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Cotidiano

Festas juninas presenciais voltam a São Paulo após dois anos

Eventos terão comidas típicas e shows; infectologista recomenda avaliar o risco antes de ir

23/05/2022 às 11:19  atualizado em 23/05/2022 às 11:25

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Festa Junina

Festa Junina | Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Depois de um hiato de dois anos, quadrilha, doce de milho e quentão vão voltar a São Paulo. Com a melhora da pandemia de Covid-19 no país, a cidade se prepara para o retorno presencial das festas juninas (e julinas) e das quermesses.

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Mesmo com o fim dos protocolos sanitários, porém, médicos ainda recomendam alguns cuidados para quem quiser frequentar as celebrações —incluindo o uso de máscaras.

Ainda que com precauções, quem gosta das tradicionais festas dos próximos meses está animado com o retorno. "No ano passado fizemos a quermesse no drive-thru, mas foi pequena, mais para não apagar a chama da festa e para os nossos colaboradores não ficarem desanimados", diz Daniel Rascikevicuis do Amaral, responsável pela comunicação Quermesse da Igreja do Calvário, em Pinheiros (zona oeste).

O evento voltará ao formato presencial, com shows e guloseimas típicas das festas caipiras, como pinhão, milho verde, curau, pamonha, quentão, vinho quente, bolos, doce de abóbora, canjica, arroz-doce, fogaça, sanduíche de pernil, caldos e churrasco, além de tempurá, estrela da barraca nipobrasileira.

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O ingresso de R$ 20 dará direito a participar do sorteio de prêmios. Embora não haja mais exigência oficial, a organização do evento orientará que quem trabalhar na festa use máscara, touca e luvas descartáveis.

Localizado na zona norte paulistana, o CTN (Centro de Tradições Nordestinas) deverá receber uma das maiores comemorações da cidade, o São João de Nóis Tudim —que vai misturar as festas juninas caipiras do interior de São Paulo com os grandes festejos de São João do Nordeste brasileiro.

"A volta da festa é um marco na história de São Paulo e do Brasil. Já foram confirmados mais de 33 festejos juninos pelo país e é bom a gente fazer parte", diz Christiane Abreu, presidente do CTN.

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"Nós somos cobrados pelo São João, que é a grande festa do Nordeste, riquíssima de cultura e experiência gastronômica", afirma Abreu.

O evento acontecerá de 4 de junho a 31 de julho, com mais de cem atrações, entre shows, personagens interativos, festival de quadrilhas e missas —Circulador de Fulô, Banda Bicho de Pé, Fernanda Guimarães, Banda Arriba Saia e Trio Dona Zefa são alguns dos confirmados.

Na Arena dos Estados, a gastronomia apresentará pratos típicos de diversas regiões do país, como, por exemplo, moqueca de sururu (Alagoas), carne de sol com mandioca (Rio Grande do Norte), jabá com jerimum (Sergipe), buchada de bode (Paraíba) e picanha à brasileira (São Paulo).

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Na Vila dos Sabores, as pessoas poderão encontrar as comidas típicas de quermesse —cocada, pamonha, paçoca, maçã do amor, além de espetinho de carne de sol com queijo coalho e muitos outros. Para beber, o cardápio de opções inclui choconhaque, quentão, vinho quente e o chá de amendoim.

Para Rodrigo Augusto Prando, sociólogo e cientista político da Universidade Presbiteriana Mackenzie, num primeiro momento, a volta das festas juninas, julinas e quermesses trará de volta a possibilidade de restabalecer os laços de sociabilidade e contato humano, que a pandemia de Covid-19 interrompeu.

"O segundo elemento fundamental é o sentido da esperança, de perceber que talvez o período mais duro e difícil da pandemia tenha chegado ao fim e as pessoas nutrem a esperança de que a vida cotidiana volte ao normal", afirma Prando.

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"O terceiro ponto é que, em muitas regiões do país, especialmente no Nordeste, as festas juninas têm um aspecto de geração de renda, movimentação da economia —a produção de alimentos, as bandas, roupas típicas. Tudo isso para algumas regiões que têm a tradição de comemoração das festas e dos santos do catolicismo, especialmente nesses meses mais frios", diz o sociólogo.

