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Cotidiano
Subutilizada, a estação funciona apenas das 10h às 15h, o que prejudica os usuários no horário de pico
23/11/2021 às 16:13
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Estação Bruno Covas-Mendes-Vila Natal | Rivaldo Gomes/Folhapress
Mesmo após ter sido inaugurada há mais de três meses, a estação Bruno Covas-Mendes-Vila Natal, da linha 9-esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), segue com um horário de funcionamento muito restrito, o que é motivo de reclamação dos moradores da região.
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Mesmo após cerca de 100 dias de testes, já que a estação foi aberta ao público em 11 de agosto, um dia após ser inaugurada pelo governador, o terminal segue operando em horário reduzido, das 10h às 15h, o que prejudica os usuários no horário de pico, que necessitam continuar a usar ônibus ou outra forma de locomoção.
Quando de sua inauguração, com cerca de cinco anos de atraso, já que estava primeiramente prevista para 2016, a estação passou a operar das 10h às 13h, sob a justificativa de que estava em período de testes para monitoramento e a adequação dos equipamentos aos sistemas de sinalização.
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A reportagem esteve na manhã desta segunda-feira (22) no local e pode notar um número baixo de usuários, o que deixa plataformas e trens vazios. O esvaziamento, que pode estar ligado ao horário de operação, também pode estar relacionado ao percurso realizado atualmente, que liga a nova estação somente até a seguinte, Grajaú, no que leva sete minutos, devido a velocidade reduzida.
Ao chegar ao Grajaú, o usuário é obrigado a descer do trem, já que ele é único e opera no sistema bate-volta, e pegar um outro vagão, na mesma plataforma, para assim conseguir seguir normalmente pela linha 9-esmeralda, que tem seu final em Osasco (Grande São Paulo).
Entre às 10h e 11h, quem passou por ali e conversou com a reportagem, criticou a demora da CPTM em liberar o funcionamento pleno do local, o que tem feito os moradores das adjacências gastarem mais tempo e dinheiro em seus deslocamentos.
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"A estação é uma maravilha, mas uma porcaria na questão do horário. Inaugura com prefeito, governador, um auê e nada do horário", disse para a reportagem a agente escolar Rosangela Vieira Barbosa, 47 anos.
Ao lado de sua filha e, junto a mais seis pessoas que estavam no mesmo vagão sentido Grajaú, onde seriam obrigados a descer e fazer a baldeação, Rosangela afirmou que o trem operando em horário de pico, sua filha não vai mais utilizar precisar do ônibus para chegar até a escola em que estuda, nas imediações da estação Autódromo.
"Minha filha entra às 8h na Etec Irmã Agostina. Ela precisa sair de casa às 6h50, pegar um ônibus até a estação Grajaú, pegar o trem e seguir. Com a estação na porta de casa, era só pegar o trem", disse Rosangela.
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A mulher ainda contou que se a filha não optar pelo transporte sobre trilhos, mesmo com a escola não tão distante de sua casa, são necessários três ônibus. "Se tivesse o trem funcionando, me ajudaria muito", disse a estudante e filha de Rosangela, Laisa Vieira Forte, 17.
Quem também se queixou da demora da CPTM em colocar o local em funcionamento total foi o desempregado Jairo Jesus Souza, 49. "Se fosse mais cedo era melhor. O pessoal da região necessita muito do trem. É uma população que carece de transporte. Ajudaria muito se já estivesse funcionando em horário de pico".
A situação vista na estação, que também passou a ser uma homenagem ao prefeito Bruno Covas, morto aos 41 anos em maio deste ano vítima de câncer, é bem diferente da que ocorreu na parada João Dias, que faz parte da mesma linha. Naquele ponto, também na zona sul, mas a primeira a ser construída pela iniciativa privada e doada ao governo do estado, a inauguração se deu no dia 5 deste mês, com operação total das 4h à meia-noite já no dia seguinte.
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Enquanto a reportagem esteve na estação Bruno Covas-Mendes-Vila Natal foi possível notar que, além de plataformas e vagões quase desertos, o local ainda passa por reformas e por alguns problemas pontuais.
Nas dependências da estação, funcionários de empresas contratadas ainda dão retoques de acabamento, como a finalização da escada de concreto que dá acesso ao local. Ainda no acesso, há uma placa destinada para deficientes visuais que, em braile, informa erroneamente o horário de funcionamento como sendo das 4h à meia-noite, o que só vai passar a acontecer com a operação total.
