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Cotidiano
Local em questão abriga um importante registro da memória e da história negra e indígena do país
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Luminárias japonesas retiras de rua na Liberdade | Reprodução/Redes Sociais
A paisagem da rua dos Aflitos, no tradicional bairro da Liberdade, em São Paulo, passou por uma transformação, na segunda-feira (18/11). A Prefeitura retirou as tradicionais lanternas japonesas, conhecidas como lanternas Suzuranto, que ficavam no local.
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A decisão foi tomada após solicitações de entidades ligadas ao movimento negro. Isso porque há um apagamento da identidade cultural negra e indígena da região, segundo as entidades.
Na rua em questão, as lanternas ofuscariam a presença da Capela de Nossa Senhora dos Aflitos, um local de grande importância histórica para a memória negra e indígena no Brasil.
Segundo a União dos Amigos da Capela dos Aflitos (UNAMCA), as lanternas japonesas “descaracterizavam” o ambiente ao redor da capela, ofuscando um dos poucos locais que resgatam a história de povos marginalizados no País.
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Ela foi construída em 1779 e está em uma área que abrigou o antigo Cemitério dos Aflitos, um sítio arqueológico que serviu como local de sepultamento para pessoas socialmente excluídas, incluindo indígenas, negros escravizados e libertos.
Para a UNAMCA, a remoção das lanternas foi uma conquista importante, já que reafirma a memória cultural e histórica dos grupos que ali viveram.
Em nota, a Prefeitura explicou que a ação buscou “harmonizar as diversas camadas culturais presentes no bairro”, reconhecendo a importância de preservar e dar visibilidade à memória negra e indígena.
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Veja também quais são os itens históricos da cultura afro encontrados em obras do Metrô São Paulo.
Embora atualmente o bairro da Liberdade seja amplamente reconhecido como um reduto da cultura japonesa, sua história remonta a períodos anteriores à imigração asiática.
O Cemitério dos Aflitos, que foi desativado em 1858, ocupava uma área maior que a capela e é um marco da história da escravidão e da exclusão social no Brasil.
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Restos mortais e artefatos encontrados no local, por exemplo, revelam a precariedade das condições de vida e a diversidade cultural dos que ali foram enterrados.
A decisão de retirar as luminárias japonesas reacende a discussão sobre “orientalização” do bairro e a necessidade de um olhar mais amplo sobre suas origens.
Movimentos negros e indígenas argumentam que, embora a imigração japonesa tenha grande relevância cultural na Liberdade, é igualmente importante dar espaço para memórias de outras comunidades que também marcam o bairro.
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As lanternas Suzuranto permanecem preservadas em outras áreas da Liberdade.
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