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Cotidiano
Ao todo, 44% dos 2.055 brasileiros entrevistados nas cinco macrorregiões do País declararam ter enfrentado esses problemas emocionais
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Jovens e mulheres são os mais afetados por depressão e ansiedade na pandemia, indica Datafolha | /Engin Akyurt/Unsplash
Jovens com idade entre 16 e 24 anos e mulheres foram os que tiveram a saúde mental mais afetada durante a pandemia de Covid-19, de acordo com pesquisa Datafolha. Entre os jovens, 56% relataram sintomas de depressão e ansiedade. Entre as mulheres, 53%.
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Ao todo, 44% dos 2.055 brasileiros entrevistados nas cinco macrorregiões do País declararam ter enfrentado esses problemas emocionais. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O levantamento faz parte de uma campanha realizada pela Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos) e Viatris, empresa global de saúde, para o Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio.
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Há outros indicativos de que o brasileiro está preocupado com a saúde mental. As buscas pelo tema no Google Brasil em 2021 chegaram ao seu maior patamar desde 2006. O tema mais buscado foi ansiedade, seguido de depressão.
O Brasil foi o país que mais fez pesquisas por ansiedade em todo mundo desde janeiro de 2021 na plataforma. São Paulo e Rio de Janeiro encabeçaram a lista de cidades que mais buscaram o assunto em todo o planeta, seguidas por Los Angeles, Londres e Chicago.
Segundo a psiquiatra Alexandrina Meleiro, membro do conselho científico da Abrata, mesmo com esse cenário apontado pela pesquisa Datafolha e outros estudos sobre o impacto da pandemia na saúde mental das pessoas, não há nenhuma ação dos governos federal, estaduais e municipais para o enfrentamento dessa situação.
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"Na maioria das unidades de saúde não há atendimento psicológico ou psiquiátrico. As pessoas que procuram esses serviços com sintomas de pânico, de depressão e de ansiedade voltam para casa sem atendimento adequado."
Segundo ela, a atenção primária precisa estar mais bem preparada para fazer o primeiro atendimento e encaminhar os casos caracterizados como urgências psiquiátricas para locais que possam atendê-los adequadamente. "Mas o que eu mais ouço é: 'Fui lá e não me atenderam" ou "Fui lá e me mandaram embora."
A pesquisa Datafolha também mostra que a conscientização dos brasileiros sobre o tema depressão ainda é deficiente. Pouco mais da metade dos entrevistados (53%) considera muito importante oferecer suporte a quem esteja passando pela doença, e 10% não souberam agir diante de um conhecido com depressão.
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Dos que passaram por ansiedade ou depressão durante a pandemia, 62% tinham pessoas com quem contar. Quase todos (96%) concordaram que a rede de apoio favorece a recuperação.
Para Alexandrina Meleiro, cuidar da depressão, do transtorno bipolar e do abuso de substância é forma de prevenir o suicídio.
"Praticamente todos aqueles que tentam ou cometem esse ato têm alguma doença psiquiátrica. As estatísticas mostram que mais da metade deles estavam em acompanhamento médico até uma semana antes do episódio."
Ela afirma que quem pensa em suicídio quase sempre dá sinais, mas a maioria das pessoas não está preparada para identificá-los. Essa é a segunda causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos no mundo.
Idosos, indígenas, LGBTQIA+, médicos, policiais e membros das Forças Armadas também estão entre os grupos mais vulneráveis ao suicídio no Brasil.
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