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Cotidiano

Em live de despedida, Bolsonaro afirma que Brasil 'não vai acabar nesse 1º de janeiro'

Em uma live de quase uma hora nesta sexta (30), Jair Bolsonaro (PL) condenou a tentativa de um ato terrorista em Brasília e criticou a montagem do governo Lula (PT)

Leonardo Sandre

30/12/2022 às 13:20  atualizado em 30/12/2022 às 13:31

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Presidente Jair Bolsonaro fez uma live de despedida do cargo nesta sexta-feira (30)

Presidente Jair Bolsonaro fez uma live de despedida do cargo nesta sexta-feira (30) | Redes Sociais/Jair Messias Bolsonaro

Em uma live de despedida do cargo nesta sexta-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro (PL) condenou a tentativa de um ato terrorista em Brasília, criticou a montagem do governo Lula (PT), repetiu o discurso de perseguido, ensaiou uma fala como líder da oposição e defendeu os atos antidemocráticos pelo País.

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"É um governo que começa capenga", disse Bolsonaro sobre a gestão petista que se inicia neste domingo (1º). O presidente ainda ensaiou um discurso de oposição ao governo Lula, o que vinha evitando em sua reclusão após a derrota de outubro. "Não tem tudo ou nada. Inteligência. Vamos mostrar que somos diferentes", afirmou.

Ainda sobre o 3º mandato de Lula, disse que "nada está perdido" e que o "Brasil não vai se acabar nesse 1º de janeiro". "O Brasil não sucumbirá, acreditem em vocês", afirmou o presidente. "Perde-se batalha, mas não perderemos a guerra."

Bolsonaro ficou com os olhos marejados ao falar dos limites de sua caneta. No mesmo pronunciamento, disse ter feito o possível pela reeleição, criticou os nomes indicados para o ministério de Lula e repetiu o discurso de que teria sido perseguido por imprensa e Judiciário ao longo de seus quatro anos de mandato.

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Na live de quase uma hora, Bolsonaro mais uma vez criticou a Justiça Eleitoral, dizendo que a eleição não foi imparcial, em novo ataque ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sob o comando de Alexandre de Moraes. "Não vamos duvidar das urnas aqui", disse, ao oscilar o tom da crítica.

O presidente disse que não quis se envolver nos atos antidemocráticos em frente aos quartéis, aos quais chamou de pacíficos. Os atos, porém, pedem um golpe militar e escalam em casos de violência pelo País. Eles têm sido atiçados por Bolsonaro desde a sua derrota para Lula no segundo turno das eleições.

Segundo Bolsonaro, esses atos foram espontâneos e não serão perdidos com o tempo. As pessoas que estão ali e pedem golpe militar, segundo o presidente, estão em busca da liberdade e da democracia.

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"Nada justifica aqui em Brasília essa tentativa de ato terrorista no aeroporto de Brasília. Nada justifica. Um elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com nenhum cidadão. Agora massifica em cima do cara como bolsonarista do tempo todo. É a maneira da imprensa tratar", disse.

A escalada da violência nos atos liderados por bolsonaristas fez desmoronar o discurso público do presidente e de seus aliados, que destacavam as manifestações como ordeiras e pacíficas e buscavam associar protestos violentos a grupos de esquerda.

Com casos de violência que incluem agressões, sabotagem, saques, sequestro e tentativa de homicídio, as manifestações atingiram seu ponto crítico e acenderam o alerta das autoridades, que realizaram prisões e investigam até possível crime de terrorismo.

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Na live, o presidente admitiu que negociou cargos com deputados e senadores para consolidar maioria no Congresso, mas disse que isso só ocorreu no segundo escalão e que definiu seus ministros por critérios técnicos.

Ele afirmou que "é um momento de reflexão" e que "não é momento de procurar responsáveis pelo que está acontecendo.

"Não é caso de ficar atacando pessoas, instituições. Quando a situação está difícil, tem que buscar apoio, ajuda, trazer gente para nosso lado, prepará-las para momentos difíceis", afirmou.

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Bolsonaro também criticou Lula, falou para as pessoas compararem os ministros de seu governo "com os indicados pelo opositor" e que procurou uma solução para evitar a posse do petista.

"Eu busquei dentro das quatro linhas, dentro das leis, respeitando a Constituição saída para isso aí. Se tinha alternativa para isso, se podia questionar ou não alguma coisa, tudo dentro das quatro linhas", disse.

"Como foi difícil ficar dois meses calado trabalhando para buscar alternativas. Qualquer coisa que falasse seria um escândalo na imprensa. Eu quieto sou atacado. Mas vamos lá."

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O mandatário fez poucos pronunciamentos desde que perdeu as eleições.

O primeiro deles foi dois dias após o pleito, quando deu declaração à imprensa em que criticou bloqueios nas estradas por seus aliados, mas falou que as manifestações eram fruto de sentimento de indignação e injustiça com a eleição na qual foi derrotado pelo petista.

No dia seguinte, divulgou um vídeo em que pediu para sua militância liberar as rodovias.

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Após a derrota, o presidente agitado que não hesitava em comprar brigas e comentar os principais acontecimentos do noticiário deu lugar a um Bolsonaro recluso e de poucas palavras após a derrota.

Nesta sexta-feira, o governo publicou no Diário Oficial da União uma autorização para que assessores acompanhem o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma viagem para Miami entre 1 e 30 de janeiro.

Ficaram autorizados a viajar com o mandatário quatro dos oito nomes que foram nomeados para serem assessores de Bolsonaro após ele deixar o governo. Pelo despacho, quatro nomes acompanharão Bolsonaro na viagem durante janeiro, cada assessor em um período diferente do mês.

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