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Cotidiano

'É preciso que EUA parem de incentivar guerra e comecem a falar em paz', diz Lula

Fala do presidente ocorreu no final de sua visita a Pequim, na China

Maria Eduarda Guimarães

15/04/2023 às 11:00

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | Lula Marques/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no final de sua visita a Pequim, cobrou dos Estados Unidos que "parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz" para encaminhar um acordo entre a Rússia e a Ucrânia.

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"Eu acho que a China tem um papel muito importante, possivelmente seja o papel mais importante", disse Lula na saída do hotel para o aeroporto.

"Agora, outro país importante são os Estados Unidos. Ou seja, é preciso que os EUA parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz, para a gente convencer o Putin e o Zelenski de que a paz interessa a todo mundo e a guerra só está interessando, por enquanto, aos dois."

Quanto à conversa com o líder chinês sobre a proposta brasileira de criar um "clube da paz", afirmou: "Ontem discutimos longamente com o Xi Jinping. É preciso que se constitua um grupo de países dispostos a encontrar um jeito de fazer a paz. Eu conversei isso com os europeus, conversei isso com os americanos e conversei isso ontem".

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Acrescentou: "Quem é que não está na guerra que pode ajudar a acabar com essa guerra? Somente quem não está defendendo a guerra é que pode criar uma comissão e discutir o fim dessa guerra".

Não se restringiu aos EUA, cobrando também que "é preciso a União Europeia ter boa vontade, para a gente voltar a ter paz no mundo".

Questionado se espera uma reação negativa americana à reativação da parceria com Pequim em todos os níveis, não só em relação à guerra, Lula afirmou não acreditar e que "não há nenhuma razão para isso".

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"Quando eu vou conversar com os EUA, não fico preocupado com o que a China vai pensar da minha conversa. Estou conversando sobre os interesses soberanos do meu país. Quando venho conversar com a China, também não estou preocupado com o que os EUA estão pensando. Estou conversando sobre os interesses soberanos do Brasil."

Sobre meio ambiente, voltou a questionar EUA e Europa. "O mundo industrializado precisa cumprir com a sua tarefa", cobrou. "Não é só oferecer dinheiro para os países pobres, às vezes dinheiro que não aparece. Às vezes tem muito discurso de dinheiro e pouco aparece. É preciso que todos, dos mais industrializados aos menos, a gente tenha a preocupação com o cuidado do planeta."

Lula se desculpou por ter faltado à entrevista coletiva que havia convocado para a noite anterior, dizendo que a agenda do dia havia sido "muito intensa" e ele "estava o pozinho da rabiola", muito cansado.

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"Ainda vou ter que passar em Abu Dhabi", acrescentou, antes de encerrar. "Vamos ter que assinar um acordo importante para o Brasil, de investimento no Brasil, e no domingo à noite estaremos todos juntos no Brasil." Entre as questões a serem tratadas na capital dos Emirados Árabes Unidos estão comércio e meio ambiente.

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