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Cotidiano

Estudo inédito mapeia áreas verdes escondidas na Região Metropolitana de São Paulo

Centro de Estudos da Metrópole identificou 305 espaços com algum tipo de vegetação, com destaque para terras indígenas, clubes e cemitérios

Nilson Regalado

01/09/2024 às 10:30  atualizado em 01/09/2024 às 10:33

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Estudo inédito aponta que SP possui 73,3 milhões de m² de áreas verdes informais

Estudo inédito aponta que SP possui 73,3 milhões de m² de áreas verdes informais | Rubens Chaves/Folhapress

O Centro de Estudos da Metrópole (CEM) acaba de produzir uma fotografia histórica. A base cartográfica inédita ilustra o que restou de natureza na ‘selva de pedra’.

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O documento identificou 572 áreas verdes informais na região metropolitana. Só na cidade de São Paulo foram catalogados 305 espaços com algum tipo de vegetação, nativa da Mata Atlântica ou exótica.

Somadas, essas áreas verdes informais existentes na Capital ocupam 73,3 milhões de metros quadrados, o equivalente a 73 milhões de campos de futebol.

O documento elaborado por pesquisadores do CEM indica que aldeias indígenas, clubes esportivos e cemitérios são o “pulmão” da cidade de São Paulo.

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O levantamento exclui áreas verdes formais, como o Parque do Ibirapuera, o Zoológico e o Horto Florestal. O documento também exclui a arborização de ruas, avenidas e de praças com alguma função viária, como as rotatórias.

Mas, a inédita base cartográfica produzida pelos pesquisadores do CEM inclui espaços institucionais com alguma vegetação. Esse é o caso do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, da Assembleia Legislativa e do Instituto Biológico, ambos em Moema.

A ‘fotografia’ também contabiliza espaços esportivos públicos e privados, como o Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos, e os centros de treinamento de São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Portuguesa de Desportos.

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O tradicional Clube Atlético Juventus, na Mooca, é outro exemplo de contribuição para a qualidade do ar e para o conforto térmico na Capital.

Constam na lista ainda o Clube Hípico, em Santo Amaro, a Sociedade Hípica Paulista, no Itaim Bibi, o Yacht Club, no bairro do Socorro, e o Centro Esportivo de Iatismo, na Cidade Dutra, que cumprem um papel importante para o meio ambiente local.

E até espaços culturais e educacionais com áreas verdes foram catalogados. Esse é o caso do Museu de Arte Sacra, no Bom Retiro, da Cinemateca Brasileira, na Vila Mariana, da Fábrica do Samba, na Barra Funda, e do Instituto Cardeal Rossi, no Jardim Ângela.

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“Visualmente, (essas áreas verdes informais) assemelham-se a parques ou grandes praças e certamente cumprem, na prática, as funções de amenização do microclima, de embelezamento, de absorção das águas pluviais e de abrigar a fauna de pássaros, insetos e pequenos mamíferos”, diz José Donizete Cazzolato, geógrafo e pesquisador do CEM responsável pelo trabalho.

Destaque também para os campi universitários, como o da Pontifícia Universidade Católica (PUC), na Consolação, do Centro Universitário Adventista, no Capão Redondo, e da Cidade Universitária Armando Salles Oliveira, da USP, no Butantã.

