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Cotidiano

São Paulo registra dois casos autóctones de febre Oropouche

No interior paulista, duas mulheres foram diagnosticadas com o vírus e estão curadas

Hebert Dabanovich

02/08/2024 às 11:11  atualizado em 14/08/2024 às 13:56

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Duas mulheres morreram no estado da Bahia nos últimos meses

Duas mulheres morreram no estado da Bahia nos últimos meses | Reprodução

O estado de São Paulo registrou os dois primeiros casos autóctones de febre Oropouche, em Cajati, no Vale do Ribeira. Informações foram confirmadas pela Secretaria Estadual da Saúde, nesta quinta-feira (1°).

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O que é caso autóctone?

Os casos autóctones são aqueles em que os pacientes são infectados pela doença no próprio local onde residem, sem histórico de deslocamento para outras regiões que tenham reincidência da doença. As duas pessoas diagnosticadas com a doença são de Cajati.

Elas tiveram evolução positiva em seus quadros de saúde e já estão curadas.

A Vigilância da Circulação Viral dos Arbovírus detectaram, por meio de exames de RT-PCR, as infecções e relataram ao Ministério da Saúde.

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O Instituto Adolfo Lutz analisou as amostras coletadas e descartou a presença de doenças como zika, chikungunya e febre-amarela.

De acordo com a Secretaria, as pacientes vivem em área rural, perto de uma plantação de bananas. Nenhuma delas viajou antes do início dos sintomas.

Como é transmitida e o que é a febre?

A febre Oropouche é transmitida, principalmente, por mosquitos. Após picarem uma pessoa ou animal infectado, os mosquitos mantêm o vírus no próprio sangue por alguns dias e, ao picarem uma pessoa saudável, transmitem o vírus para ela.

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Essa doença tem dois ciclos de transmissão, conforme o Ministério da Saúde:

  1. Ciclo Silvestre: neste ciclo, os animais, como bichos-preguiça e macacos, são os portadores do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem ser portadores do vírus. Mas o mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
  2. Ciclo Urbano: neste caso, os humanos são os principais portadores do vírus. O maruim também é o vetor principal. Além disso, o mosquito Culex quinquefasciatus (o famoso pernilongo ou muriçoca), comum em ambientes urbanos, pode, ocasionalmente, transmitir o vírus.

O Ministério da Saúde informa que os sintomas da doença são parecidos com os da dengue e da chikungunya:

  • dor de cabeça,
  • dor muscular,
  • dor nas articulações,
  • náusea
  • e diarreia.

Nenhuma morte havia sido registrada no mundo pela doença até o dia 25 de julho, quando o Ministério da Saúde confirmou o óbito de duas mulheres no interior da Bahia, que ocorreram entre maio e junho deste ano.

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Em 2024, o Brasil já registrou mais de 7 mil casos de febre de Oropouche, a maioria nos estados do Amazonas e Rondônia.

Sem tratamento específico

O diagnóstico da Oropouche envolve uma avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial. Os casos devem ser comunicados, já que a doença tem a notificação obrigatória pelo grande potencial epidêmico e a capacidade de mutação,que configura ameaça à saúde pública.

Por ser clinicamente difícil diferenciar os sintomas desta febre com os da dengue, a vigilância epidemiológica exerce papel crucial no controle, detecção e prevenção dos casos.

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Embora a Oropouche possa causar complicações sérias, como meningite ou encefalite, que afetam o sistema nervoso central, esses casos são mais raros.

A doença não tem tratamento específico, assim como a dengue. A recomendação do Ministério da Saúde é que os pacientes descansem, recebam os tratamentos dos sintomas e mantenham acompanhamento médico.

Para prevenir a doença são aconselháveis as mesmas medidas para a prevenção da dengue:

  • Se possível, evitar áreas com muitos mosquitos
  • Usar roupas que cubram o corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.
  • Manter a casa limpa, eliminando possíveis locais de reprodução de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.

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