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Cotidiano
Piso salarial dos delegados de polícia de SP só perde para o da Bahia, Espírito Santo e Sergipe, segundo sindicato
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A presidente do Sindicato dos Delegados de SP (Sindsep), Jacqueline Valadares | Divulgação
O estado de São Paulo é considerado o mais rico do País, mas ao mesmo tempo é o que paga um dos piores salários aos delegados de polícia. Segundo levantamento do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), das 27 unidades da federação, São Paulo está em 24º lugar nesse quesito. Já o estado que mais bem remunera o delegado no Brasil é Mato Grosso.
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De acordo com o Sindpesp, o salário bruto mensal dos delegados em início de carreira no território paulista é de de R$ 12.458,97.O piso paulista só perde para a Bahia (R$ 11.882,15), Espírito Santo (R$ 11.260,12) e Sergipe (R$ 11 mil). Os valores são referentes a junho de 2022, período mais recente da pesquisa do Sindpesp.
Mato Grosso, por sua vez, oferece vencimento de R$ 22.446,13, quase o dobro da remuneração de São Paulo, mesmo sendo o 14º colocado no ranking de arrecadação de impostos de 2022, com R$ 42,2 bilhões. O estado de SP é o líder em arrecadação, com R$ 1,03 trilhão arrecadados em 2022. O Rio de Janeiro, por sua vez, paga R$ 20.590,59 de salário aos delegados, na sexta posição do levantamento do Sindpesp.
Veja ranking, de acordo com o Sindsep:
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Investigadores e escrivães
Investigadores e escrivães da Polícia Civil paulista também estão entre os que têm os piores salários do Brasil. A remuneração inicial é de R$ 4.717 para as duas categorias. Enquanto o investigador está na 17ª posição do ranking salarial, o escrivão ocupa o 18º lugar, de acordo com o Sindpesp.
A presidente do Sindicato dos Delegados de SP, Jacqueline Valadares, afirma haver a necessidade urgente de valorização e de reestruturação da carreira policial. Para a profissional, o não incentivo salarial no estado mais rico do Brasil é um dos motivos para o sucateamento da Polícia Civil.
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“Hoje, há um déficit de 38,5%, ou seja, menos 16 mil policiais trabalhando, entre delegados, investigadores, escrivães e outros cargos. A recomposição não acompanha as saídas, que se dão por exonerações, incluindo as desistências, ou aposentadorias. Resultado: os policiais da ativa acabam sobrecarregados, muitas vezes, com equipamentos obsoletos e em delegacias precárias”, disse ela.
“Nessas condições, é impossível prestar serviço de excelência à população paulista, que tanto clama por segurança. São Paulo é de longe o estado mais rico do Brasil, mas paga um salário vergonhoso àqueles que estão nas ruas todos os dias combatendo o crime”, complementou a liderança.
Jacqueline defende, ainda, nomeações imediatas e novos concursos com urgência, para a recomposição dos quadros da Polícia Civil.
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“As contratações devem acontecer com maior agilidade. Inclusive, estamos cobrando para que os candidatos aprovados em concursos já realizados sejam chamados o quanto antes. Por outro lado, se a gente não remunerar bem este servidor, não conseguimos manter ele na carreira. Temos de sair deste looping, deste ciclo vicioso. Não é só contratar. É valorizar, é pagar bem. Se isso não acontecer, este déficit que temos hoje jamais vai mudar”, afirmou.
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