Além das músicas e danças típicas, shows sertanejos e com sanfoneiros, sorteios e a quadrilha junina com um típico casamento caipira, o Arraiá de Moema (zona sul) terá a participação do Sebrae, que proporcionará duas mentorias gratuitas de marketing e finanças para os comerciantes presentes.

"Estamos muito felizes com a retomada após dois anos, e ter o apoio do Sebrae é maravilhoso para nossos comerciantes que precisavam desse auxílio no pós-pandemia", afirma Mariana Ribeiro, uma das idealizadoras da festa.

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O arraiá também contará com espaços pet e kids, estacionamento nas proximidades, banheiros químicos, segurança, bombeiros e serviço médico.

Duas festas promovidas pela Paróquia de Nossa Senhora Achiropita vão movimentar a Bela Vista, na região central. A junina, nos próximos dias 10 e 11, terá a apresentação de quadrilhas, brincadeiras, correio elegante, comidas e doces típicos, um bazar e uma ação entre amigos com a premiação dos vencedores.

Já a tradicional festa italiana será de 6 de agosto a 4 de setembro e contará com uma novidade. O delivery, adotado em 2020 e 2021 por causa da pandemia, caiu no gosto da população e será mantido para atender o público que por algum motivo não quiser participar presencialmente. Segundo a relações públicas do evento, Maria Emília Conte Moitinho, as compras dos produtos serão feitas por um aplicativo que está em fase de desenvolvimento.

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Para o infectologista Evaldo Stanislau de Araújo, da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas de São Paulo, com o atual cenário epidemiológico, a probabilidade de contrair Covid-19 está menor. Porém, cada pessoa deve fazer uma avaliação de risco antes de ir a festas com muitas pessoas.

"Se estamos vacinados, com as doses do sistema habitual e de reforço, o risco de internação e morte é pequeno. A segunda avaliação é se a pessoa tem alguma condição de saúde ou está numa faixa etária em que, caso se infecte, possa ter complicação da Covid. Se ela achou que o risco é pequeno e quer correr, vá e assuma a responsabilidade", pondera o médico.

Mesmo com altas pontuais das médias móveis de casos e de mortes, o Brasil passa por uma fase melhor, com números menores do que os registrado no pico da doença. Mas essa circulação viral menor não anula a possibilidade de um aumento de casos em maio, julho e junho, segundo o médico. Por isso, alguns cuidados seguem recomendados, diz ele.

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"Além das vacinas, o uso de máscara é essencial se você vai frequentar um lugar aglomerado, ainda que seja ao ar livre, mas que tenha o consumo de bebidas e comidas em ambientes onde as pessoas têm proximidade", afirma.

AGENDA

São João de Nóis Tudim
Datas e horários: de 4 de junho a 31 de julho, aos sábados e domingos, das 11h às 22h —após o horário, a programação seguirá com os shows e as atrações do Sabadaço até 4h
Local: rua Jacofer, 615, bairro do Limão (estacionamento no local)
A entrada será gratuita para o São João de Nóis Tudim e o Sabadaço, mas haverá atrações cobradas na festa
Informações pelo site www.ctn.org.br

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Quermesse do Calvário
Datas e horários: de 28 de maio a 3 de julho, aos sábados, das 17h30 às 23h30, e domingos, das 17h30 às 22h30
Local: rua Cardeal Arcoverde, 950, na igreja São Paulo da Cruz, em Pinheiros
Ingressos: R$ 20

Arraiá de Moema
Datas e horários: 4 de junho (sábado), das 10h às 22h, e 5 de junho (domingo), das 10h às 20h
Local: praça Nossa Senhora Aparecida, em Moema
Entrada gratuita

Festa Junina da Paróquia de Nossa Senhora Achiropita
Dias e horários: 10 e 11 de junho, na sexta, a partir das 19h30 e sem horário para acabar, e sábado, das 10h às 20h
Local: rua Treze de Maio, 478, na Bela Vista
Entrada gratuita, mas os convites para a ação entre amigos serão vendidos a R$ 30

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Festa de Nossa Senhora Achiropita
Dias e horários: 6 de agosto a 4 de setembro, aos sábados, das 18h às 24h, e domingos, das 17h30 às 22h30.
Local: rua Treze de Maio, da rua Manoel Dutra até a rua Conselheiro Carrão, além de uma parte das ruas São Vicente e Dr. Luís Barreto, na Bela Vista
Informações sobre os dois eventos podem ser obtidas pelo telefone 11 3106-7235

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