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Cotidiano

Dia de Finados: Como lidar com o luto?

No Dia de Finados, a Gazeta conversou com a psicóloga Tatiane Paula, que explicou como é possível atenuar esse momento tão difícil

01/11/2023 às 14:08  atualizado em 01/11/2023 às 14:16

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O processo de luto pode de fato afetar tanto o bem-estar emocional quanto o físico

O processo de luto pode de fato afetar tanto o bem-estar emocional quanto o físico | Gadiel Lazcano/Unsplash

O Dia dos Finados acontece nesta quinta feira (2), e com ele a saudade de quem já se foi. A dor, porém, pode ser atenuada. A Gazeta conversou com a psicologa clínica Tatiane Paula, que apontou maneiras de  lidar com  o luto e como ajudar as pessoas que estão em volta a passar pelo sentimento.

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Como lidar com o luto no Dia de Finados de maneira mais tranquila e significativa? 

De acordo com a psicóloga clínica, quando se trata de lidar com o luto, é importante permitir-se sentir e expressar emoções, sem julgamentos.

“É fundamental buscar uma rede de apoio, seja por meio de amigos, familiares, psicoterapia ou até mesmo tratamento medicamentoso, quando necessário. Embora grupos de apoio possam ser úteis, é importante lembrar que o luto é um processo individual, e cada pessoa precisa levar o tempo necessário para ressignificar sua perda e trabalhar a aceitação”, pontuou a especialista.

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Além disso, a psicóloga deu indicações de atitudes que podem ajudar as pessoas a passarem pelo luto de forma mais saudável. São elas:

  • Levar flores ou objetos que tenham significado, e ao fazer isso passar um tempo em reflexão;
  • Acender velas e fazer uma oração em sua memória pode ajudar no período de luto;
  • Ter o hábito de reunir com familiares ou amigos e compartilhar histórias e memórias sobre as pessoas que se foram, pode ser uma maneira poderosa de manter viva a lembrança delas;
  • Se tem uma religião específica, participar de cerimônias religiosas ou missas em memória dos falecidos;
  • Em homenagem aos seus entes queridos, considerar realizar atos de caridade ou doações para instituições de caridade. Isso pode ser uma forma significativa de honrar suas memórias;
  • Escrever uma carta para a pessoa que se foi pode ser uma maneira terapêutica de expressar seus sentimentos e lembrar-se dela e;
  • Liberar balões, soltar lanternas ou fazer qualquer outra ação simbólica que representa a liberação de seus sentimentos em relação à perda.

Tatiane afirmou que se o Dia de Finados for particularmente difícil não se deve hesitar em procurar apoio de amigos, familiares ou um profissional de saúde mental, já que não existe uma maneira certa ou errada de passar o Dia de Finados. O importante é encontrar uma forma que seja significativa e reconfortante, permitindo-lhe honrar e lembrar com amor aqueles que já se foram.

Quais são os estágios do luto?

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Segundo Tatiane, Elisabeth Kübler-Ross, psiquiatra suíça, propôs seis fases do luto. São elas: 

  1. Negação: que é a dificuldade em aceitar a realidade da perda; 
  2. Raiva: sentimento que pode surgir em relação à situação, a si mesma, aos outros ou até mesmo à pessoa que faleceu; 
  3. Negociação: que consiste na tentativa de negociar com uma força maior, buscando formas de reverter a perda ou evitar o sofrimento; 
  4. Depressão: fase em que a tristeza profunda e a sensação de vazio podem se instalar à medida que a pessoa enfrenta a realidade da perda; 
  5. Aceitação: momento em que a pessoa começa a aceitar a realidade da perda e a encontrar maneiras de seguir em frente e 
  6. Reconstrução: que envolve a construção de uma nova vida sem a presença da pessoa perdida.

Como equilibrar o cuidado emocional e físico para enfrentar o luto e suas consequências?

O processo de luto pode de fato afetar tanto o bem-estar emocional quanto o físico. Por isso a  especialista aconselha que duas área devem ser cuidadas neste período, sendo que a pessoa em fase de luto pode tomar as seguintes para enfrentar o luto de maneira mais equilibrada:

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Cuidados emocionais:

  • Nomear emoções como: tristeza, raiva, culpa e confusão.
  • Aceitar esses sentimentos e não se julgar por eles. 
  • Partilhar os sentimentos com amigos, familiares ou um.
  • O profissional de saúde mental pode ser terapêutico e contribuir para processar o luto. Ter clareza da importância de se permitir a dar tempo e estabelecer limites, permitir-se momentos de descanso emocional.
  • Definir limites para quando se sente emocionalmente sobrecarregado e permita-se algum tempo para cuidar de si mesmo.
  • Ser gentil e acolhedor consigo mesmo e evitar autocríticas. 

