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Cotidiano

Dona da escola que amarrava crianças é transferida para penitenciária em Tremembé

O centro de detenção feminino é o mesmo onde estão presas Suzane von Richtofen e Elize Matsunaga

28/04/2022 às 15:46  atualizado em 28/04/2022 às 16:08

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Fernanda Serme, uma das donas da escolinha Colmeia Mágica

Fernanda Serme, uma das donas da escolinha Colmeia Mágica | Arquivo pessoal

A Penitenciária Feminina 1 de Tremembé, no interior paulista, abriga deste quinta-feira (28) a dona da escola infantil investigada por  tortura e maus-tratos contra crianças Fernanda Serme. 

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Presa pela Polícia Civil de São Paulo na última segunda-feira (25), em Mogi das Cruzes, Fernanda era responsável pela escola particular Colmeia Mágica, e estava detida na cadeia de Itaquaquecetuba antes de ser transferida para Tremembé. Ela chegou por volta das 11h45 na P1, conforme apurado pelo "g1". 

No presídio, que fica na região do Vale do Paraíba, estão detentas condenadas por crimes de grande repercussão, como Suzane von Richtofen, Elize Matsunaga e Anna Carolina Jatobá.

Uma vez transferida, Fernanda Serme deve ficar 20 dias isolada antes de passar a conviver com as demais detentas. Ela vai ficar em uma cela de 9 metros quadrados da Penitenciária 1.

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O caso

A Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, na Zona Leste de São Paulo é alvo de denúncias de maus-tratos após a repercussão de vídeos que mostram bebês amarrados. 

Além de maus-tratos, a Polícia Civil investiga a Colmeia Mágica por periclitação de vida, por ter colocado a saúde de crianças em risco, submissão delas a situações vexatórias e tortura. A investigação decidiu também rever dois casos que envolveram a escolinha há alguns anos.

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Em 2010, uma bebê de três meses teve uma parada cardiorrespiratória no berçário e foi levada para um hospital, onde a morte foi confirmada. Em 2014, uma mãe acusou a diretora de agredir seu filho de dois anos. E em 2017, a diretora foi acusada de ameaçar uma adolescente na rua.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, nenhuma denúncia havia sido protocolada durante o período oficial de funcionamento da unidade, desde 2016. Atualmente a escola está fechada.

Segundo uma nota das proprietárias do local divulgada também na quarta, a escola particular está aberta há 22 anos. Mas somente em novembro de 2016 a Secretaria Municipal de Educação (SME) deu autorização para o funcionamento.

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A Colmeia Mágica foi fundada em 2000 e tem como sócias Roberta Regina Rossi Serme, de 40 anos, e a irmã, Fernanda Carolina Rossi Serme, de 38 anos. A escolinha atendia crianças de 0 a 5 anos, do berçário ao ensino infantil.

Além de analisar vídeos que circulam nas redes sociais e mostram crianças amarradas, presas a cadeirinhas de bebês, no chão de um banheiro, debaixo de uma pia e perto de uma privada, a Polícia Civil também ouviu professoras que afirmaram que eram orientadas pela diretora a amarrar as crianças para evitar que elas chorassem em sala de aula.

As donas da Colmeia Mágica disseram, em nota divulgada nesta quarta, que as denúncias de pais de alunos e professores são "incabíveis, inverídicas e aterrorizantes".

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As sócias da Colmeia Mágica informaram que "por medida de segurança, por seus representantes estarem recebendo ameaças de morte a todo instante, a Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica ME suspendeu as atividades temporariamente".

Afirmaram ainda que "como família, porque é assim que a escola estabelece a relação com seus alunos e familiares, está em colaboração total com as investigações. Mais do que ninguém a instituição quer saber o propósito dessas acusações incabíveis, inverídicas e aterrorizantes em que foram expostas".

* Contribuiu nesta notícia Leonardo Sandre

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