Templo Messiânico Solo Sagrado, em Parelheiros, está na relação de áreas informais na categoria religiosa/assistencial por abrigar espaços verdes. Foto: Divulgação
Templo Messiânico Solo Sagrado, em Parelheiros, está na relação de áreas informais na categoria religiosa/assistencial por abrigar espaços verdes. Foto: Divulgação
Destaque também para os campi universitários, como o da Cidade Universitária Armando Salles Oliveira, da USP, no Butantã. Foto: Jorge Maruta / Jornal da USP.
Destaque também para os campi universitários, como o da Cidade Universitária Armando Salles Oliveira, da USP, no Butantã. Foto: Jorge Maruta / Jornal da USP.
Espaços culturais e educacionais com áreas verdes foram catalogados, caso do Museu de Arte Sacra, no Bom Retiro, entre outros. Foto: Paulo César da Silva/IO
Espaços culturais e educacionais com áreas verdes foram catalogados, caso do Museu de Arte Sacra, no Bom Retiro, entre outros. Foto: Paulo César da Silva/IO
Inédita base cartográfica produzida por pesquisadores do CEM inclui espaços institucionais com alguma vegetação, como o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. Foto: Governo do Estado de São Paulo
Inédita base cartográfica produzida por pesquisadores do CEM inclui espaços institucionais com alguma vegetação, como o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. Foto: Governo do Estado de São Paulo
Levantamento contabiliza ainda espaços esportivos públicos e privados, como o Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos. Foto: José Cordeiro/ SPTuris.
Levantamento contabiliza ainda espaços esportivos públicos e privados, como o Autódromo José Carlos Pace, em Interlagos. Foto: José Cordeiro/ SPTuris.
O tradicional Clube Atlético Juventus, na Mooca, é outro exemplo de contribuição para a qualidade do ar e para o conforto térmico na Capital. Foto: Divulgação/Clube Atlético Juventus
O tradicional Clube Atlético Juventus, na Mooca, é outro exemplo de contribuição para a qualidade do ar e para o conforto térmico na Capital. Foto: Divulgação/Clube Atlético Juventus

O Templo Messiânico Solo Sagrado, em Parelheiros, a Casa Confessional das Irmãs Cabrini, no Grajaú, e o Lar Maria Albertina, no Jardim São Luiz, também foram incluídos na relação de áreas informais na categoria religiosa/assistencial por abrigarem espaços verdes.

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A Estação de Tratamento de Água Guaraú, no Bairro do Mandaqui, o Batalhão da Polícia Militar, no Rio Pequeno, o Pronto Socorro da Lapa, o Hospital Heliópolis, no Sacomã, e a Creche Baronesa de Limeira, na Saúde, são exemplos de áreas verdes existentes no “quintal” de atividades públicas.

Vegetação proeminente

E um novo tipo de área verde informal identificado como “vegetação proeminente” recebeu atenção especial dos pesquisadores do Centro de Estudos da Metrópole.

Essas são as áreas de arborização mais densa, que se destacam nas porções urbanizadas, algumas delas remanescentes de Mata Atlântica.

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Esse é o caso de um trecho junto ao Rio Aricanduva, no Bairro Cidade Tiradentes, e de outro, próximo ao Trevo Bandeirantes-Rodoanel, no Jaraguá, entre outros.

Até espaços que antes abrigaram atividades produtivas intensas, como o terreno da antiga Indústria Cisper, em Ermelino Matarazzo, e a fábrica desativada de produtos eletrônicos da Telefunken, no bairro Campo Grande.

“Ao fazermos a pesquisa para construção dessa base de dados, notamos que essas áreas merecem um olhar alternativo para a questão ambiental nas aglomerações metropolitanas”, completa Cazzolato.

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Terras indígenas

Marsilac concentra a maior área verde contínua da cidade. O distrito, que fica no extremo da zona sul, integra a Terra Indígena Rio Branco Itanhaém.

Só esse sítio tem quase 29 milhões de metros quadrados de vegetação preservada de Mata Atlântica, já na área de influência da Serra do Mar.

Em Parelheiros, a Terras Indígena da Barragem, da etnia Guarani Kaiowa, e a Aldeia Krukutu, do povo guarani, somam 821 mil metros quadrados de área verde.

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Dentre as terras indígenas da Capital, a do bairro do Jaraguá é a menor, ocupando uma área de apenas 19.284 metros quadrados, equivalente ao espaço de apenas dois campos de futebol.

Cemitérios

O documento elaborado pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM) catalogou entre as áreas verdes informais os 36 cemitérios existentes na Capital. A relação inclui o espaço arborizado no entorno do Crematório da Vila Alpina.

Somados os 572 polígonos identificados pelos pesquisadores do CEM na Região Metropolitana da Grande São Paulo, cemitérios e clubes somam 48% de todas as áreas verdes informais.

