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Cotidiano

Escola paulistana realiza projeto indigenista diferenciado

A iniciativa envolve viagens sistemáticas à aldeia indígena Rio Silveira, no litoral paulista

Diogo Mesquita

10/06/2024 às 18:14

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A Escola Teia Multicultural está situada no coração de Perdizes, em São Paulo

A Escola Teia Multicultural está situada no coração de Perdizes, em São Paulo | Reprodução

Imagine retirar seu filho da rigidez de um ambiente urbano, acinzentado e poluído, onde o concreto e o barulho dominam o cenário, e oferecer-lhe, anualmente, uma experiência verdadeiramente imersiva na natureza e na cultura de um dos povos originários do Brasil.

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A Escola Teia Multicultural, situada no coração de Perdizes, em São Paulo e, agora também, em Aljezur, Portugal, está tornando essa visão uma realidade.

O projeto

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A iniciativa envolve viagens sistemáticas à aldeia indígena Rio Silveira, no litoral paulista, onde alunos do ensino fundamental II e médio têm a oportunidade de aprender uma nova cultura diretamente com a comunidade indígena e, ao mesmo tempo, aprender a importância da preservação ambiental.

"Na Teia Multicultural, nós acreditamos que o verdadeiro aprendizado surge do contato com uma diversidade de culturas e perspectivas. Por isso, estamos comprometidos em proporcionar aos nossos estudantes experiências que não apenas expandam seus horizontes mas, que também, os reconectem com as raízes profundas de nossa identidade brasileira", explica o diretor executivo da escola, Lucas Briquez.

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Briquez vai mais além. Explica que a parceria não apenas enriquece o repertório cultural dos estudantes, mas também desempenha um papel crucial na preservação e promoção da cultura indígena, garantindo sua sobrevivência e relevância.

"Estabelecer um diálogo entre culturas tão ricas e diversas é uma forma poderosa de educação. Estamos mostrando que é possível aprender muito sem ir muito longe", complementa o diretor.

Mas a escola foi longe. A recente expansão para Aljezur reflete o compromisso da Teia Multicultural em ser uma ponte para a cultura brasileira no exterior. A Teia, em Portugal, agrega não só alunos portugueses, mas de outras nacionalidades europeias.

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“Percebemos que, depois de 18 anos, mesmo inseridos em um novo contexto territorial, o impacto transformador de nossa escola permanece muito grande. Passamos a levar o que é da nossa cultura para o novo ambiente, para estudantes de mais de 20 nacionalidades diferentes”, explica Lucas Briquez.

O diretor completa, com entusiasmo, o trabalho da Teia Multicultural em Portugal. "Ao trazer alunos estrangeiros para dentro de nosso ambiente inovador, onde arte e autoconhecimento se entrelaçam, estamos não só exportando nossa riqueza cultural, mas também introduzindo novas formas de ensino que consideram a individualidade e o contexto cultural de cada aluno", destaca.

A Teia Multicultural, localizada na Rua Apiacás, 233, está aberta para visitas de pais e estudantes interessados em conhecer de perto o projeto e as metodologias aplicadas tanto no Brasil quanto em Portugal. As visitas podem ser agendadas (11) 3872-1035.

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A aldeia

A Aldeia Rio Silveira, de povo indígena Guarani, fica em Boracéia, em Bertioga, divisa com São Sebastião. Possui cerca de 800 moradores, entre eles 350 crianças e 15 idosos. Além de uma atividade cultural completamente diferente, os visitantes têm a oportunidade de ajudar a comunidade indígena de famílias nativas de etnia Guarani- Mbya e Nhandeva.

O roteiro começa por intermédio de um guia indígena. Os visitantes conhecem a biodiversidade da reserva, a cultura e alimentação típica. A comunidade vive dentro das suas ocas ou casas, feitas com madeira de "palmeira-pati" e algumas de alvenaria.

Percorrem uma trilha de dois quilômetros e conhece um dos rios da bacia do Rio Silveira, um dos locais de natureza mais preservados de São Sebastião, que íntegra a exuberante Mata Atlântica.

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Um dos biólogos que acompanha os visitantes oferece um conteúdo riquíssimo em histórias e curiosidades acerca da reserva indígena e seus habitantes. O local está inserido em um trecho preservado da Mata Atlântica, com formações vegetais riquíssimas, classificadas como Floresta de Restinga e Floresta Ombrófila Densa.

Na volta, é possível experimentar a alimentação indígena, depois ocorre uma apresentação cultural, com música e dança feito pelas crianças e jovens.

Em seguida, são realizadas pinturas de grafismos e é possível conhecer um pouco sobre a história desse povo. No final do passeio, você pode comprar palmito e artesanato indígena.

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Além dos estudantes, para marcar visita, é preciso agendar com o cacique Adolfo pelo (11) 94231-7570. A taxa de inscrição para o passeio e a alimentação é R$200,00 por pessoa. Artesanatos também podem ser comprados de forma online, no Instagram, na @mari.paramirim, fazer um pix para a artesã e receber a encomenda pelos correios.

Conforme já publicado, em 1987, a aldeia foi demarcada por decreto. Atualmente existe um processo de expansão de suas terras, à pedido da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), dos atuais 944 hectares para 8,5 mil, que permanece paralisado desde 2010.

Em 2005, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) construiu as casas de alvenaria, porém o abastecimento de água fica restrito ás casas próximas da estrada.

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Em 2013, uma parceria firmada por FUNAI, CDHU e Prefeitura de Bertioga chegou a prever um investimento total de nove milhões de reais na construção de moradias com água encanada, luz elétrica e rede de esgoto na aldeia. (Carlos Ratton)

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