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Cotidiano
Considerada invasora, espécie não tem predadores naturais conhecidos no Brasil e oferece risco à vida marinha do ecossistema local e à saúde humana
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Dos 11 animais registrados em Noronha, de dezembro de 2020 até agora, 6 acabaram capturados | /Winston
O arquipélago de Fernando de Noronha registrou dez ocorrências de peixes-leão em um intervalo inferior a dois meses. As mais recentes ocorreram na última quinta-feira (9).
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Considerada invasora, a espécie não tem predadores naturais conhecidos no Brasil e oferece risco à vida marinha do ecossistema local e à saúde humana.
Os dados são do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que também catalogou uma aparição no país em dezembro do ano passado. O peixe é endêmico de regiões banhadas pela confluência do oceano Índico com o Pacífico (Indo-Pacífico).
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Dos 11 animais registrados em Noronha, de dezembro de 2020 até agora, 6 acabaram capturados, 4 deles no mês passado. Outros 4 foram somente avistados: 2 nesta quinta, 1 na quarta (8) e outro em agosto, além de uma suspeita também em agosto.
Chefe do ICMBio em Fernando de Noronha, a analista ambiental Carla Guaitanele afirmou que os animais capturados estão congelados para serem enviados para pesquisa na UFF (Universidade Federal Fluminense), para que seja identificada a real origem dos peixes.
Pesquisadores estimam que a ocorrência da espécie no oceano Atlântico pode ter tido origem a partir de animais soltos na Flórida (EUA) há pelo menos 30 anos, o que teria resultado numa migração para a região banhada pelo mar do Caribe.
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"Tudo ainda é muito incipiente, pois ainda estamos no estágio de investigação, que vai ser mais desenvolvida com a pesquisa", afirmou. "Ainda não dá para saber se o animal já está estabelecido em Noronha, se já se reproduziu, se está apenas de passagem ou se chegou por uma corrente", disse.
A cada aparição do peixe, de acordo com a analista, é feita uma identificação no mapa com o local onde o animal foi registrado. Se capturado, é feita a medição, pesagem e uma análise da correlação entre os exemplares retirados da natureza.
Conforme Guaitanele, a presença do peixe-leão no país pode trazer um desequilíbrio ambiental. "Como se trata de uma espécie invasora, os animais locais ainda não sabem como lidar com ela, o que pode causar uma interferência negativa no ecossistema."
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A espécie pode comer outro animal quase do próprio tamanho, alimentar-se de 20 pequenos peixes em meia hora, e a fêmea consegue pôr cerca de 30 mil ovos.
Além disso, o contato de seres humanos com o peixe-leão, que possui 18 espinhos venenosos, pode causar dor, náusea e até convulsões.
"Por isso, pedimos às pessoas que evitem contato com esse tipo de peixe, a não ser aquelas que tenham sido capacitadas para isso", afirmou. "Pedimos que, se estiverem com equipamento adequado, ao avistarem o animal, façam a captura. Caso contrário, que façam uma marcação."
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Segundo a analista, três equipes de mergulhadores já passaram por treinamento do órgão para capturar a espécie em Fernando de Noronha. No próximo mês, um especialista do Caribe deverá chegar ao Brasil para realizar uma capacitação de nível mais avançado.
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