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Cotidiano

Delator da Odebrecht afirma que foi pressionado a citar Lula em delação

Em trecho do documentário "Amigo Secreto", revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, o ex-executivo da Odebrecht afirma que Lula era o "alvo principal" da operação

Leonardo Sandre

13/06/2022 às 16:20  atualizado em 13/06/2022 às 16:29

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Lula

Lula | Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

O documentário “Amigo Secreto”, que terá première nesta segunda (13/6) e chega formalmente aos cinemas na quinta-feira (16/6), teve um trecho bombástico revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.

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O material adiantado pela Folha são declarações de um dos principais delatores da Lava-Jato, o ex-executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar. Em seu depoimento para o filme, ele conta ter sofrido pressão dos procuradores para envolver Lula em seu acordo de delação premiada.

É a primeira vez que um delator da operação faz esse tipo de afirmação de forma pública, embora supostos abusos tenham sido insinuados e abordados em decisões do STF.

Apontado como elo entre a Odebrecht e o PT, Alencar disse que o ex-presidente era “o principal alvo” dos investigadores. “Era uma pressão em cima da gente”, diz o ex-executivo no longa-metragem. “E estava nítido que a questão era com o Lula.”

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Os interrogadores, segundo ele, insistiam em questões sobre “o irmão do Lula, o filho do Lula, não sei o que do Lula, as palestras do Lula [a empreiteira contratou o ex-presidente para falar em diversos eventos]”.

“Nós levávamos bola preta, ‘ah, você não falou o suficiente’. Vai e volta, vai e volta. ‘Senão [diziam os interrogadores], não aceitamos o teu acordo”, acrescentou Alencar.

As declarações coincidem com reportagens publicadas na época da Lava-Jato, que diziam que o Ministério Público Federal resistia em aceitar a delação do então executivo porque ele não citava políticos em suas revelações.

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Segundo Alencar, só depois de concordar em falar sobre Lula, os investigadores concordaram em assinar com ele o acordo de colaboração premiada.

É importante frisar que, apesar do tom de denúncia, Alexandrino Alencar não desmentiu nenhuma de suas delações à Lava-Jato, ou seja, não negou que Lula esteja realmente envolvido nos crimes.

Alexandrino Alencar também fez outra denúncia no filme “Amigo Secreto” para fortalecer o relato de politização da Lava-Jato. Segundo o ex-executivo, pessoas que ele não nomeia foram dispensadas dos depoimentos quando citaram o nome de Aécio Neves em suas delações.

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“Não vou dizer o nome do santo. Mas tem colega meu que foi preso em Curitiba, chegou lá, o pessoal [investigadores] começou a perguntar sobre caixa dois [recursos doados para políticos sem registro na contabilidade oficial]. Ele [colega de Alexandrino] falou: ‘Isso aqui é para o Aécio Neves’. Na hora em que ele falou, eles [interrogadores] se levantaram e soltaram ele. Isso é Lava Jato? Isso é um sistema anticorrupção? Ou é uma questão direcionada?”, apontou Alencar.

O ex-empreiteiro disse ainda que a sua delação detalhou “vários casos de caixa dois. Infinitos”. Entretanto, nenhum outro político citado sofreu indiciamento. “Não aconteceu nada com ninguém. Aconteceu comigo. Com eles [políticos], não aconteceu nada”.

Por isso, Alencar diz-se convencido de que foi preso apenas porque o objetivo da Lava-Jato era chegar a Lula.

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“A maneira que fizeram… Como surge o Alexandrino nisso aí? Eles começam a me fiscalizar, grampeiam o meu telefone, o telefone do Lula”, afirma.

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