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Cotidiano

Enel declara fim da crise, mas famílias continuam sem energia em São Paulo

Além da falta de luz, Enel diminuiu o valor do investimento em manutenção de rede

Hebert Dabanovich

17/10/2024 às 10:00  atualizado em 17/10/2024 às 10:14

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36 mil imóveis ainda estão sem energia elétrica

36 mil imóveis ainda estão sem energia elétrica | Paulo Pinto/Agência Brasil

O presidente da Enel Brasil, Guilherme Lencastre, anunciou nesta quinta-feira (17/10) que a crise devido à falta de energia está resolvida. No entanto, ainda há 36 mil imóveis sem energia elétrica.

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Cerca de 3,1 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica após rajadas de ventos a 100 km/h em São Paulo, na última sexta (11/10)

Em coletiva de imprensa, Lencastre esclareceu que o número de afetados foi maior do inicialmente divulgado pela empresa, que divulgou 2 milhões de clientes sem luz, quando na realidade foram mais de 3 milhões.

Segundo ele, todos os clientes atingidos diretamente no dia do apagão já tiveram o fornecimento restabelecido durante a madrugada desta quinta-feira (17/10).

Para os que continuam sem energia, o presidente da Enel disse que a situação já está “próxima do normal” e que a prioridade é resolver o problema dos 36 mil imóveis sem energia.

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Lencastre explicou ainda que o apagão do dia 11, quando bairros de São Paulo registraram falta de energia após a chuva, foi o maior desafio enfrentado pela Enel em São Paulo desde 1995.

Ele destacou a intensidade dos ventos, que chegaram a 107 km/h, e deixaram rastro de destruição no Estado, que derrubou 389 árvores só na capital paulista. Com isso, a queda de árvores sobre os cabos de energia foi a principal causa da queda de energia em muitas regiões.

Além de descrever o impacto do temporal, o presidente da Enel ressaltou a necessidade de atualizar o contrato de concessão da empresa para incluir planos de adaptação e investimentos que auxiliem a rede elétrica a resistir melhor a eventos climáticos extremos. Ele falou em modernização dos contratos.

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Lencastre agradeceu os esforços das equipes da Enel e seus parceiros, além de reconhecer o trabalho dos eletricistas que atuaram no restabelecimento do serviço. Apesar do empenho, a empresa enfrenta pressões jurídicas. 

Na quarta-feira (16/10), a Justiça determinou que a Enel restabelecesse o fornecimento de energia em todas as residências afetadas em até 24 horas, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora de atraso, sem limite de valor.

Esse pedido faz parte de um processo movido pelo Ministério Público e a Defensoria Pública de São Paulo em 2022, após um apagão similar. Na decisão, o juiz destacou que “novos eventos climáticos” voltaram a expor falhas no serviço da Enel.

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Diminuição nos investimentos

Outro ponto de destaque durante o pronunciamento do presidente sobre o caos vivenciado por moradores da Região Metropolitana de São Paulo e da capital paulista foi a redução nos investimentos da Enel em manutenção de sua rede elétrica.

No primeiro semestre de 2024, os gastos com esse tipo de serviço caíram 24,7% em comparação ao ano anterior, passando de R$ 419 milhões para R$ 315 milhões.

A empresa explicou, em nota, que esse valor inclui investimentos em expansão da rede e novas conexões, além da manutenção. No entanto, garantiu que está implementando um plano robusto para fortalecer e modernizar a rede elétrica, automatizar os sistemas e melhorar a comunicação com os clientes.

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Ainda segundo a Enel, no segundo trimestre deste ano, os investimentos cresceram 34,2% em relação ao mesmo período de 2023, alcançando R$ 542 milhões. A concessionária afirmou ainda que entre 2024 e 2026, investirá R$ 6,2 bilhões em São Paulo, um aumento significativo comparado aos anos anteriores.

Esse plano de modernização, segundo a Enel, pretende tornar o sistema elétrico mais resistente e eficiente, especialmente diante de crises como a ocorrida no último dia 11.

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