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Cotidiano

'Cúmulo da falta de planejamento', diz vereadora sobre 'feriadão'; veja outras reações

Políticos que votaram contra a medida e população opinam sobre megaferiado criado pelo prefeito Bruno Covas nesta semana

Bruno Hoffmann

19/05/2020 às 12:35  atualizado em 19/05/2020 às 16:00

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Janaína Lima, vereadora em São Paulo pelo Novo

Janaína Lima, vereadora em São Paulo pelo Novo | Robson Leandro/Ascom

Após assinatura do prefeito Bruno Covas (PSDB), o decreto que antecipa os feriados de Corpus Christi e do Dia da Consciência Negra para quarta (20) e quinta-feira (21), além de declarar ponto facultativo nas repartições públicas municipais na sexta-feira (22), foi publicado no Diário Oficial do município nesta terça-feira. O objetivo da proposta enviada pelo prefeito e aprovada pela Câmara Municipal de São Paulo na tarde de segunda-feira (18) é o de aumentar o isolamento social por meio de um "feriadão" nesta semana, para ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus.

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O governador João Doria (PSDB) também anunciou na segunda-feira que vai encaminhar à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) um projeto de lei para antecipar o feriado estadual do dia 9 de julho (Dia da Revolução Constitucionalista) para a próxima segunda-feira (25).

O projeto municipal foi aprovado na Câmara por 37 votos a favor, 14 contra e uma abstenção. Os vereadores do PT e do Psol votaram contra a proposta, além de Camilo Cristófaro (PSB), Fernando Holiday (Patriota), José Police Neto (PSD) e Janaína Lima (Novo). A abstenção foi de Eliseu Gabriel (PSB).

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Votação da Câmara de São Paulo para antecipação dos feriados (Arte: Gazeta de S.Paulo)

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A vereadora Janaína Lima, que já havia proposto uma antecipação de feriados para minimizar os impactos econômicos do novo coronavírus, explicou à Gazeta por que votou contra a proposta do Executivo.

“Antecipar os feriados poderia ser uma boa medida, tanto que apresentei um PL [projeto de lei] com esse conteúdo, mas é o cúmulo da falta de planejamento e gestão executar dessa forma”, disse.

“Em uma medida surreal, a prefeitura insere a autorização para antecipação de feriados em um projeto de lei que já tramitava na Casa, e totalmente sem conexão com a atual situação.E assim, do nada, decide a vida de milhões de paulistanos da noite pra o dia obrigando empresas a fecharem as portas por seis dias”, finalizou a vereadora.

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Para conseguir aprovar a proposta com urgência, a liderança do governo na Câmara adotou a estratégia conhecida como "jabuti". Um substitutivo com a autorização para a antecipação dos feriados foi proposto em projeto de lei sobre a destinação de uma reserva de vagas para mulheres vítimas de violência doméstica pelo programa “Tem Saída”, que já estava em tramitação.

Fernando Holiday afirmou ter votado contra o projeto justamente pelo “jabuti” em que foi incluído. “A Câmara SP aprova agora o adiantamento de dois feriados municipais. Votei contra, pois a medida veio “escondida” em um PL, que institui 5% de cotas para mulheres no serviço público. A medida permanente desqualifica a capacidade das mulheres e fere o princípio da igualdade”.

Já Celso Giannazi (Psol) chamou o decreto de “medida cosmética” “Aos invés de abrir leitos, garantir renda emergencial e convocar todos concursados, Doria e Covas propõem megaferiadão, medida cosmética que não resolve o colapso nos hospitais e o caos no sistema funerário. A inércia desta gestão é absurda e tem custado vidas”.

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O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), criticou pelas redes sociais a medida de Bruno Covas."É sacanagem isso aí, um megaferiado. Vai ficar todo mundo em São Paulo com sol no fim de semana? Vai dizer pra mim que vai ficar lá em São Paulo? Na janela do apartamento olhando para o Parque Ibirapuera? É brincadeira, né. Vai vir todo mundo para cá", disse o prefeito da cidade do litoral norte paulista.

