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Cotidiano

Doria manda recolher material que cita identidade de gênero

Governador fala em 'erro inaceitável' e 'apuração dos responsáveis'; livro é destinado a alunos do 8º ano do ensino fundamental

04/09/2019 às 01:00

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Texto contido no livro recolhido pelo governo de São Paulo; 
no 8º ano estudam alunos com ao menos 13 anos de idade

Texto contido no livro recolhido pelo governo de São Paulo; no 8º ano estudam alunos com ao menos 13 anos de idade | /REPRODUÇÃO

O governador João Doria (PSDB) mandou recolher das escolas estaduais um material didático que fala em identidade de gênero. A menção consta de apostila de ciências enviada aos alunos do 8º ano do ensino fundamental, que têm, em regra, de 13 a 14 anos.

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Em publicação em rede social, Doria afirmou não tolerar a suposta propaganda de "ideologia de gênero".

A expressão, cunhada por religiosos, não é reconhecida no mundo acadêmico e normalmente é usada por grupos conservadores contrários às discussões sobre diversidade sexual e de identidade de gênero.

"Fomos alertados de um erro inaceitável no material escolar dos alunos do 8º ano da rede estadual", escreveu o tucano. "Solicitei ao Secretário de Educação o imediato recolhimento do material e apuração dos responsáveis. Não concordamos e nem aceitamos apologia à ideologia de gênero."

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O material explica os conceitos de sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual.

Em nota, a Secretaria da Educação afirma que o material tem "conteúdo impróprio para a respectiva idade e série e em desarranjo com as diretrizes desta gestão".

Isso porque, segundo a pasta, "o tema de 'identidade de gênero' está em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular, aprovada em 2017 pelo Ministério da Educação e também com o Novo Currículo Paulista, aprovado em agosto de 2019. Assim, o assunto extrapola os dois documentos, que tratam do respeito às diferenças e à multiplicidade de visões da nossa sociedade."

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Como o jornal "Folha de S.Paulo" revelou em 2017, as expressões "identidade de gênero" e "orientação sexual" chegaram a ser incluídas na base curricular, mas foram posteriormente retiradas do texto pelo governo Michel Temer (PMDB).

Segundo a Secretaria da Educação, as apostilas recolhidas são elaboradas por servidores da rede estadual desde 2009 e servem de apoio ao currículo. Eles, por sua vez, "se utilizaram das fontes abertas que dispunham, no caso, de manual do Ministério da Saúde".

A pasta afirma que não houve prejuízo "uma vez que trata-se da apostila complementar referente apenas ao 3º bimestre, além de se tratar de apostila consumível, ou seja, que já não seria reaproveitada por outros alunos".

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A nota diz ainda que a secretaria irá "reestruturar todo o processo de produção das apostilas e já está contratando serviço de revisão externa para todos os materiais".
(FP)

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