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Cotidiano

Defesa de Jairinho alega que Henry chegou vivo a hospital

A advogada Flavia Fróes afirma que a criança estava em parada cardiorrespiratória, e não morta

Maria Eduarda Guimarães

01/06/2022 às 14:21  atualizado em 01/06/2022 às 14:51

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Jairinho

Jairinho | TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

A defesa do ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, acusado de ter matado o menino Henry Borel, disse nesta quarta-feira (1) que a criança de 4 anos não estava morta quando chegou ao Hospital Barra D'Or na madrugada de 8 de março, conforme atestam diversos médicos envolvidos na tentativa de reanimação e a perícia policial.

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Na chegada à audiência de instrução de julgamento, realizada no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a advogada Flavia Fróes afirmou que a criança estava em parada cardiorrespiratória, e não morta. "Fez-se da vida do Henry um espetáculo. Ele estava vivo. Ele chegou em parada [cardiorrespiratória] e, por isso, se chama ressuscitação o procedimento emergencial."

Para embasar a afirmação, a defesa disse -sem dar detalhes - que apresentará um segundo raio-x e boletins que atestam vida do menino. O advogado Claudio Daledone prometeu uma "reviravolta" no caso.

No entanto, médicas envolvidas na tentativa de ressuscitação de Henry relataram à polícia que ele apresentava rigidez da mandíbula, um indicativo de que a criança já estava morta. Elas também afirmaram que, em nenhum momento, o menino reagiu às manobras de reanimação.

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A pediatra Viviane dos Santos Rosa, que estava de plantão na emergência pediátrica naquela madrugada, relatou à polícia que Henry já estava "cianótico, pálido, com extremidades frias, sem respiração, sem batimentos cardíacos e pupilas midriáticas, tecnicamente morto".

Após a declaração da defesa de Jairinho, o pai de Henry, Leniel Borel, destacou as 23 lesões encontradas no corpo do menino em exame de necropsia. "Os peritos atestam que Henry faleceu entre 0h30 e 1h30. Eles só saíram do apartamento por volta das 3h50. Tiraram total possibilidade do meu filho de viver."

"Causa morte laceração hepática e hemorragia interna causada por ação contundente. O conjunto todo mostra que o Henry foi muito agredido", completou Leniel.

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O pai do menino afirmou ainda que, se o casal tivesse admitido as agressões no hospital, a equipe poderia ter agido para salvar a criança.

A pedido da defesa de Jairinho, serão ouvidos hoje o perito legista Leonardo Huber Tauil, que assinou o laudo de necropsia de Henry, e o assistente técnico Sami El Jundi, contratado pelos advogados do ex-vereador.

No dia 13 deste mês, Jairinho, que acompanha hoje a audiência por meio de teleconferência, será interrogado. Ele se encontra preso no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio. A mãe de Henry, também presa e acusada de envolvimento no crime, não se encontra no tribunal.

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