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Também foram incluídas na base cartográfica os terrenos ocupados por cinco aterros sanitários ativos e desativados.

Como “baixar”

A base contém, ainda, as unidades de conservação do tipo área de proteção ambiental. Essa tipologia é a menos restritiva do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, mas compreende grandes áreas, muitas vezes abrangendo municípios inteiros por todo o Brasil.

Construída para uso da comunidade acadêmica e escolar, a base de dados foi elaborada com apoio dos arquivos do acervo CEM, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp) com sedes na Universidade de São Paulo (USP) e no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

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O público pode acessar o documento pelo canal “Download de Dados” no site do CEM, ao selecionar no menu azul à esquerda o item “Meio Ambiente” e, em seguida, “Exibir Mais” logo abaixo do título “Áreas Verdes Informais da Região Metropolitana de São Paulo”, aqui.

Áreas verdes informais na cidade de São Paulo

Ranking Bairro área em m2
Marsilac 28.946.524
Butantã 5.260.933
Cidade Dutra 2.786.250
Parelheiros 2.253.996
Raposo Tavares 1.584.221
Jardim Ângela 1.578.859
Perus 1.533.408
Tremembé 1.516.758
Parque do Carmo 1.436.938
10º Mandaqui 1.402.703
11º Pirituba 1.376.584
12º Tucuruvi 1.343.232
13º Iguatemi 1.269.634
14º Vila Brasilândia 1.221.090
15º Campo Grande 1.154.598
16º Morumbi 1.139.736
17º Pedreira 805.029
18º Freguesia do Ó 776.991
19º Vila Carrão 764.881
20º Jardim São Luiz 747.592
21º Vila Sônia 664.589
22º Vila Andrade 662.888
23º Santo Amaro 633.927
24º Cangaíba 632.884
25º Santana 632.532
26º Jaçanã 541.154
27º Grajaú 457.366
28º Ermelino Matarazzo 450.182
29º Moema 426.291
30º Barra Funda 421.915
31º Anhanguera 405.992
32º São Miguel Paulista 397.057
33º Vila Prudente 386.133
34º Consolação 366.304
35º José Bonifácio 359.059
36º Belém 356.969
37º Pinheiros 339.852
38º Campo Limpo 313.881
39º Mooca 299.656
40º Capão Redondo 295.315
41º Vila Leopoldina 291.387
42º Jaraguá 279.428
43º Cidade Líder 271.486
44º Tatuapé 258.585
45º Socorro 243.529
46º Cidade Tiradentes 242.377
47º Cachoeirinha 240.493
48º São Domingos 238.352
49º Vila Maria 223.866
50º Pari 198.563
51º Vila Formosa 191.648
52º Itaim Bibi 175.876
53º Saúde 166.219
54º Sapopemba 152.400
55º Penha 146.270
56º Cambuci 146.137
57º Bom Retiro 139.294
58º Sacomã 131.595
59º Jardim Helena 108.476
60º Jaguaré 107.914
61º Guaianazes 103.781
62º Vila Mariana 103.649
63º Rio Pequeno 91.810
64º Lapa 91.624
65º Jabaquara 90.235
66º Jardim Paulista 87.005
67º Cidade Ademar 77.450
68º São Mateus 71.919
69º Aricanduva 59.815
70º 58.638
71º Itaim Paulista 57.083
72º Artur Alvim 52.383
73º Lajeado 49.463
74º Vila Medeiros 47.316
75º Vila Curuçá 45.337
76º Bom Retiro 39.711
77º São Rafael 37.048
78º Casa Verde 34.083
79º Ipiranga 31.094
80º Brás 29.061
81º São Lucas 25.079
82º Liberdade 23.041
83º Itaquera 22.116
84º Alto de Pinheiros 21.136
85º Ponte Rasa 20.309
86º Água Rasa 19.878
87º Vila Matilde 15.640
88º Perdizes 15.425
89º Alto de Pinheiros 14.499
90º Lapa 14.407
Total   73.347.833

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