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Cotidiano

Explosões em Brasília são fruto de ódio político, diz Moraes

Homem morreu após duas explosões em frente ao STF, por volta das 19h30, de quarta-feira

Monise Souza

14/11/2024 às 12:00  atualizado em 14/11/2024 às 12:05

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Ministro Alexandre de Moraes acredita que não foi um 'fato isolado do contexto'

Ministro Alexandre de Moraes acredita que não foi um 'fato isolado do contexto' | Agência Brasil

Para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, as explosões ocorridas na última quarta-feira (13/11), na Praça dos Três Poderes, em Brasília, é resultado do ódio político que se instalou no país nos últimos anos e não é um 'fato isolado do contexto'.

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As declarações foram feitas durante um evento no Conselho Nacional do Ministério Público, nesta quinta-feira (14/11). Moraes chegou por volta de 9h20 à sede do Ministério Público do Distrito Federal (DF), onde ocorreu o evento. A segurança do local foi reforçada pela Polícia Militar e por seguranças do Supremo.

O evento era para ser restrito aos integrantes, mas as falas iniciais foram abertas à imprensa. O ministro dedicou os dez minutos iniciais para comentar o atentado à bomba ocorrido na noite de quarta.

Fato isolado

O ministro disse ainda acreditar na pacificação do país, desde que haja punição dos criminosos, e se colocou abertamente contra a mobilização de bolsonaristas pela anistia a golpistas que participaram do ato de 8 de janeiro de 2023.

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Moraes enfatizou que ataques começaram com o chamado “gabinete do ódio” durante a gestão Jair Bolsonaro (PL). O ministro defendeu que a pacificação nacional é necessária, mas não será feita com anistia (perdão) aos criminosos.

"Não podemos ignorar o que ocorreu ontem. O Ministério Público é uma instituição muito importante, vem fazendo um trabalho muito importante no combate a esse extremismo que, lamentavelmente, nasceu e cresceu no Brasil em tempos atuais.", afirmou.

Ocorrido

Um homem morreu após duas explosões em frente ao STF, na Praça dos Três Poderes, por volta das 19h30, de quarta-feira (13/11), em Brasília. O barulho, muito forte, teve um intervalo de 20 segundos e a área foi isolada.

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Por volta das 21h30 - duas horas depois das explosões - o corpo ainda estava na Praça dos Três Poderes. A segurança foi reforçada em toda a Esplanada.

Vítima identificada

Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Civil, a identificação da vítima da explosão é o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, proprietário do veículo, que morreu nas proximidades da Câmara dos Deputados.

Ele já foi candidato a vereador na cidade de Rio do Sul, em Santa Catarina, nas eleições de 2020. Ele teve 98 votos e não foi eleito. 

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Publicações de ódio

Em suas redes sociais, ele fez publicações com referência a explosões: postou prints de conversas em um grupo de WhatsApp com ele mesmo, em que usa emojis de bombas e “desafia” a Polícia Federal a “desarmar a bomba que está na casa dos comunistas”.

Em tom de ameaça, a publicação cita ataques entre os dias 13 e 16 de novembro. Outras postagens mostram fotos dele em visita ao prédio do STF, realizada em agosto deste ano.

Sessões suspensas

A Câmara dos Deputados decidiu suspender a sessão do plenário. “Acabo de receber a confirmação do óbito. Por conta disso, vou suspender a sessão”, afirmou o 2º vice-presidente da Casa, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). 

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O Palácio do Planalto foi fechado e a área, isolada. O Senado cancelou o expediente. Ainda não há informações se a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será mantida. Lula não estava no local no momento das explosões.

Investigação

A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o caso e acionou agentes do Comando de Operações Táticas e do Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional no DF, além de peritos e do Grupo Antibombas. Por enquanto, não há informações sobre o que motivou as explosões.

Segundo a Polícia Civil, Francisco, conhecido como “Tiu França”, alugou uma casa em Ceilândia (DF) dias antes das explosões. De acordo com informações da TV Globo, foram encontrados artefatos explosivos no local, além da carteira de motorista de Luiz.

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A investigação do caso está no Supremo Tribunal Federal, e os ministros avaliam se a relatoria caberá a Moraes, já que ele comanda os processos relacionados aos episódios de 8 de janeiro de 2023.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, admitiu a possibilidade do ministro assumir a investigação caso haja conexão com estes ataques.

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