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Cotidiano
'Não podemos perfeitamente prever o dia, mas temos dito há algum tempo que estamos na janela [de um ataque]', afirmou um assessor da Casa Branca
14/02/2022 às 11:03
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin | Kremlin/Fotos Públicas
Enquanto a Ucrânia classifica os EUA de alarmistas e a Rússia chama de "especulação provocativa" os alertas americanos, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, voltou a dizer que uma invasão pode acontecer a qualquer momento.
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"Não podemos perfeitamente prever o dia, mas temos dito há algum tempo que estamos na janela [de um ataque]", afirmou neste domingo (13) à emissora americana CNN. Segundo Sullivan, a ofensiva poderia ocorrer ainda nesta semana, provavelmente com fortes ataques com mísseis e bombardeios, seguidos de movimentações de tropas terrestres.
Houve relatos de que a inteligência americana teria indicado que o ataque estaria planejado para quarta-feira (16), mas autoridades americanas não confirmaram a informação.
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A fala de Sullivan vai na mesma linha da declaração feita pelo porta-voz do Pentágono, John Kirby, à Fox.
"Não há sinais de que Putin tenha a intenção de aliviar as tensões", avaliou. "Acreditamos que uma ação militar importante pode ocorrer a qualquer momento."
O reforço nos alertas vem na esteira de um telefonema entre os presidentes Joe Biden e Vladimir Putin, neste sábado (12), vistos por alguns com otimismo e por outros com ceticismo, por ter terminado sem avanços.
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O americano manteve o discurso de uma resposta rápida e ameaças de "custos severos" a Moscou, enquanto o russo, apesar de ter dito analisar as propostas de Washington, ressaltou que elas não contemplam elementos-chave, como a não expansão da Otan, a aliança militar ocidental.
A Rússia nega intenções de invadir o país vizinho, e o assessor de Putin, Iuri Ushakov, inclusive disse que a conversa entre os mandatários teve como pano de fundo "uma pressão sem precedentes dos EUA para provocar histeria sobre a invasão russa supostamente iminente da Ucrânia".
Ainda assim, Moscou posicionou mais de 100 mil soldados e equipamentos militares em diferentes pontos próximos à fronteira, além dos exercícios na ditadura aliada de Belarus, e o Kremlin diz que pode tomar "ações militares", sem especificar quais, se o Ocidente não aceitar garantias de segurança, dentre as quais a promessa de que a Ucrânia jamais vai ingressar na aliança militar do bloco –proposta que os EUA consideram inaceitável.
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Sullivan, no entanto, defendeu os alertas americanos afirmando que Washington decidiu compartilhar publicamente sua análise para "evitar que a Rússia pegue a Ucrânia e o mundo de surpresa". O assessor da Casa Branca, por outro lado, contemporizou ao dizer que ainda é possível Putin optar pela via diplomática. "Não estou na cabeça dele."
A insistência na manutenção do diálogo foi o resultado da conversa entre Biden e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenksi –que considera os EUA alarmistas. Eles falaram por telefone neste domingo sobre a concentração de forças russas nas fronteiras do país europeu.
"Os dois líderes concordaram com a importância de manter a diplomacia e a dissuasão em resposta à concentração de forças militares russas nas fronteiras com a Ucrânia", informou a Casa Branca em um comunicado sobre o telefonema, que durou cerca de 50 minutos.
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O presidente americano, contudo, reforçou a Zelenski o que já havia dito a Putin e "deixou claro que os Estados Unidos responderão rápida e decisivamente, juntamente de seus aliados e parceiros, a qualquer agressão da Rússia à Ucrânia".
O mandatário ucraniano, por sua vez, convidou Biden a visitar a Ucrânia, dizendo estar convencido de que a chegada do americano a Kiev nos próximos dias, "que é crucial para estabilizar a situação, será um sinal poderoso e irá contribuir para a desescalada", disse Zelenski, segundo seu gabinete.
A Casa Branca não quis comentar o convite, mas a CNN, citando uma autoridade ucraniana, divulgou não ter havido resposta positiva de Biden.
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Enquanto as linhas diplomáticas seguem abertas, Kiev recebeu até agora quase 1.500 toneladas de munição de aliados, que chegaram em 17 voos, sendo que aproximadamente 180 toneladas vieram dos EUA, publicou no Twitter o ministro da Defesa ucraniano, Oleskii Reznikov.
Devido à escalada das tensões, Washington e aliados europeus têm diminuído suas equipes ou esvaziado as embaixadas, além de instarem seus cidadãos a deixarem imediatamente ou evitarem viajar à Ucrânia - alerta repetido por Sullivan neste domingo.
Assim como a Austrália, os EUA também transferiram sua equipe diplomática para Lviv, a cerca de 70 quilômetros da fronteira com a Polônia. Os funcionários americanos na Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) também começaram a deixar, de carro, a cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia, segundo uma testemunha relatou à agência de notícias Reuters.
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A organização realiza operações na Ucrânia que incluem uma missão civil de monitoramento nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, apoiadas pela Rússia.
O Canadá também realizou movimentações militares e diplomáticas, retirando temporariamente suas tropas da Ucrânia para um outro local na Europa, que não foi divulgado. O país mantém, desde 2015, 200 missões de treinamento no oeste ucraniano, e já treinou mais de 30 mil soldados.
O Ministério da Defesa canadense justificou a decisão devido ao "ambiente operacional complexo ligado à agressão injustificada da Rússia contra a Ucrânia". O país também moveu sua equipe diplomática para Lviv, suspendendo a operação na embaixada em Kiev.
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E apesar de a Ucrânia ter dito que manterá seu espaço aéreo operante, a holandesa KLM anunciou neste sábado que deixará de voar para o país, enquanto a alemã Lufthansa disse considerar suspender seus voos.
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