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Cotidiano
depoimento. Ex-ministro dos governos Lula e Dilma fez 23 depoimentos à PF que indicam rotina de arrecadações
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O ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda Antonio Palocci (PT) foi preso durante Operação Lava Jato | /PAULO LISBOA/BRAZIL PHOTO PRESS/FOLHAPRESS/06.03.2017
A delação do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) aponta uma sucessão de ilícitos e propinas, que chegam a R$ 333,59 milhões, supostamente arrecadadas e repassadas por empresas, bancos e indústrias a políticos e partidos nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ele fala em "organização criminosa" do partido e aponta situações relativas a um período de pelo menos 12 anos (2002-2014).
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São 23 relatos de Palocci, que passam por grandes obras de infraestrutura, contratos fictícios, doações por meio de caixa 2 a campanhas eleitorais, liberação de recursos do BNDES e de créditos do Banco do Brasil, criação de fundos de investimentos, fusões e elaboração de Medidas Provisórias para favorecer
conglomerados.
A reportagem fez contato com os citados na delação de Palocci. Alguns informaram que não vão se manifestar. Outros rechaçaram qualquer tipo de irregularidade.
Palocci fechou acordo de delação premiada com a PF na Operação Lava Jato. Ele foi preso em setembro de 2016, na Operação Omertà, e condenado pelo então juiz Sérgio Moro a 12 anos e dois meses de reclusão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Por força do pacto com os investigadores, homologado judicialmente, Palocci saiu da prisão em novembro de 2018. Ainda preso, interrogado por Moro, ele delatou Lula e revelou "pacto de sangue" do PT com a Odebrecht - uma suposta reserva de
R$ 300 milhões que a empreiteira teria assumido com o partido.
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Ao decretar a redistribuição das investigações sobre as revelações de Antonio Palocci, o ministro Edson Fachin, do Supremo, detalhou todos os depoimentos do petista. (EC)
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