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Cotidiano
O restante dos resíduos, 10%, vêm dos frequentadores das praias e dos canais de drenagem da cidade
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Lixo deságua no mar de Santos por três rotas distintas: as comunidades de palafitas; os canais de drenagem e a orla da praia | Rodrigo Montaldi/Arquivo Diário do Litoral
O projeto chamado Lixo Fora D'Água, realizado pela ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), mapeou os caminhos que os resíduos terrestres percorrem até chegar ao mar de Santos e concluiu que eles desaguam por três rotas distintas: as comunidades de palafitas; os canais de drenagem e a orla da praia.
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De acordo com o levantamento, 90% do lixo coletado nas orlas das praias vêm das áreas com estrutura urbana precária. O restante, 10%, é in loco, ou seja, nas próprias praias. Quanto ao que chega pelos canais, a equipe ainda está monitorando através das 12 ecobarreiras instaladas em setembro do ano passado.
O início do monitoramento foi em 2018 e seguiu até 2020, quando a pandemia começou. Até então, os pesquisadores já sabiam que as principais fontes de vazamento de lixo no mar são as áreas sem estrutura de coleta e saneamento, como as comunidades de palafitas.
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O que o grupo não imaginava é que o problema gerado por essas regiões fosse tão grande. Eles chegaram a essa conclusão porque mesmo com as praias fechadas e sem banhistas durante o período de isolamento, o lixo, em maioria itens de consumo domiciliar, continuava chegando em grande quantidade, aponta o relatório.
"Estamos traçando um plano de ações com a Prefeitura de Santos, elencando algumas atividades, porque a prevenção ao lixo no mar, ainda mais advindos de fontes terrestres, passa por melhorar a gestão de resíduos", explica Gabriela.
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AÇÕES
A próxima fase do projeto Lixo Fora D'Água será elaborar um roteiro para combate ao lixo no mar, com foco na melhoria dos sistemas de limpeza urbana, na valorização e recuperação dos materiais (principalmente plásticos) e na disponibilização das infraestruturas necessárias para impedir que tais materiais continuem chegando nos mares.
Gabriela explica que já está em andamento um projeto piloto chamado Operação Areia Limpa, que é a auto gestão dos resíduos gerados pelas barracas de praia. Em apenas três meses, houve redução de 50% do lixo originado nos comércios de dois permissionários participantes.
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Outro piloto, chamado Beco Limpo, foi testado no Dique da Vila Gilda, em parceria com o projeto Arte no Dique.
"Nós capacitamos quatro agentes locais e foram dois meses de autogestão, mas não pudemos avançar mais por causa da pandemia, porém há previsão de retorno das atividades e de expansão do projeto".
OUTROS RESULTADOS
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A investigação também evidenciou uma queda drástica em itens como bitucas de cigarro, canudos e copos descartáveis. Em contrapartida, itens como tampinhas e lacres de garrafas plásticas persistiram.
Outros materiais também chamaram atenção, como sacolas plásticas de comércios e supermercados, hastes flexíveis, garrafas PETs, isopor, calçados e até assentos de vaso sanitário.
Indicadores internacionais mostram que cerca de 80% do lixo marinho tem origem no ambiente terrestre; e, no Brasil, de acordo com dados do Panorama da Abrelpe, mais de 2 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos vão parar nos rios e mares todos os anos, quantidade suficiente para cobrir 7 mil campos de futebol.
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Ressalta-se, porém, que esse total pode ser ainda maior já que as 30 milhões de toneladas de lixo que seguem para destinação inadequada, ou seja, lixões e aterros controlados, que ainda existem em todo o país, podem acarretar um acréscimo de 3 milhões de toneladas de lixo marinho a cada ano.
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