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Cotidiano

Dólar passa dos R$ 5,40 após Bolsonaro contestar urnas

Expectativa de aumento de gastos e as indefinições sobre a PEC da Transição também seguem pressionando a alta dos juros futuros

Maria Eduarda Guimarães

23/11/2022 às 13:39  atualizado em 23/11/2022 às 13:49

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Às 11h30 desta quarta, o dólar comercial à vista avançava 0,39%, cotado a R$ 5,40 e, mais cedo, chegou a passar dos R$ 5,41

Às 11h30 desta quarta, o dólar comercial à vista avançava 0,39%, cotado a R$ 5,40 e, mais cedo, chegou a passar dos R$ 5,41 | Valter Campanato/Agência Brasil

Indicadores do mercado continuavam reagindo nesta quarta-feira (23) à escalada de preocupações com a transição de governo no Brasil.

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Às 11h30, o dólar comercial à vista avançava 0,39%, cotado a R$ 5,40 e, mais cedo, chegou a passar dos R$ 5,41. A moeda americana deu um salto na véspera em reação à contestação das urnas pelo partido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, a expectativa de aumento de gastos e as indefinições sobre a PEC da Transição, que acomoda despesas com o pagamento do Bolsa Família em 2023, seguem pressionando a alta dos juros futuros.

A taxa de juros DI (depósitos interbancários) para 2024, referência para o crédito de curto prazo, atingia a casa dos 14,54% ao ano nesta quarta, contra 14,38% da véspera. Esse indicador estava em 13,05% no fechamento do último dia 9, véspera do discurso em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu o tom das suas críticas à regra do teto de gastos.

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Na Bolsa de Valores, o índice Ibovespa recuava 0,41%, aos 108.584 pontos.

Investidores também negociam atentos à divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve nesta tarde.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, observou que neste momento o mercado está particularmente atento ao debate entre membros da equipe de Lula sobre a inclusão na PEC da Transição de um texto que retira o teto de gastos da Constituição. Isso permitiria a revisão da regra de forma mais simples no futuro, por lei complementar.

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"A credibilidade do instrumento de controle já era baixa, mesmo com uma barreira de esforço parlamentar constitucional, o que será amplamente devastado caso haja a possibilidade de revisão do teto apenas com maioria dos parlamentares", comentou Sanchez.

Na terça-feira (22), Bolsa, câmbio e juros voltaram a dar a medida da preocupação de investidores com as turbulências geradas pela troca de governo no país, em um dia em que o Brasil andou na contramão de um mercado externo positivo.

O dólar comercial à vista fechou em alta de 1,26%, cotado a R$ 5,3790 na venda. Em um dia de desvalorização global da moeda americana, o real entregou o pior retorno à vista em comparação às principais divisas de países emergentes.

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Criando mais ruído em um ambiente de negócios já tumultuado pelo debate sobre a PEC da Transição, o partido de Bolsonaro pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mesmo sem apresentar provas de fraude, a invalidação de votos depositados em parte das urnas.

Em resposta, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, determinou que o PL adicione em seu pedido de anulação de votos as urnas eletrônicas também utilizadas no primeiro turno das eleições.

O índice Ibovespa caiu 0,65%, aos 109.036 pontos, recuperando no fechamento parte da perda que passou de 1% ao longo da sessão.

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O desempenho foi na contramão do exterior. Nos Estados Unidos, os principais índices de ações subiram. O indicador de referência para o mercado de Nova York, o S&P 500, avançou 1,36%. Dow Jones e Nasdaq ganharam 1,18% e 1,36%, respectivamente.

Expectativas sobre redução do pagamento de dividendos e incertezas quanto à mudança na condução da Petrobras levaram as ações da companhia a cair até cerca de 5% durante o dia, mas houve recuperação parcial enquanto o preço do petróleo subia no mercado internacional.

A Arábia Saudita informou que a Opep+ (cartel de países produtores e aliados) manterá cortes na produção e poderia tomar outras medidas para equilibrar o mercado. Isso levou a uma alta de 1% no barril do petróleo Brent.

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Nesta quarta, porém, os preços caíam 3,81%, a US$ 84,99, devido à uma discussão na União Europeia quanto à imposição de um teto ao preço do petróleo da Rússia entre US$ 65 e US$ 70, informou a Bloomberg.

Apesar da baixa no valor da matéria-prima, as ações preferenciais da Petrobras subiam 0,90% na sessão desta quarta. No pregão anterior, os papéis fecharam em queda de 0,77%. Já os títulos ordinários tiveram leve alta de 0,05%.

As ações da petrolífera também reagem a notícias de que Lula planeja uma ampla troca no primeiro e segundo escalões da companhia e que pelo menos parte dos elevados dividendos sendo pagos pela estatal a acionistas na onda da alta do petróleo sejam direcionados a investimentos.

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A equipe de transição de Lula também quer suspender todos os procedimentos na esfera de óleo e gás, que estão no rol de responsabilidades da Petrobras, inclusive privatizações, como a do gasoduto Bolívia-Brasil.

Além disso, analistas do UBS BB cortaram a recomendação dos papéis para "venda", de "compra" anteriormente, bem como ceifaram o preço-alvo das preferenciais de R$ 47 para R$ 22, em relatório divulgado no final da segunda-feira (21).

Em relatório também divulgado no final da segunda-feira, analistas do Itaú BBA alertaram que uma potencial mudança na política de preços da empresa pode resultar em impactos consideráveis (especialmente se uma política de preços baseada em custos de produção for adiante).

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