Já dentro da estação, das duas máquinas para impressão do bilhete digital que dá acesso às catracas, apenas uma funcionava, enquanto a outra tinha um cartaz que dizia estar em manutenção, algo comum.
A escada rolante no sentido do mezanino para a plataforma estava desligada, enquanto a que faz o sentido inverso operava normalmente na manhã de segunda-feira. Devido a essa circunstância, o usuário necessitava subir 40 lances de escada.
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Já no embarque, o usuário mais atento vai se deparar com um dos sentidos da linha férrea sem operação e com um caminhão com rodas adaptadas para andar por sobre os trilhos estacionado onde deveria passar um trem.
A espera pela composição chega a 16 minutos, uma vez que o único trem leva sete minutos até o Grajaú e mais sete para voltar, já que opera em velocidade menor do que a habitual. Os outros dois minutos são o tempo de parada para embarque e desembarque no Grajaú.
Segundo o site MetrôCPTM, através de dados obtidos por meio do Serviço de Informação ao Cidadão, a estação foi inaugurada com os sistemas de controle de tráfego e centralizado incompletos, o que estaria ocasionando o maior tempo de percurso.
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Sem muitos passageiros, a limpeza tanto da estação como dos vagões estava impecável.
Quando de sua inauguração, a CPTM informou que "a obra faz parte do projeto de extensão da linha, que prevê um investimento total de R$ 975 milhões".
Já o governador João Doria chegou a afirmar que "essa estação vai beneficiar, de imediato, 15 mil pessoas todos os dias. Ao longo de um mês, serão 450 mil pessoas e a tendência é aumentar".
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O projeto de extensão da linha 9-esmeralda ainda conta com obras na futura estação Varginha, já em direção ao distrito de Parelheiros (zona sul da capital paulista).
Em nota, a gestão João Doria (PSDB), por meio da CPTM, diz que as obras de expansão da linha 9-esmeralda estão em andamento. O projeto, com investimento total de R$ 975 milhões, prevê a construção de duas novas estações: Bruno Covas-Mendes Vila Natal, entregue em agosto de 2021, e Varginha, com previsão de entrega em 2022.
A estação João Dias contou com investimento de R$ 81 milhões, sendo R$ 60 milhões custeados pela iniciativa privada, fruto de um convênio assinado em 2014 entre a CPTM e a Brookfield Properties, e outros R$ 21 milhões de recursos da CPTM. A estimativa é que mais 110 mil passageiros passem a utilizar a linha 9 diariamente com o funcionamento integral das novas estações.
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Importante acrescentar que as obras para expansão são bastante complexas, já que é necessária a implementação de todo o sistema de energia, obras viárias e vias férreas. A estação Varginha, por exemplo, terá conexão ao futuro terminal de ônibus urbano e possuirá acessos nos dois lados da ferrovia interligando o mezanino por meio de duas passarelas, em ambos os lados garantindo acessibilidade universal.
No caso de Mendes-Vila Natal, também foi necessária a construção de via permanente, rede aérea e uma série de estruturas para o seu funcionamento, entre elas, dois viadutos rodoviários (Jacopo Torriti e Micronésia), para eliminar as passagens de nível por estarem localizados acima da via férrea, e assim melhorar os deslocamentos e garantir segurança aos passageiros na região. Por isso, a estação ainda funciona com operação monitorada e será liberada para operação integral após esse período.
A escada rolante que dá acesso à plataforma está em fase final de implantação técnica pelo fornecedor. O passageiro tem opção de utilizar o elevador. A sinalização sobre o horário de funcionamento da estação será corrigida.
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A presença dos funcionários da concessionária ViaMobilidade na estação faz parte da fase de acompanhamento dos serviços da operação dentro do previsto em contrato de concessão da linha 9-esmeralda.
No caso da estação João Dias, que foi construída entre Granja Julieta e Santo Amaro, não houve a necessidade de intervenções dessa magnitude. Por se tratar de uma estação intermediária e já contar com toda a sinalização e sistemas existentes, a implantação e a operação tornaram-se menos complexas. Por esse motivo, a estação foi liberada no dia 6 de novembro para a operação de forma integral.
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