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Cotidiano

Espécie invade Noronha e ameaça ecossistema

PEIXE-LEÃO. Considerada invasora, espécie não tem predadores naturais conhecidos no Brasil e oferece risco à vida marinha do ecossistema local e à saúde humana

11/09/2021 às 01:00

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Dos 11 animais registrados em Noronha, de dezembro de 2020 até agora, 6 acabaram capturados

Dos 11 animais registrados em Noronha, de dezembro de 2020 até agora, 6 acabaram capturados | Winston

O arquipélago de Fernando de Noronha registrou dez ocorrências de peixes-leão em um intervalo de dois meses. As mais recentes ocorreram na última quinta (9).

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Considerada invasora, a espécie não tem predadores naturais conhecidos no Brasil e oferece risco à vida marinha do ecossistema local e à saúde humana.

Os dados são do ICMBio, que também catalogou uma aparição no País em dezembro do ano passado. O peixe é endêmico de regiões banhadas pela confluência do oceano Índico com o Pacífico.

Dos 11 animais registrados em Noronha, de dezembro de 2020 até agora, 6 acabaram capturados, 4 deles no mês passado. Outros 4 foram somente avistados: 2 nesta quinta, 1 na quarta (8) e outro em agosto, além de uma suspeita também em agosto.

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Chefe do ICMBio em Fernando de Noronha, a analista ambiental Carla Guaitanele afirmou que os animais capturados estão congelados para serem enviados para pesquisa na UFF (Universidade Federal Fluminense), para que seja identificada a real origem.

Pesquisadores estimam que a ocorrência da espécie no oceano Atlântico pode ter tido origem a partir de animais soltos na Flórida (EUA) há pelo menos 30 anos, o que teria resultado numa migração para a região banhada pelo mar do Caribe.

"Tudo ainda é muito incipiente, pois ainda estamos no estágio de investigação, que vai ser mais desenvolvida com a pesquisa", afirmou. "Ainda não dá para saber se o animal já está estabelecido em Noronha, se já se reproduziu, se está apenas de passagem ou se chegou por uma corrente", disse.

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A cada aparição do peixe é feita uma identificação no mapa com o local onde o animal foi registrado. Se capturado, é feita a medição, pesagem e uma análise da correlação entre os exemplares retirados da natureza.

Conforme Guaitanele, a presença do peixe-leão no País pode trazer um desequilíbrio. "Como se trata de uma espécie invasora, os animais locais ainda não sabem como lidar com ela, o que pode causar uma interferência negativa no ecossistema."

A espécie pode comer outro animal quase do próprio tamanho, alimentar-se de 20 pequenos peixes em meia hora, e a fêmea consegue pôr cerca de 30 mil ovos.

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Além disso, o contato de seres humanos com o peixe-leão, que possui 18 espinhos venenosos, pode causar dor, náusea e até convulsões.

"Por isso, pedimos às pessoas que evitem contato com esse tipo de peixe, a não ser aquelas que tenham sido capacitadas para isso", afirmou. "Pedimos que, se estiverem com equipamento adequado, ao avistarem o animal, façam a captura. Caso contrário, que façam uma marcação."

Segundo a analista, três equipes de mergulhadores já passaram por treinamento para capturar a espécie em Noronha. No próximo mês, um especialista do Caribe deverá chegar ao Brasil para realizar uma capacitação de nível mais avançado. (FP)

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