Ele ainda afirmou que, caso a cidade lote de turistas, ele vai liberar as praias para os turistas e o comércio ambulante. "Vamos tomar as providências, todas que forem necessárias. Mas se for isso, se vier todo mundo, a gente vai liberar ambulante e trabalhar geral. É pra esculhambar... esculhamba com a gente, é brincadeira isso. Suando a camisa, 60 dias trabalhando sem parar para ter uma notícias dessas. Sacanagem".

POPULAÇÃO

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Pessoas ouvidas pela Gazeta também deram sua opinião sobre o megaferiado instituído pelo prefeito Bruno Covas.

“Eu achei muito ruim, porque infelizmente as pessoas não têm noção aqui, e uma boa parte vai aproveitar pra viajar pro litoral ou interior. E duvido que a taxa de isolamento suba com essa proposta”, Tatiane Castro, radialista

"Um monte de empresa vai ignorar. Até porque estamos de home office. E também acho que muita gente vai aproveitar para viajar", Talita Cruz, analista de conteúdo

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Acho que pode ajudar, mesmo que pouco. Algumas empresas vão parar, porém o comércio em grande parte não.Aqui no bairro [Jaraguá] está tudo aberto, e nem pode. O povo está dando um jeito pra não perder o negócio”, Thaís Feitoza, analista de controladoria

"Acho que teoricamente o movimento pode diminuir porque as pessoas não vão trabalhar, no caso das empresas, mas como não tem uma punição de fato vão aproveitar para se reunir", Maria Rita, sócia de restaurante

“Acho que a situação hoje é muito mais econômica do que qualquer outra coisa. Enquanto o governo não garantir renda pra galera ficar em casa tranquila, esse índice de isolamento não vai subir”, Bruno Pavan, jornalista

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“Acho todas essas medidas paliativas absurdas. Ele devia fiscalizar comércios abertos, diminuir o que no é considerado primeira necessidade, fazer o possível para incentivar ajuda dos bancos para quem tem negócios que vão quebrar e, se necessário, declarar lockdown. Agora, para isso, o benefício dos R$ 600 reais tinha que estar funcionando direito também. Mas como não quer se indispor com o eleitorado e empresariado, fica com essas medidas paliativas que não estão funcionando de nada”, Gabriela Camargo, professora

“Os caras estão atirando pra vários lados com as armas que têm para não passarem como omissos. Não sei se ajuda muito, não”, Alexandre Boechat, publicitário

“Tenho lido sobre as cidades brasileiras que já decretaram lockdown e a taxa de isolamento não aumenta de jeito nenhum. Às vezes acho que se o governo aumentasse o subsídio e levasse ele a sério a coisa ia ser diferente. Por vezes tenho a impressão de que nem assim atingiríamos mais de 60% de isolamento no Brasil. O brasileiro é um mistério”, Anahi Rubin, professora

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“Só vai funcionar se fecharem a Imigrantes. Aqui no litoral sul não pode ir na areia da praia, em compensação as casas ficam com festas gigantes, mais de 30, 50 pessoas. Já não fazem mais barreiras”, Maria Helena Rebuá Menezes, fisioterapeuta

"Quais são os públicos que a medida quer atingir? Não ficou claro. Isso tudo é medo de decretar o lockdown e aí fica batendo cabeça", Lucia Couto, professora

“Entendo a difícil posição do prefeito e do governador do ponto de vista político, em relação à sabotagem que sofrem atualmente do governo federal, mas as iniciativas que têm inventado para supostamente evitar o desgaste os desgasta mais ainda, pois as pessoas ficam inseguras, respondem mal, entendem que não há um comando firme, e não conseguem se planejar. É necessário decretar lockdown”, Adriana Bosco, professora

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