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Cotidiano
'Esse antipetismo será predominante dentro da nossa campanha', afirma o governador de SP
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Doria | Reprodução/Instagram
O governador de São Paulo, João Doria, se inscreveu, nesta segunda-feira (20), nas prévias presidenciais do PSDB fazendo críticas aos governos do PT e afirmando que o antipetismo será predominante em sua eventual campanha à Presidência da República.
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Doria também alfinetou o governo do presidente Jair Bolsonaro, mas de forma menos incisiva.
As prévias tucanas estão acirradas entre Doria e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Ambos são defensores do impeachment de Bolsonaro – posição rechaçada por boa parte da bancada de deputados do PSDB, que hesita em fazer parte da oposição por depender de votos de bolsonaristas e verbas do governo federal.
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Apesar de o presidente do partido, Bruno Araújo, ter convocado uma reunião de dirigentes que definiu que o PSDB é oposição a Bolsonaro, os deputados não levaram adiante discussões sobre crimes de responsabilidade do presidente. A resolução de que a sigla faz oposição veio após os discursos golpistas de Bolsonaro no 7 de Setembro.
Durante a manhã, Doria foi o primeiro tucano a se inscrever nas prévias, na sede do PSDB em Brasília. Também devem concorrer o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.
Ao fazer sua inscrição, Doria leu uma carta à nação em que faz críticas diretas aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT) e indiretas a Bolsonaro.
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"Os governos de Lula e Dilma representaram a captura do Estado pelo maior esquema de corrupção do qual se tem notícia na história do país. Fazer políticas públicas para os mais pobres não dá direito, a quem quer que seja, de roubar o dinheiro público. Os fins não justificam os meios", disse Doria.
Questionado se o antipetismo fará parte de sua campanha, Doria afirmou que sim. "Esse antipetismo será predominante dentro da nossa campanha, com muita clareza", disse.
Em referência velada a Bolsonaro, o tucano afirmou que "os tempos são de retrocesso".
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"Retrocesso institucional, democrático, econômico, ambiental, social, político e moral. Nossas instituições têm sido atacadas, mas dão provas de independência e coragem ao defenderem o que temos de mais sagrado: respeito à Constituição, ao Estado democrático de Direito, com eleições livres, diretas e com voto eletrônico."
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Ao final da carta, voltou a fazer críticas implícitas a Boslonaro e ao PT.
"Vamos [...] investir no equilíbrio e harmonia entre os Poderes, como valor inatacável ao Estado democrático de Direito. Trabalharemos por um Brasil mais digno e justo, que recupere seu prestígio internacional e atue na vanguarda do processo civilizatório. [...] Unidos venceremos a corrupção e a incompetência. Venceremos as trevas e o negacionismo", afirmou.
À imprensa, ao falar sobre o impeachment de Bolsonaro, Doria afirmou que estará ao lado de todos aqueles que defenderem essa causa. O governador, no entanto, não participou de manifestações da esquerda pela saída do presidente. Ele esteve, no último dia 12, em protesto pelo impeachment organizado pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e pelo Vem Pra Rua.
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O governador também elogiou Araújo pela iniciativa de declarar que o PSDB é um partido de oposição.
Doria afirmou ainda, em seu pronunciamento, que o candidato que vencer as prévias do PSDB deverá ser o candidato presidencial da chamada terceira via. As articulações a favor de Leite ou de Doria dentro do PSDB já levam em conta qual dos dois teria mais capacidade de atrair os partidos desse mesmo campo.
Segundo tucanos, hoje Leite tem mais condições de unir siglas aliadas em seu entorno, enquanto Doria é uma figura de maior resistência. O receio de parlamentares do PSDB é o de que o paulista, caso vença as prévias, insista em ser candidato de qualquer forma, mesmo num cenário de fragmentação, o que só contribuiria para um segundo turno entre Lula e Bolsonaro.
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"Ao término das prévias, [...] teremos um candidato vencedor. E esse candidato vencedor das prévias do PSDB será naturalmente um candidato da terceira via, da melhor via. Porque ele estará legitimado pelas prévias. [...] Terá toda legitimidade para, ao lado de Bruno Araújo, dialogar com as lideranças dos demais partidos, com o centro democrático liberal e amplo que esteja distante dos extremismos de esquerda e de direita", disse Doria.
Pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira (17) mostra que tanto Doria quanto Leite marcam 4% das intenções de voto -bastante atrás do ex-presidente Lula (PT, com 44%) e de Bolsonaro (com 26%). Em cenários variados, Doria chega a 6%.
O gaúcho, que é menos conhecido da população, leva vantagem no índice de rejeição, que é de 18%, contra 37% de Doria.
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Ainda nesta segunda, em Brasília, Doria participou de almoço organizado pelo senador Izalci Lucas (DF) em seu apoio. Haverá também um jantar com militantes tucanos.
Tasso e Leite farão a inscrição de maneira remota. O governador gaúcho estará na capital federal nesta terça-feira (21) e será recebido em um jantar de apoio organizado pelo deputado Adolfo Viana (BA).
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