Em ‘debate civilizado’, Covas e Boulos apresentam propostas na CNN

Os candidatos Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) participaram na noite desta segunda-feira, um dia após a votação em primeiro turno para a Prefeitura de São Paulo, de um debate na “CNN Brasil”. Pelas redes sociais, os espectadores elogiaram o tom civilizado do encontro. Em vários momentos, porém, também houve falas ríspidas entre os adversários.

No primeiro bloco do evento, mediado pela apresentada Monalisa Perrone, os candidatos foram questionados sobre o apoio recebido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no caso de Boulos, e do governador João Doria (PSDB), para Covas.

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Covas disse que o eleitor prefere saber do currículo e proposta dos candidatos. "Não se trata de debater quem tem o maior apoiador", declarou.

Já Boulos afirmou que há diferença entre a relação que ele tem com o ex-presidente e a de Covas com o governador. "Quem foi eleito foi Doria, você era o vice. Doria abandonou a prefeitura e a cidade de São Paulo, usou a cidade de trampolim para sua carreira pessoal", disse.

Pandemia

O candidato do PSOL afirmou que tomaria medidas diferentes das adotadas pela prefeitura em relação à pandemia do novo coronavírus, como as vistas em países como China e Coreia do Sul. Covas respondeu que o gerenciamento da pandemia na cidade foi feito com base na realidade paulistana e citou a construção de dois hospitais de campanha.

Nesse momento, Boulos contestou o tucano sobre as razões de não ter investido em equipamentos definitivos em vez de usar recursos em hospitais de campanha, e Covas respondeu destacando sua experiência administrativa.

"Basta saber o mínimo sobre obra pública, sobre o processo de licitação, para saber que não se termina obra em 15 dias em São Paulo ou em qualquer lugar do mundo", rebateu Covas, que disse que, com os hospitais de campanha, a gestão municipal ganhou tempo para ampliar a capacidade das instalações permanentes.

‘Radicalismo’

Covas, por diversas vezes, usou a palavra “radical”, em uma maneira de se mostrar que seria mais centrado do que o adversário no segundo turno. O psolista contestou ser taxado como radical

“Lamentavelmente, você falar em ser chefe de movimento, falar em radicalismo, é um discurso cheio de raiva (...) Tenho muito orgulho da minha experiência no movimento social. Aprendi a entender as pessoas, essa experiência me deu sensibilidade social, coisa que nenhum dos cargos que você teve te dá”.

Boulos também criticou financiamentos de donos de empresas para a campanha do adversário, dizendo que os empresários tomam a medida esperando algo em troca durante a gestão. Na sua vez, Covas subiu o tom e disse que se sentia atacado em sua honra. Na volta, Boulos afirmou que a afirmação não era nada pessoal com Covas, mas uma maneira que o financiamento de campanha costuma funcionar no Brasil.

Redes

Pelas redes sociais, os espectadores exaltaram o tom civilizado do debate. Veja algumas reações:

Esse debate na CNN tá tão civilizado que nem parece estar sendo sediado no Brasil 2020

— JornalismoWando (@JornalismoWando) November 16, 2020

Comovido com a normalidade do debate.

— Chico Barney (@chicobarney) November 16, 2020

esse debate é meio morno né, os dois acreditam que a terra é redonda #DebateCNN

— Johnny Hooker (@JohnnyHooker) November 16, 2020