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Cotidiano

Dólar abre em alta e atinge marca dos R$ 5 nesta terça (23)

Às 9h03, o dólar subia 0,24%, cotado a R$ 5, com investidores monitorando com maior pessimismo a perspectiva fiscal do Brasil

Ana Clara Durazzo

23/01/2024 às 11:11

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Após o governo anunciar o pacote, o dólar acelerou a alta ante o real e fechou com ganhos de 1,20%, a R$ 4,9866

Após o governo anunciar o pacote, o dólar acelerou a alta ante o real e fechou com ganhos de 1,20%, a R$ 4,9866 | Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Após um pregão de aversão a risco, o mercado financeiro abriu com uma leve alta nesta terça-feira (23), atingindo a marca psicológica dos R$ 5 para venda logo na abertura da sessão.

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Às 9h03, o dólar subia 0,24%, cotado a R$ 5, com investidores monitorando com maior pessimismo a perspectiva fiscal do Brasil, de olho ainda nas expectativas sobre cortes de juros nos Estados Unidos.

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Na segunda (22), investidores ficaram receosos com o plano do governo de Lula para impulsionar a indústria do país nos próximos dez anos. Serão R$ 300 bilhões via linhas de crédito, subsídios e exigências de conteúdo local, administrados em maior parte pelo BNDES, para fomentar empresas nacionais políticas já empregadas em gestões anteriores do PT e que se tornaram alvo de críticas de economistas.

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Após o governo anunciar o pacote, o dólar acelerou a alta ante o real e fechou com ganhos de 1,20%, a R$ 4,9866, maior valor desde 31 de outubro, quando estava a R$ 5,04.

Na sessão, o real foi a moeda que mais se desvalorizou ante o dólar a nível global, em um pregão em que a moeda americana teve leve ganho de 0,05% ante as principais divisas, de acordo com dados da Bloomberg.

Já a Bolsa brasileira, que começou o dia estável, cedeu 0,81%, a 126.602 pontos.

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"[O anúncio] traz uma preocupação com relação ao fiscal, é uma questão crônica das contas públicas. Um plano de financiamento de R$ 300 bilhões gera uma incerteza muito grande no curto prazo", diz Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos.

Segundo o economista, há também uma preocupação com o impacto do fomento na inflação brasileira, o que poderia impactar o ciclo de redução da Selic. Economistas esperam que a taxa básica de juros caia a 9% ao fim deste ano, aponta a pesquisa Focus desta segunda. para o dólar, a previsão é que ele termine 2024 a R$ 4,92.

"O anúncio reforça as preocupações com o equilíbrio fiscal e mostra que o governo está disposto a gastar para sustentar o crescimento da economia", afirma Thiago Pedroso, responsável pela mesa de renda variável da Criteria.

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Parte dos recursos será arrecadado via títulos de dívida dos bancos púbicos, algo que não entra na conta do arcabouço fiscal.

Mesmo assim, o projeto pode ser mais negativo que positivo ao Brasil, diz Gabriel Leal de Barros, sócio e economista-chefe da Ryo Asset e ex-diretor da Ifi (Instituição Fiscal Independente) do Senado.

"A literatura internacional e experiência empírica do país mostram que estes programas não funcionam na sua grande maioria, sendo útil revisitar o fracasso em termos de alocação de capital na indústria naval, por exemplo", afirma Leal de Barros.

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O aumento da insegurança fez os contratos de juros futuros de longo prazo subirem. O contrato de DI para janeiro de 2026 foi de 9,8893% na sexta (19), para 9,9469% nesta segunda, segundo dados da Bloomberg. Já a precificação para o juro de 2030 foi de 10,5473% para 10,6113%.

"Há forte incerteza fiscal com relação à fonte de financiamento desse programa de governo, além das prováveis distorções futuras promovidas nos mercados afetados pela política industrial. A nova proposta parece uma reconfiguração da política falha dos ‘Campeões Nacionais’ feita no governo Dilma, onde o favorecimento de determinadas empresas reverberou em dinâmicas inflacionárias insustentáveis", afirma Yuri Alves, economista da Guide Investimentos.

Investidores também operaram à espera da decisão de política monetária do BCE (Banco Central Europeu), desta quinta-feira (25), e da divulgação de dados econômicos nos Estados Unidos antes da reunião do Fed (BC americano), no fim do mês. O principal deles é a inflação de dezembro, que sai nesta sexta (26).

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Em meio a dados recentes mostrando uma economia americana robusta, agentes financeiros têm ajustados apostas sobre o começo e o tamanho de um bastante aguardado ciclo de cortes de juros pelo Fed. Muitos já avaliam que uma redução em março pode ser uma aposta muito otimista.

Há uma semana, 77% das apostas segundo a plataforma CME eram de um corte de 0,25 ponto percentual em março. Agora, elas são minoria, somando 40,5%.

O economista-chefe da Genial Investimentos, José Marcio Camargo, escreveu em relatório a clientes que a política monetária do Fed é "muito dependente dos dados e, desta forma, gera grande volatilidade nos preços dos ativos financeiros" conforme novas informações são divulgadas.

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Isso tem afetado particularmente mercados emergentes, como o Brasil, que tendem a se beneficiar de perspectivas de juros mais baixos em economias como os Estados Unidos. Até sexta, o índice MSCI para mercado emergentes acumulava uma queda de 5,16% no mês.

Em Wall Street, os principais índices acionários subiram nesta segunda impulsionados pela corrida da IA (inteligência artificial) nas big techs e renovam suas pontuações máximas. O S&P 500 teve alta de 0,22% e o Dow Jones, de 0,36%, ambos renovando suas pontuações recordes. Já o Nasdaq subiu 0,32%, mas sem superar o seu pico de 2021.
 

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