Cuidados físicos:

  • Priorizar equilíbrio nos hábitos alimentares, comer bem de forma saudável e manter-se hidratado pode ajudar a manter sua energia e saúde física durante o processo de luto;
  • Estabelecer prioridade em atividade física regular pode ser benéfica para liberar tensão, melhorar o humor e promover o bem-estar geral. Dar espaço para permitir-se a pausas e tempo de descanso, o luto pode ser exaustivo;
  • Priorize o descanso e o sono adequado para ajudar na recuperação física e emocional;
  • Importante não recorrer ao álcool ou drogas para lidar com o luto pode ser prejudicial;
  • É melhor buscar apoio saudável. Faça check-ups regulares com um médico para garantir que problemas de saúde física não se agrave durante o período de luto e 
  • Entender que o processo de luto é individual, e cada pessoa o vivencia de maneira única. 

O cuidado com a saúde física e mental é fundamental para atravessar esse processo de forma saudável. Se você estiver enfrentando dificuldades significativas, não hesite em procurar ajuda de profissionais de saúde mental, que podem fornecer apoio e orientação adicionais.

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Como diferenciar sentimentos normais de luto de problemas emocionais sérios que precisam de ajuda profissional, que requer ajuda profissional?

“A diferenciação entre sentimentos normais de luto e transtornos mentais que requerem ajuda profissional pode ser desafiadora, porém é muito importante se atentar ao tempo de duração.”,  sinalizou a especialista.

  • Luto: é um processo natural que pode variar em duração, mas geralmente diminui ao longo do tempo. Raiva e ansiedade são comuns no luto. No entanto, se esses sentimentos são esmagadores, persistentes e interferem significativamente na sua capacidade de funcionar no dia a dia, pode ser um sinal de um transtorno mental.
  • Transtorno Mental: Se os sintomas persistirem por um período prolongado, isso pode ser um sinal de um transtorno mental, é importante observar a intensidade dos sentimentos intensos de tristeza.

Segundo a especialista, é normal alguns sintomas se apresentarem durante o luto, mas em excesso esse podem ser um sinal de transtorno mental. sendo eles:

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Tabela que mostra a diferença entre sintomas de luto e transtornos mentaisArte Gazeta

 
A psicóloga clínica afirma que se não houver clareza sobre a natureza dos sentimentos e sintomas é aconselhável procurar a orientação de um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra, para uma avaliação adequada e apoio. É importante lembrar que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas sim um passo corajoso em direção ao seu bem-estar emocional.

Caso o período de luto não seja passado de maneira saudável e natural, a pessoa pode vir a desenvolver depressão?

“Quando falamos da incapacidade de lidar com o luto de forma saudável pode aumentar o risco de desenvolver depressão. O luto é um processo natural de enfrentar a perda, e as pessoas o vivenciam de maneira diferente. No entanto, se alguém não consegue processar suas emoções, receber apoio ou encontrar maneiras construtivas de lidar com a perda, isso pode evoluir para um transtorno depressivo”, falou a especialista.

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Tatianne também apontou à Gazeta que a depressão é caracterizada por sintomas como tristeza persistente, perda de interesse nas atividades, alterações no sono e apetite, fadiga, sentimentos de inutilidade e falta de concentração, entre outros. Esses sintomas podem ser mais graves e duradouros do que os experimentados durante o luto. 

Ela ainda sinalizou que é importante buscar ajuda de um profissional de saúde mental se você ou alguém que você conheça estiver passando por um luto complicado e apresentar sinais de depressão. A terapia e as medicações podem ser recomendadas para tratar a depressão. Quanto mais cedo a depressão for identificada e tratada, melhores serão as perspectivas de recuperação. Ter uma ótima rede de apoio de amigos e familiares também é fundamental durante esse período desafiador

Como posso ajudar um ente querido a passar pelo estado de luto?

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Para Tatiane, reconhecer quando um amigo ou familiar está com a saúde mental abalada e oferecer ajuda é crucial para ajudá-lo neste momento, isso porque se a pessoa vier a se fechar, há grande probabilidade de o ente desenvolver doenças com depressão. Observar esses sinais e oferecer apoio emocional, encorajando a busca por ajuda profissional, pode fazer a diferença na vida de alguém que está enfrentando problemas de saúde mental.

“Alguns sinais de que alguém pode estar passando por dificuldades incluem mudanças de comportamento, oscilações de humor, isolamento social e alterações físicas”, explicou a psicóloga.

Além disso, a especialista apontou que é muito importante que entenda que o luto é um processo natural, e é normal sentir uma ampla gama de emoções, como tristeza, raiva, culpa e confusão, não julgar os sentimentos pode ajudar no processo. Outro ponto levantado é que a pessoa mantenha hábitos de autocuidado.

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“Se você achar que o luto está afetando significativamente sua capacidade de funcionar no dia a dia ou causando sintomas graves, como depressão, procure ajuda de um psicólogo especialista devidamente registrado no conselho de classe consulte o registro do CRP. O luto é pessoal, cada pessoa lida com a perda de maneira única. Não se compare aos outros ou às expectativas alheias. Faça o que é melhor para você. O processo de luto é desafiador e leva tempo. O mais importante é cuidar de si mesmo e buscar o apoio necessário quando necessário”, finalizou Tatiane Paula, Psicologia Clínica 

*Assistente de Redação, sob supervisão de Bruno Hoffmann.

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