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Cotidiano
Ilha de calor formada por concreto, asfalto e concentração de gases do efeito estufa ampliou em 1.275% a quantidade de dias com calor
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São Paulo: de áreas verdes a zonas urbanas quentes. Imagem gerada por IA que reflete as mudanças climáticas na cidade. | Criação de imagem por OpenAI
‘Se o sinhô não tá lembrado, dá licença de contá’ que um dia São Paulo já foi conhecida como a ‘Terra da Garoa’. Agora, a capital experimenta um clima significativamente mais quente.
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A média das temperaturas máximas na Capital também mudou nas últimas nove décadas, com os termômetros registrando um aumento de mais de 2°C, segundo dados coletados por pesquisadores da Universidade de São Paulo na estação meteorológica da própria USP.
Segundo o estudo feito por cientistas da Universidade a pedido da Rede Globo, entre 1935 e 1944, a Cidade registrou apenas quatro dias com temperaturas maiores que 35°C. Naqueles dias, a média das temperaturas máximas ficava em confortáveis 24,4°C.
Mas, o número de dias com calorão saltou para 18 no mesmo intervalo de nove anos, entre 2005 e 2014. Nesse período, a média das temperaturas máximas foi de 25,6°C.
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Isso significa que na segunda década deste século, a Cidade já havia atingido uma elevação muito próxima dos 1,5ºC que o Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC) considera aceitável.
Porém, esse limite, considerado o menos traumático pelo IPCC para a continuidade da vida humana na Terra, deveria ser atingido apenas em 2100.
O problema é que, desde 2015, a estação meteorológica já contabilizou 51 dias com calor acima dos 35°C.
Ou seja, a ocorrência de temperaturas elevadas para os padrões de uma cidade com clima até então ameno cresceu 1.275% em apenas oito décadas.
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E o mais preocupante é que os dados foram fechados no último mês de abril. Portanto, é provável que esse índice cresça ainda mais durante a primavera e o início o verão.
A Capital precisa se adaptar para que seus habitantes tenham condições mínimas de conforto no atual cenário climático da região.
Divulgado em 2023, um estudo feito pela empresa australiana XDI, especializada em avaliar riscos climáticos para investidores e analistas financeiros, colocou São Paulo na 33ª posição em termos de riscos climáticos provocados pelas mudanças climáticas.
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Além de ser a cidade da América Latina mais vulnerável, a pesquisa considera São Paulo refém dos alagamentos. E insinua que investidores podem retirar seus recursos financeiros de regiões propensas a maiores impactos causados pelo aquecimento global.
A consultoria australiana que assessora investidores e analistas financeiros citou, porém, que regiões econômicas estratégicas da China e dos Estados Unidos são as mais expostas às consequências das mudanças climáticas, além da Índia.
No ranking do risco climático extremo aparecem províncias chinesas como Jiangsu (1º lugar), Shandong (2º) e Hebei (3º), e estados norte-americanos como Flórida (10º), Califórnia (19º) e Texas (20º), além de Santa Catarina (45º), Minas Gerais (47º) e Buenos Aires (40º). No total, os pesquisadores australianos avaliaram os riscos climáticos em 2.600 regiões de todo o Planeta.
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