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Cotidiano

Eduardo Bolsonaro ironiza tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão e vê reações

Míriam foi presa e torturada enquanto estava grávida por agentes do governo durante a ditadura militar

Folhapress

04/04/2022 às 09:39  atualizado em 04/04/2022 às 09:50

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Eduardo Bolsonaro

Eduardo Bolsonaro | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ironizou a tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo, durante a ditadura militar.

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No Twitter, o parlamentar compartilhou uma imagem da última coluna dela no veículo e escreveu "ainda com pena da [emoji de cobra]".


Míriam foi presa e torturada enquanto estava grávida por agentes do governo durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985). Em uma das sessões de tortura, ela foi deixada nua numa sala escura com uma cobra.

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O deboche do deputado se originou após a jornalista compartilhar seu texto no jornal. Junto com o artigo, Míriam escreveu "qual é o erro da terceira via? É tratar Lula e Bolsonaro como iguais. Bolsonaro é inimigo confesso da democracia. Coluna de domingo".


O parlamentar é filho do presidente Jair Bolsonaro (PL). O mandatário, desde a época em que era deputado federal, costuma defender a ditadura e já prestou homenagens a Carlos Brilhante Ustra, que chegou a ser condenado na Justiça brasileira em uma ação sobre sequestro e tortura durante o regime militar.


A jornalista é alvo recorrente de bolsonaristas. No começo deste ano, em entrevista à rádio Jovem Pan, o presidente afirmou que a jornalista deveria trabalhar melhor. Ele ainda disse que se ela fosse boa teria sido lembrada para trabalhar no governo.

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Também no mês de janeiro, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) escreveu no Twitter que "a 'democrata' Míriam Leitão defende que o Presidente Bolsonaro seja banido das redes sociais. O que esperar de uma pessoa que militou no partido comunista?".


As ofensas recebidas por mulheres jornalistas no Twitter são mais que o dobro das destinadas aos profissionais homens.
A conclusão faz parte de um estudo de 200 perfis de jornalistas brasileiros na rede social que busca compreender os padrões de ataques a eles em ambientes digitais, com foco em questões de gênero e raça.


O trabalho foi feito pela Revista AzMina e pelo InternetLab, junto com Volt Data Lab, INCT.DD, Instituto Vero e DFR Lab, com apoio do ICFJ (International Center for Journalists).

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No ano passado, Míriam lançou o livro "A Democracia na Armadilha - Crônicas do Desgoverno", que reúne textos de abril de 2016 a julho de 2021. Além de colunista do Globo, a jornalista mineira de 69 anos é apresentadora da GloboNews e comentarista da rádio CBN.


São 153 colunas ao longo de quase 500 páginas que têm como foco as ameaças à democracia, com um panorama do governo em geral. A fim de mostrar a ação do presidente para enfraquecer as instituições, os textos não se limitam à política partidária.

Parlamentares se posicionam

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Políticos de diferentes partidos cobraram punição e reagiram à postagem do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Twitter na qual ironiza a tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo, durante a ditadura militar.

"Que tipo de monstro é capaz de debochar da tortura de uma mulher grávida", perguntou o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), também no Twitter. Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AM), o comentário do filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) é "nojento, covarde e asqueroso".


A deputada Natália Bonavides (PT-RN) afirmou que a Câmara dos Deputados não pode aceitar o que ela chamou de deboche sobre os crimes da ditadura.

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"A solidariedade a Miriam Leitão, torturada aos 19 anos e grávida, precisa ser a punição de Eduardo Bolsonaro", disse. A parlamentar afirmou que vai denunciar Eduardo Bolsonaro ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.


O empresário João Amoêdo, fundador do Partido Novo, disse que a ironia do deputado deve servir de alerta para os eleitores de São Paulo. "Não seremos uma nação decente e próspera elegendo pessoas que fazem declarações inaceitáveis como essa".


"Tenho nojo do que falou o Eduardo Bolsonaro sobre a Miriam Leitão. Fala de delinquente, de miliciano, de covarde", escreveu o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).

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