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Cotidiano
Em entrevista à Gazeta, o vice-governador explicou a mudança da sede do governo para o centro de SP e anunciou resultados do Hub de Cuidados com Cracks e Outras Drogas
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O vice-governador Felicio Ramuth durante entrevista à Gazeta | Ettore Chiereguini/Gazeta de S.Paulo
Nesta semana, em que se completou um ano do funcionamento do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas no centro da Capital, o Governo de São Paulo anunciou que pretende transferir as principais pastas da gestão estadual para a região central da maior cidade do País. Ambos os temas foram detalhados pelo vice-governador Felício Ramuth (PSD), em entrevista exclusiva no podcast De Olho no Poder, da Gazeta.
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“O governo do Estado quer dar uma atenção especial ao centro. Isso vai colaborar muito com a reurbanização da região central. O centro tem que se ressignificar”, afirmou Ramuth aos jornalistas Bruno Hoffmann e Matheus Herbert.
Segundo o vice-governador, a mudança da sede do governo para o bairro dos Campos Elíseos foi anunciada após um estudo técnico contratado junto à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontar a viabilidade da iniciativa. A intenção é que 20 mil servidores passem a trabalhar na região, além de atrair novas moradias para o entorno do Parque Princesa Isabel.
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O vice do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que a ideia de criar uma esplanada no centro de São Paulo já havia sido detalhada por Guilherme Afif Domingos, atual secretário estadual de Projetos Estratégicos, durante a campanha de 2022, e Tarcísio levou à frente logo após tomar posse como governador.
Felício revelou que o projeto é de médio e longo prazos, e que o pontapé já foi dado. O governo lançou em março o Concurso Público Nacional de Arquitetura para selecionar o projeto que irá servir de base para a construção da nova sede administrativa.
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“No passado tivemos cenas muitos ruins por ali, que envolviam milhares de usuários de drogas. Esse entorno do Parque Princesa Isabel vai se tornar uma grande esplanada com construções de prédios, vai virar um grande complexo. Dessa maneira vamos poder concentrar os equipamentos públicos e moradias na região”, afirmou ele.
Após uma consulta pública, o projeto será estruturado para a realização do leilão da Parceria Público-Privada responsável pela construção da nova sede – em troca, a empresa integrante da PPP poderá construir prédios residenciais para várias faixas de renda. O cronograma prevê que o edital e o leilão do PPP ocorram em 2025. A assinatura do contrato deve acontecer no segundo semestre do ano que vem.
Já o Palácio dos Bandeirantes, no bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, vai continuar a ser a residência e o gabinete oficiais do governador paulista, mas ele também terá uma estrutura no centro de São Paulo.
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“No Palácio dos Campos Elíseos teremos escritórios do governador. Não necessariamente será o gabinete do governador, mas o palácio pode ser utilizado. A residência e o gabinete oficiais permanecem onde estão, no Palácio dos Bandeirantes”, afirmou.
O concurso arquitetônico terá o resultado revelado em 2 de agosto próximo. O prêmio ao escritório vencedor será de R$ 850 mil.
Existe uma ideia inicial de entregar as mudanças para 2029, mas isso ainda vai ser decidido mais para a frente. “Estamos com o Afif desenhando a modelagem do negócio, seja do ponto de vista financeiro, seja do ponto de vista técnico”.
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Segundo ele, a PPP vai ser responsável pela manutenção de todos os prédios, seja em questões estruturais, seja em temas mais simples, como a ajuste em um elevador.
O vice-governador celebrou durante a entrevista o aniversário de um ano do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas, que funciona em um prédio de três andares no centro da Capital. Segundo ele, os resultados estão sendo bastante satisfatórios. Ele é coordenador do programa.
Ramuth afirmou que para desenvolver o hub – um concentrador de serviços para usuários de drogas – ouviu especialistas de várias correntes políticas.
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“Se juntarmos especialistas nesse tema vai ter cinco opiniões diferentes. Então pegamos as opiniões que eram comuns, de tudo aquilo que as pessoas citavam como importante para ser feito, independente do viés ideológico. E escutei todo mundo: o Padre Júlio [Lancelotti], o [deputado estadual Eduardo] Suplicy. Escutamos a todos”, garantiu.
Ao analisar os dados, ele percebeu que não havia informações de programas de outras gestões municipais em relação à cracolândia, e essa situação começou a mudar.
“Hoje, todo atendimento que a gente faz está registrado. A Unifesp tem uma pesquisadora responsável pelo depositório de dados, além de fazer a análise crítica dessas informações. Esses dados vão servir para agora e para qualquer administração futura”, afirmou.
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Ramuth revelou que já houve 28 mil atendimentos, principalmente das cenas abertas de uso de droga do centro. Ele disse também que já houve mais de 11 mil internações, seja em hospital especializado, seja em acolhimento em comunidades terapêuticas.
“É muito raro que alguém abandone o vício na primeira internação. Normalmente são duas ou três internações, ou até mais. E estamos lá para oferecer o serviço quantas vezes forem necessárias”, explicou.
“O hub tem dado grandes resultados. Estamos comemorando um ano com alegria de ver muitas vidas restabelecidas”, completou.
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Segundo o vice-governador, as cenas abertas de uso atualmente têm cerca de 400 usuários de drogas pela manhã, vai aumentando durante a tarde até chegar a 1.100 à noite. “Já foi bem mais. E hoje sabemos exatamente quem está ali”.
Vinte pessoas por dia em média são tiradas das ruas do centro para internação. Porém, há também um fluxo de usuários novos que chegam diariamente à cracolândia.
Na questão da segurança pública, Ramuth garantiu que houve uma redução de roubos de 45% e de furto de 35% no centro de São Paulo se comparado ao mesmo período do ano passado.
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“Isso ainda não é percebido pela população em geral, mas quem convive no centro já sentiu a mudança”, explicou.
“Converso com representantes dos comerciantes do centro, e eles já reconhecem a mudança grande em relação à segurança”, completou.
Questionado se a principal dificuldade eleitoral do prefeito Ricardo Nunes (MDB) ser a questão do centro, Ramuth afirmou que a população precisa voltar a frequentar mais o centro e conversar com os moradores e comerciantes da região para ver que o local tem vivido dias melhores.
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Uma reportagem da Gazeta, porém, revelou que ruas do centro têm perdido comerciantes.
“Temos que separar o joio do trigo e saber quem é o usuário e quem é o traficante. Tenho convicção que ao longo dos próximos três anos continuaremos tendo resultados muito positivos para aquelas pessoas e para toda a sociedade. Queremos devolver o centro para o cidadão de bem", disse.
Ele também garantiu que o prefeito e o governador vão fazer um anúncio em breve com mais novidades para a região central, e lembrou que o governo criou o Distrito Turístico do Centro, para aumentar o envio de recursos para os bairros do entorno.
Com a possibilidade de Tarcísio concorrer à presidência da República em 2026, Ramuth descartou a possibilidade de buscar o cargo de governador paulista nas próximas eleições estaduais. Ele também disse que Tarcísio não trata sobre o tema em reuniões internas.
“Ele não perde um segundo com essa pauta de presidência da República. Posso testemunhar, convivendo com o governador Tarcísio, que ele não dedica um segundo sequer nesse tema. O foco dele é entregar os compromissos que a nossa chapa fez na campanha”.
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