Estudo revela riscos à saúde de filhos de primos e questiona casamento entre eles

O casamento entre primos na Europa é permitido por lei, mas tem sido cada vez mais questionado por médicos e políticos. Eles alegam que os filhos de primos em primeiro grau são os mais propensos a sofrer com problemas de saúde.

No Reino Unido, o parlamentar Richard Holden apresentou um projeto de lei para proibir o casamento entre primos. Na Noruega esta já é uma prática ilegal, enquanto na Suécia a proibição entrará em vigor em 2026.

Um estudo liderado pelo professor emérito Neil Small, da Universidade de Bradford, na Inglaterra, recrutou mais de 13 mil bebês da cidade, entre o período de 2007 e 2010, para analisar as condições de saúde dos filhos de primos na primeira infância até o início da vida adulta. 

O estudo detectou que os pais de mais de 1 em cada 6 crianças da cidade de Bradford são primos em primeiro grau e muitas podem desenvolver transtornos recessivos, como fibrose cística ou anemia falciforme. Devido aos transtornos recessivos, inclusive, os filhos de primos podem apresentar mais problemas cardíacos, cerebrais e renais.

Os pesquisadores também analisaram que as crianças apresentaram 11% de probabilidade de serem diagnosticados com problemas de fala e linguagem, contra 7% de crianças cujos pais não têm parentesco entre si. Ainda, um terço dos filhos de primos fizeram mais consultas médicas do que os filhos de pais sem parentesco entre si.

O casamento entre primos é legal no Brasil, pois o Código Civil considera os primos parentes colaterais de quarto grau. A proibição legal de casamento só se aplica a parentes de linha reta (ascendentes e descendentes) e de linha colateral até o terceiro grau.