em colônias agrícolas, industriais ou em estabelecimentos similares. 

Já no regime aberto o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.

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Também em janeiro, o Ministério Público de São Paulo informou que iria recorrer da decisão que autorizou o regime aberto para Suzane. A defesa dela declarou que o processo corre em segredo de Justiça, e, por isso, é "sigiloso em toda sua tramitação e desdobramentos".

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